É curioso que desde os tempos de juvenil Bia Haddad Maia estava predestinada a fazer sucesso mundialmente. E num fim de semana memorável para o tênis brasileiro, com as medalhas no Pan de Santiago, ela celebra o maior troféu de sua vida no Elite Trophy, em Zhuhai, na China, ao conquistar os títulos de simples de duplas, de um torneio de formado semelhante ao Finals. E mesmo com os olhos da mídia especializada para o Masters de Paris e o WTA de Cancún, a brasileira mereceu destaque internacional.
Já contei essa história antes, mas vale a pena repetir. Quando Bia ainda era juvenil e disputava a final de duplas da categoria, ao lado de uma jogadora do Paraguai, Gustavo ‘Guga’ Kuerten assistia ao jogo, na então quadra 2 – que fica justamente à sombra da central -. Em certo momento o saudoso Antônio Carlos de Almeida Brada, o ‘Braguinha” (que foi um dos grandes incentivadores do esporte brasileiro, além de outros notáveis talentos) perguntou para o tricampeão de Roland Garros sobre o futuro da jovem brasileira. Guga olhou para trás e apontando o dedo indicador para a Philippe Chatrier profetizou: “No futuro o lugar dela será jogar nesses grandes palcos”.
Por causa de algumas adversidades, Bia demorou, mas chegou, ao sucesso internacional. Ano passado conquistou dois títulos na grama, mas na atual temporada vinha sem título e com muitos altos e baixos. Agora, justamente no final do ano, recebe uma injeção de ânimo e até pode terminar 2023, entre as dez primeiras do ranking mundial.
Por uma feliz coincidência, o maior título da carreira de Bia surgiu num fim de semana de várias outras conquistas importantes para o tênis do Brasil. A guerreira Laura Pigossi ganhou ouro no Pan em simples e garantiu vaga para Paris 2024. Também venceu em duplas com Luisa Stefani, que se junta a Thiago Monteiro, Gustavo Heide e Marcelo Demoliner,aos jogadores que voltam medalhistas de Santiago.