Se a já histórica rivalidade entre Jannik Sinner e Carlos Alcaraz é de grande importância para os amantes do esporte, para o tênis é um duelo gigantesco. Ora, com as recentes aposentadorias de Roger Federer e Rafael Nadal e o fim do big 3, ter dois jovens tenistas com tanto sucesso e carisma é o que de melhor poderia ter acontecido. Ambos desde de 2024 são os únicos a conquistarem títulos de Grand Slam e dividem as atenções do público, mas sem polaridades. É um reconhecimento mútuo.
Nos últimos anos vimos bandeiras vibrantes: Federistas e Nadalistas brigando pelo reconhecimento de o melhor de todos os tempos, enquanto Novak Djokovic apareceu para estragar a festa e celebrar o maior número de troféus de Slam. Hoje, pelo menos por ora, o clima é de admiração e respeito, como ficou claro no encontro dos tenistas junto à rede ao final da partida em Wimbledon.
As fortes rivalidades no tênis são emblemáticas. Entre elas, uma das que tiveram maior destaque colocava frente à frente Pete Sampras e Andre Agassi. Com temperamentos diferentes, o clima entre os dois jamais foi dos mais amistosos. Lembro que o tenista de Las Vegas acusava o rival de ser “um artista” em quadra, encenando situações dramáticas para tirar proveito no final.
Outra rivalidade forte reuniu John McEnroe e Bjorn Borg. A intensa competição atravessou o circuito profissional e foi longe. Certa vez, ambos já aposentados, foram convidados para uma exibição. O jogo que parecia descontraído ganhou contornos tensos. O norte-americano insistia em dar curtinhas, que o sueco argumentava ser difícil chegar em função já da idade e do preparo físico abalado pelo tempo. Borg que sempre se caracterizou pelo comportamento frio (IceBorg) não aguentou e esbravejou, pois queria dar um espetáculo ao público, enquanto McEnroe queria mesmo ganhar a partida.
O tênis feminino deu uma aula de como rivalizar e manter a amizade. Por muitos anos, Martina Navrtilova e Chris Evert dividiram os principais títulos do circuito e sempre foram muito próximas. Lembro de ter visto um documentário em que as duas não só dividiam as quadras, mas também seus assuntos particulares e preferências. Muito legal o que mostraram, ao meu ver.
Hoje Sinner e Alcaraz estão ainda no começo do que já é um dos maiores duelos da história do tênis. Há muito ainda a acontecer. O próximo desafio é saber qual dos dois conseguirá primeiro fechar o “Career Grand Slam”. Para Alcaraz, de 22 anos, falta o Aberto da Austrália para se tornar o mais jovem de todos os tempos a completar a façanha. Sinner, de 24, esteve perto, mas ainda não levou Roland Garros. E o mais impressionante dessa rivalidade é verificar a lista dos tenistas que já ganharam os 4 troféus do Grand Slam: Rod Laver, em 1969, com 31 anos; Agassi, em 1999, com 29 anos; Federer em 2009, com 27 anos; Nadal, em 2010, com 24 anos; e Djokovic em 2016, aos 29 anos.
Muito bom conhecer estes detalhes destas rivalidades históricas Chiquinho. Onde você ia digitar 2024 saiu 2004. Abraços
Rivalidade e respeito mútuo. Isso é muito legal de ver. Parabéns ao Alcaraz e ao Sinner.