Fonseca e Alcaraz entregam o prometido

Foto: Juarez Santos

Quem tratou o inédito duelo entre João Fonseca e o número 1 do mundo Carlos Alcaraz como uma partida de exibição, deve ter ficado bem satisfeito com o que os dois tenistas entregaram na noite desta segunda-feira, na improvisada quadra sintética montada no estádio de beisebol do Miami Marlin. Ficou aliás um tanto estranha.

O jovem dueto, cheio de recursos técnicos, fez pontos bem disputados e lances de grande categoria. Não economizaram na força do saque ou do forehand, o que deixou o jogo alegre e forçado, outra característica clara de ambos.

O exagero na preciosidade custou erros bobos dos dois lados, mas é exatamente isso o que acontece num jogo amistoso, em que existe o claro compromisso de se fazer lances diferentes e com grau de dificuldade maior. Tanto Fonseca como Alcaraz entregaram o prometido, tanto no fundo como na rede.

Houve também competitividade, apesar de os dois ainda estarem em pleno trabalho de pré-temporada, ou seja, com foco maior na parte física do que técnica. Alcaraz vinha da exibição da noite anterior em Nova Jersey, onde perdeu para Frances Tiafoe no tiebreakão do terceiro set, e por vezes pareceu lento para chegar em bolas exigentes.

Fonseca foi bem, até porque parecia estar mais concentrado. Equilibrou o primeiro set, recuperando uma quebra no sexto game, mas voltou a ser quebrado e aí viu Alcaraz cometer um punhado de falhas antes de fechar a parcial. O carioca conseguiu fugir mais do backhand no segundo set e com isso abriu distância no placar e ameaçou até ‘pneu’, antes de o espanhol reagir.

O brasileiro começou muito bem o match-tiebreak, em que Alcaraz parecia desconfortável, e teve um forehand na corrida para chegar a incríveis 6-0. A bola ficou na rede e a partir daí o experiente líder do ranking iniciou uma espetacular reação, no seu melhor momento na partida, mostrando aquela recuperação da força e precisão do forehand que marcou sua notável temporada.

João pareceu ligeiramente frustrado pelo resultado, provavelmente porque encarou a partida com maior seriedade. Mas não há motivos para isso. Jogou bem, incluindo a cobertura de quadra, e comprovou seu enorme potencial. Tudo muito positivo para mirar o início da temporada, dentro de quatro semanas, na Austrália.

Melhores do Ano

Já está no ar a tradicional pesquisa que TenisBrasil faz desde o ano 2000 para saber de seus leitores o que consideraram de mais importante na temporada encerrada. As mesmas questões serão feitas a um selecionado painel de convidados, entre jogadores, treinadores e jornalistas, para que o quadro fique mais completo.

Clique aqui para acessar a pesquisa e registrar seus palpites. Na próxima semana, saem os resultados e começa outra divertida enquete: as previsões para 2026.

 

 

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SANDRA
SANDRA
1 dia atrás

Dalcim , quando tempo de férias o tenista acaba tendo entre exibições e pré temporada?

Andre Borges
Andre Borges
1 dia atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

E esse livre é completamente livre? Duas semanas de pizza, japones e picanha com gordura, cervejinha e indo dormir 5 da manha e acordando 14h? Ou é livre só de atividades, dieta e cuidados mantidos? Digo pra um Alcaraz, Sinner ou João da vida… o Kyrgios eu sei o que ele faz nas férias rs

Andre Borges
Andre Borges
1 dia atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Show, valeu Dalcim

sergio
sergio
1 dia atrás

Olá Dalcim, bom dia! Realmente foi um jogo muito gostoso de se ver.. Mas fiquei com a impressão que existe ainda uma diferença grande entre os dois….sei que o joão tem muito a crescer…estou mais falando do presente… vc concorda que está um pouco longe ainda?

Eduardo P.
Eduardo P.
1 dia atrás

Dalcim, tem uma falha na pesquisa!

Na pergunta 22, “Qual o grande momento do tênis brasileiro em 2025?”, ficou faltando a opção correta que é: “Todos os anteriores”.

Que momento para o tênis brasileiro!

André Aguiar
André Aguiar
1 dia atrás

Roteiro das exibições altamente patrocinadas em Nova Jersey e Miami:
Jogos decididos preferencialmente no match tiebreak.
Nos jogos de simples priorizar ralis, incluir algumas jogadas de efeito e evitar muitas brincadeiras, as quais ficam reservadas para o jogo de duplas mistas.
Tenista local (Tiafoe) vence Alcaraz.
Alcaraz vence o jovem sensação (Fonseca).
Pegula vence uma e Anisimova a outra.

Tenistas profissionais sabem jogar em exibições sem que a maioria do público perceba que cumprem um roteiro de entretenimento pré-estabelecido.

Última edição 1 dia atrás by André Aguiar
Luiz Fabriciano
Luiz Fabriciano
1 dia atrás
Responder para  André Aguiar

Descreveste o roteiro na íntegra.

Andre Borges
Andre Borges
1 dia atrás
Responder para  André Aguiar

Por isso são profissionais…. se muitos conseguem jogar até os torneios regulares sem que ninguem perceba que cumprem o roteiro que os apostadores determinam, imagina nas exibições

Tom França
Tom França
1 dia atrás

Acho que João meio que menosprezou quando ganhava de 5×0 no tie-break. Foi praticamente a única hora do jogo, onde Alcaraz levou a sério, porque sentiu que seria vergonhoso pra ele, uma derrota tão acachapante, mesmo em um jogo de exibição. Fica a lição pra JF, que nunca menospreze ninguém, achando que o jogo já tá ganho. Principalmente um número 1 do mundo.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
1 dia atrás
Responder para  Tom França

Vamos combinar que não existe no Circuito quem menospreze Carlos Alcaraz. Nem Jannik Sinner. Se me permite, o termo utilizado por ti , é completamente equivocado. Ao contrário, JF é quem estava levando mais a sério a ” exibição ” . Carlitos visivelmente longe do seu melhor, tem recursos de sobra para virar qualquer partida . Isto ficou bem claro em RG 2025. Obviamente que isto é apenas a minha opinião. Abs !

Mitzi.
Mitzi.
1 dia atrás

Não gostei da narração dos jogos

Andre Borges
Andre Borges
1 dia atrás
Responder para  Mitzi.

Péssima, no segundo comparativo com futebol já foi pro mute como de praxe

Groff
Groff
16 horas atrás
Responder para  Andre Borges

Não acompanhei, mas é incrível essa educação “monoesporte” dos transmissores. Muito irritante. Entendo você perfeitamente. Os caras vivem disso e não têm repertório no Brasil para falar de tênis. Incrível! Pelo menos o pessoal do basquete que faz NBA sabe do que fala (especificamente a Alana).

José Mario
José Mario
16 horas atrás

Foi mais um show do superbig Alcaraz. Dwpois de um início morno, entregou em quadra lances espetaculares – apesar de ainda “frio” oela pré-temporada – e quando reaolveu jogar para recuperar-se um super tie-break, mostrou ao João um pouco do nível em que ele deverá jogar se quiser dividir os holofotes para Supervigs.

Alcaraz mostrou também porque os Superbigs são tão superiores se comparados aos Bigs (Big4).

O ano de 2026 promete. Os Tops terão imensas dificuldades para ganhar qualquer coisa acima de um 500, onde os Super’s entrarem com fome de vitória.

Ronildo
Ronildo
16 horas atrás
Responder para  José Mario

O Big 4 tinha várias diferenças entre si. O primeiro cuja técnica e habilidade foi algo jamais visto na história do tênis, era o melhor de todos. Havia ainda o que tinha o melhor golpe da história e outro com um superfísico que ao fim e ao cabo levou alguma vantagem sobre os demais. E o quarto com uma técnica refinada, era melhor que os outros dois, porém não acreditando na maior parte da carreira, não conseguiu tirar o devido proveito.

Última edição 16 horas atrás by Ronildo
Paulo Almeida
Paulo Almeida
16 horas atrás
Responder para  José Mario

São tão superiores que: 24 > 22 > 20 >>>>>> 6 > 4. Números sempre ditam os maiores. Fato!

Ainda tem sua adorada televisão em preto e branco dos anos 1960, Carlo? Deve ser seu brinquedo de estimação preferido para assistir ao seu programa predileto, rs.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
14 horas atrás
Responder para  Paulo Almeida

Fato ! rs . Andas perambulando bastante pelos Sites políticos da vida , caríssimo Piloto. Já que nós de Esportes, andas mal das pernas… Rsrsrs, Abs !

Paulo F.
Paulo F.
11 horas atrás
Responder para  José Mario

OK, Carlo VW.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
15 horas atrás

Djokovic é no mínimo o maior dos esportes individuais, já que a comparação com coletivos é mais difícil, segundo o autor.

Já está no YouTube esse ótimo vídeo: https://m.youtube.com/watch?v=zkVGZVhY530&pp=2AYF

Será que haverá choro?

Paulo F.
Paulo F.
14 horas atrás
Responder para  Paulo Almeida

Acrescenta-se que um dos maiores atletas individuais de todos os tempos, o GOAT da natação, é fãzaço do Nole: Michael Phelps.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
12 horas atrás
Responder para  Paulo F.

Lembro dos dois se cumprimentando nas Olimpíadas do Rio. Foto histórica.

Paulo F.
Paulo F.
11 horas atrás
Responder para  Paulo Almeida

E Phelps que foi “caçar” o Djokovic na Vila Olímpica do Rio, pois queria muito conhecê-lo pessoalmente.

Danilo
Danilo
6 horas atrás
Responder para  Paulo Almeida

Cara, o Phelps com certeza é o maior dos esportes individuais. E o argumento é simples. Djokovic por mais dominante que tenha sido, teve em Nadal e Federer competidores à sua altura. Do Phelps. Ninguém nunca chegou perto. Ele tem 28 medalhas olímpicas e o segundo que tem mais tem 13.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
2 horas atrás
Responder para  Danilo

Mas é justamente ESSE o argumento que coloca Djoko como maior dos esportes individuais, meu caro: somente no tênis masculino três jogadores batalharam por 14-16 anos pelo posto de GOAT, com o sérvio saindo vitorioso e com todos os principais recordes (Slams, semanas #1, temporadas #1, Finals, Masters 1000, e Big Titles, fora Triple Career Slam, Double Golden Masters, Nole Slam, maior pontuação por temporada, maior pontuação da história da ATP, número 1 mais velho da história, zerou o esporte com o ouro olímpico etc).

Em nenhuma outra modalidade, coletiva ou individual, os 3 maiores se enfrentaram e por tanto tempo. Houve no máximo um Big 2 curto entre Graf e Navratilova com 18 jogos, com a Serena vindo depois.

Dominar sendo o único fenômeno do momento histórico é mais “fácil”. De qualquer forma, não é correto contar os ouros do Phelps por equipe, já que estamos falando de desempenho individual.

Poderia também entrar no aspecto subjetivo, já que tênis é bem mais complexo do que natação ou corrida, esportes de explosão e velocidade e de pouca longevidade. Porém, nem é preciso. O que Djokovic não tem precedentes. Phelps e Bolt vêm depois dele.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
2 horas atrás
Responder para  Danilo

*o que Djokovic realizou não tem precedentes

Valdir
Valdir
15 horas atrás

Alcaraz sempre reclama do calendário, mas é o segundo ano seguido que ele fica jogando exibições em dezembro.
Ele já jogou 4 exibições desde o US OPEN, mas não jogou Xangai e Davis.

Paulo F.
Paulo F.
14 horas atrás
Responder para  Valdir

Realmente, é improcedente reclamar de calendário quando se faz uma penca de exibições.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
12 horas atrás
Responder para  Paulo F.

Quem reclama do Calendário é quem o disputa de verdade. Alcaraz, Sinner, Sabalenka, Swiatek…rs. Abs !

Carver
Carver
11 horas atrás
Responder para  Paulo F.

Vcs realmente acham que jogar um torneio profissional é comparável com uma partida de exibição?

Paulo F.
Paulo F.
7 horas atrás
Responder para  Carver

Óbivo que não!

Andre Borges
Andre Borges
9 horas atrás
Responder para  Valdir

Ele reclama do calendario justamente porque atrapalha jogar exibições que pagam muito mais e exigem muito menos. Quem nao quer ter mais tempo pra ganhar o máximo se esforçando o mínimo?

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
9 horas atrás
Responder para  Andre Borges

Federer e Nadal jogavam até em quadra metade Grama e metade Saibro. Os maiores públicos da história do Tênis foram : Federer x Nadal ( África do Sul) , Federer x Zverev ( México) , Kim Kljsters x Serena em Bruxelas. As ” exibições” não começaram somente agora não, caro Andre Borges. Cadê a memória? rs. Abs !

Paulo F.
Paulo F.
14 horas atrás

Seria fantástico, especialmente para nós brasileiros, se JF vier a dar uma quebrada na hegemonia da atual dupla.
E que não padeça por ter “ousado” se intrometer na dupla como Djokovic padeceu por ter estraçalhado outra.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
12 horas atrás
Responder para  Paulo F.

Estraçalhado ? . Jura ???. ” goat ” fora supremacia no AOPEN ( 10 x 6 ) . Perde em todos os outros 3 Slam . USOPEN ( Federer é Pentacampeão Consecutivo) , Wimbledon ( Federer é Octa ) e RG ( 14 x 3 Touro Miura) . Que dureza!!!. Rsrsrs,Abs !

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
8 horas atrás
Responder para  Sérgio Ribeiro

24 > 22 > 20

Paulo F.
Paulo F.
7 horas atrás
Responder para  Sérgio Ribeiro

Djokovic supera ambos no confronto direto, ttem mais Finals, todos os títulos importantes (os Big Titles),tem todos os Masters e por duas vezes, apenas um Wimbledon a menos e apenas um US Open a menos do que Federer, único tricampeão de RG na era do maior saibrista de todos os tempos, tendo o triplo de títulos do que Federer em RG. Que dureza sim… para a duplinha midiática aposentada!
Sei
Conferido!
Rsrsrsrs ! Abs!

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
5 horas atrás
Responder para  Paulo F.

Exato: É o mais eficiente jogador da Era Profissional, até que se prove o contrário. ” goat ” jamais. Para muitos , Jannik Sinner já é o Sérvio melhorado . E nem botei Tourinho Assassino ( 6 Slam, 8 Masters 1000 ) , com apenas 22 aninhos ( o mais jovem N 1 da história) , na parada … Rsrsrs, Abs !

Paulo F.
Paulo F.
5 horas atrás
Responder para  Sérgio Ribeiro

Não apenas o mais eficiente, é o GOAT.
Não por causa de torcidinha ou gostinho pessoal.
Por suas várias conquistas e méritos.

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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