Não há torneio no mundo que reúna tantas emoções e acontecimentos como o US Open. Confesso que tenho um carinho especial por Roland Garros, mas, por exemplo, a sessão noturna na Arthur Ashe é imbatível em termos de espetáculo e divertimento. Recentemente a estrela da noite foi Novak Djokovic, que eliminou Cameron Norrie em clima de muita festa, organização e entretenimento.
Desde que a Arthur Ashe ganhou o teto retrátil parece que o espetáculo ficou ainda mais sofisticado. O som do DJ é no tempo e volume certos. Não há como não entrar no ritmo. Os painéis de led também deram ainda mais luz aos sentimentos.

Em quadra Nole correspondeu, com excelentes jogadas e uma atuação completa, para alegria de um público de 23 mil pessoas. Não vi lugares vazios nem mesmo lá em cima, nas fileiras perto do céu. Já assisti jogos por ali. Dá sim para entrar no clima, embora o povo fique toda hora andando de lá pra cá. O fato de os torneios estarem mais tolerantes com as movimentações da torcida me preocupa um pouco. Mas quando os DJs entraram fortes nos intervalos dos games até o descontraído Andre Agassi reclamou e hoje virou parte importante.
Na cidade que nunca dorme tudo acontece no US Open. O episódio de mais recente repercussão aconteceu no jogo do polonês Kamil Mjachrzak. O final da partida, na tradicional sessão de autógrafos, ele deu seu boné para uma criança. Só que um pai de família literalmente roubou e enfiou na bolsa da sua esposa. Mas em tempos de Big Brother, como previu George Orwell, as câmeras foram implacáveis. Logo se descobriu o autor. Segundo divulgado trata-se do CEO da companhia Drogbruk, chamado Piotr Szczenek, também polonês. Para compensar o triste ato, o jogador conseguiu encontrar a criança que foi convidada para o lounge, onde recebeu um boné e posou para fotos.
O lado bom do evento, porém, ficou com a foto de Ray Giubilo, um veterano das quadras, que clicou Jasmine Pauline com a raquete como uma máscara perfeita. Recebeu até mesmo os cumprimentos da própria jogadora dentro de quadra.
Fora delas, Casper Ruud foi mais um que reclamou do cheiro de maconha na cidade. O odor está mesmo em todos os lugares, seja logo cedo ou tarde e tornou-se um hábito normal. Drogas mais pesadas, porém, preocupam as autoridades. O número de gente caída nas ruas é impressionante e aparentemente de todas as classes sociais. Já houve reclamações semelhantes em outros anos dentro do complexo do US Open, especialmente na GrandStand, que fica próxima ao parque, mas desta vez não se percebe.
O que está bem claro é o fortíssimo esquema de segurança. Nos arredores polícia com armamento pesado e vários bloqueios, o que contribui para um trânsito desanimador. Nas áreas internas do Arthur Ashe não se caminha mais de 50 metros sem sua credencial ser escaneada. Incomoda um pouco, mas é preciso compreender.