Thiago Wild salvou o dia brasileiro em Roma, logo ele que veio do qualificatório e pegou o adversário de melhor ranking. Não dá para dizer que João Fonseca decepcionou, porém pela segunda vez seguida não conseguiu soltar seu jogo e foi rapidamente envolvido pelo adversário. O desastre mesmo veio com Beatriz Haddad Maia, que adicionou um ‘pneu’ a sua dura conta na temporada diante de alguém que deveria estar muito mais pressionada do que ela.
Wild bateu o português e top 40 Nuno Borges, sua terceira vitória desde janeiro sobre um oponente entre os 50 primeiros, o que mostra que o paranaense pode muito mais. Claro que preocupam suas oscilações. Fez um ótimo primeiro set, sufocando o português, mas perdeu paulatinamente o controle e por muito pouco não foi pego no contrapé. Muito crédito às duas paralelas seguidas que fez com seu forehand quando estava 4/4 e 15-30 no terceiro set, sinal de que é sim possível controlar a cabeça.
E como Wild geralmente se solta mais contra os favoritos, há chance real de superar também Félix Auger-Aliassime no sábado. O canadense não ganhou uma única partida nos quatro torneios que fez sobre o saibro europeu até agora, um piso em que claramente não se sente confortável. Há um buraco claro no backhand a ser explorado, mas Thiago precisará estar disposto a sofrer e ser muito aplicado taticamente.
O húngaro Fabian Marozsan entrou decidido a tomar iniciativa dos pontos, sacou muito e bateu o mais reto possível na bola. E a quebra tão precoce que conseguiu, ainda no quarto game, fez diferença. O carioca optou por encarar a pancadaria e não foi o caminho certo. A situação se repetiu no começo do segundo set e, não fosse um momento de vacilo do 61º do ranking, que enfim baixou a qualidade do serviço, e talvez o desfecho teria sido rápido.
Fonseca então se animou e enfim vimos a qualidade de seu tênis, com ataques mais bem feitos e construídos, saque preciso e distribuído e até subidas firmes à rede. No oitavo game, apareceram três chances de quebra, mas o húngaro jogou com ousadia e escapou de todas. O tiebreak foi outra vez mal jogado por Fonseca, marcando sua quarta queda seguida num desempate, algo que precisa também ser mais bem estudado por seu time.
Não há novos torneios na agenda de João até Roland Garros. Não sei se essa longa parada de pelo menos 17 dias será boa. Melhor tentar um convite de última hora, talvez o 250 de Genebra ou um challenger da semana que vem, para que se recupere a confiança e o ritmo.
Quem não consegue sair do buraco é Bia. Enfrentar uma adversária contra quem abriu 4 a 0 no histórico, ainda que essas partidas não tenham sido fáceis, me deu otimismo. Afinal, a canhota paulistana já havia jogado bem melhor em Madri. Mas parece que a virada que permitiu a Belinda Bencic pesou para o lado negativo e vimos uma Bia incrivelmente perdida em quadra. Como é possível ganhar só seis pontos – dois deles no seu próprio serviço – num set inteiro diante de uma Marie Bouzkova que não é uma sumidade sobre o saibro?
Ainda saiu com quebra no segundo set, mas houve um pequeno momento de reação, em que confirmou seus dois únicos serviços da partida. Veio então um game pavoroso, forrado de erros, que determinou a quebra definitiva. A partir daí, marcou só mais um ponto, pouco antes de soltar um palavrão em quadra e mostrar o quanto estava frustrada. Já vimos esse filme.
Felizmente, existe a chave de duplas ao lado de Laura Siegemund – que entrou de lucky-loser, ganhou a partida e está na terceira rodada – e assim Bia poderá se manter em atividade. Com responsabilidade dividida, ela tem jogado muito melhor e mais solta nas duplas. Pode ser que perca mais uma ou duas posições no ranking, mas ainda conseguirá ser cabeça de chave em Roland Garros. Algo que, tristemente, parece não ser qualquer garantia neste momento de baixa tão grande.
Wild esperança? Creio q estamos mal, ou melhor, bem mal de esperanças…
Dramática a terrível situação da Bia. Sem confiança não há mesmo como obter resultados e a queda no ranking será inevitável. Ano que vem já terá 30 anos e a nossa melhor jogadora em décadas infelizmente não parece encontrar saídas para a fase tenebrosa. Está difícil mesmo…
Dalcim, no post anterior um dos comentaristas citou que uma das razoes para a queda de rendimento da Iga pode ter sido um impacto mental negativo da suspensão pelo doping, algo q eu achei possível. Vc não acha q o mesmo pode ocorrer com o Sinner?
Acho que o Sinner já passou por situação bem mais difícil, que foi competir em meio ao processo e ainda assim vencer. Acho que ele está muito bem preparado.
Eu acho que não está na lista Dalcin. Eu adoro ler essa coluna com suas análises sempre cirúrgicas . Um abs.
Bom dia, eu penso também que a siga está descaracterizando seu jogo, quer jogar como a Sabakenka x sua característica regularidade, mais uma troca, mais spin, forçar o saque demais. Quer exterminar o ponto na primeira bola, força o saque demais ao invés de usar um primeiro a 80%.
Vi uma postagem sobre a epica vitoria de Kirmair sobre Mcenroe, então era 41 do mundo, e os comentários eram todos de gratidão, respeito e orgulho, hoje se esse mesmo grande ex atleta atingisse “somente” a 41 como iríamos agir?
Guga em entrevista disse que se jogasse hoje teria imensas dificuldades com Internet e redes sociais.
Será que daqui 40 anos, quem não viu Bia, Thomaz, Monteiro irá ter o mesmo carinho e admiração que temos por kirmair?
Depende da mídia…. que gera sentimentos em ondas. Talvez Mitos como PA até tratem Bellucci como Lenda e injustiçado. Já consigo aqui até prever os haters (do Guga) dizendo;
– Bellucci foi melhor que Guga. Se não tivessem roubado ele, teria no mínimo 5 USOpen e uns 12 ou 14 Master1000!
– Monteiro então, liderou o ranking nacional por 7 anos seguidos! Mais que as 237 semanas consecutivas do Federer (que algum tonto já converteu para 237)
Outra pérola que quem nao viu pode soltar:
– Dalcim nao entendia nada de tênis. Bom mesmo era o Cossenza.
E bâo soltar as limonadas de sempre para provar: 7> 5, 8>2, 2>1…
Bia entrou num buraco mental sem fim e pior, dá a sensação que está longe de atingir o fundo….. Fonseca esta em uma sinuca de bico essa semana. Tentar um challenger esperando ir bem e recuperar a confiança, porém arriscar tomar outra R1 e ficar ainda pior. Eu tiraria esse tempo pré RG pra treinar e refletir e assim que saísse o sorteio pediria pra jogar na quadra 86593476 no horario do almoço, atrás do pilar e sem cameras de preferencia.
Wild tem qualidades, só falta consistência. João Fonseca fez mais uma partida pavorosa onde se colocou no buraco ainda muito cedo na partida, 38 erros não forçados numa partida com menos de 1h e meia de duração é assustador. As 2 dupla faltas no tie break define o jogo muito aquém do Fonseca. O próprio em declaração posterior ao jogo disse q estava nervoso durante a partida, já vi ele falando que quer ganhar grand slam e ser número 1 do mundo, talvez esteja colocando muita pressão em cima de si mesmo. Quanto a Bia… deixa p/ lá!!
Eu acho que todos os nosso jogadores estão precisando de um Rivotril antes da partida para não se afobar tanto. 4 gotinhas só. O que você acha Dalcin?
Acho que eles cairiam no doping.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, sem querer rindo, já rindo da situação
o que ele precisa fazer pra voltar aotop100
Um dia ouvi de um treinador que o tênis é 30 por cento talento,20 por cento físico e 50 por cento mental,vendo a bia jogar hoje começo a dar razão pra ele ,mental tá destruído.
Aos 18 anos , Federer ( 08/08/81 ) , caiu na primeira rodada de RG 1999 , com direito a Pneu para Patrick Rafter . Rafa Nadal não disputou RG 2004 , mas caiu na segunda rodada de Wimbledon. Na mesma idade , Djokovic ganhou dois Challenger , mas também não disputou RG 2005 . Também não era fácil pra ninguém… Abs !
Federer em 2000, com a mesma idade que Fonseca tem hoje:
Miami R2
Monte Carlo R1
Barcelona R1
Roma R1
Hamburgo R1
St. Polten R1
RG R4
Mas eles eram brasileiros??? Aqui a banda toca diferente.
Segundo Elvis (e a.nossa ansiosa torcida):
“It’s now or never”…
Quem dava como certo qualquer um dos três (os maiores de todos), como futuros #1 e grandes vencedores, quando tinham 18 anos como já deram, aqui mesmo ao Fonseca?
Até criaram um nome para o fenômeno: fonsequismo.
Acredito que o João vai subir muito o nível ainda…. Hoje o João não tem um corpo de atleta de elite, que defende várias bolas, por isso ele arrisca. Deveria focar no físico e trocar mais bolas.
Wild precisou tomar seis surras seguidas e hoje estamos elogiando sua postura e dando crédito a suas vitórias. Fonseca acaba de inteirar a terceira, apenas. Pra mim, tá tudo certo! Daqui a pouco, ele volta a subir. Mas Wild não pode descer, não. Já desceu o que podia!!! Se tá vencendo top 50 regularmente, é top 50 também.
Correção: Novak Djokovic aos 18 , disputou RG 2005 e caiu para Guillermo Coria na segunda rodada . Na mesma idade , Alcaraz chegou à Terceira rodada em RG 2021. Sinner aos 18 incompletos ( agosto 2002 ) não disputou RG 2019 , mas atingiu as Quartas em RG 2020. Abs !
SR, sugiro que quando fores buscar esses dados, os leia com mais atenção, para não necessitar vir sempre corrigir alguns. Diferente da memória, os lidos podem nos confundir em alguma data ou evento.
#ficaadica.
Gente acho que a bia devia jogar um Challenger similar ao que a Osaka jogou, um 125, não tem nenhum parecido não? Acho que seria bom pra ela pegar confiança, ou até msm ritmo de jogo, pq msm ela tando em TDS os torneios praticamente, ela não joga nem 2 jogos
Mesmo assim ela vai perder na primeira rodada.
Faca de dois legumes né? Pega um 125 e toma R1 com 6×3 6×1 da numero 104 do mundo, como é que faz?
Com esse de esperança, estamos ralados…
Com essa esperança e esse bigode, estamos ralados
Dalcim, o Fonseca não tem a opção de continuar em Roma fazendo treinos com os atletas que ainda estão competindo?
Claro, tem sim e acredito que irá fazer isso. Claro que o torneio não pagará mais sua hospedagem.
Bom dia, tem um momento em que devemos dar uma passo pra trás, acredito essa ser a hora pra Bia e João. Não só pensar nos grandes torneios.
O João Fonseca tá parecendo o Rune, sabem jogar, são novos, tem a capacidade de jogar vários pontos longos, porém querem acabar a partida rápido, aí acontece o contrário erram demais e jogam ainda mais. Assisti quase todos os jogos do Fonseca no ano, ele comemora demasiadamente break points, porém break não é quebra. Olha ontem quando teve chances.
Vejo gente fazendo comparações do Fonseca com o Sinner, o Djokovic, Alcaraz e até o Nadal. É preciso entender que João Fonseca ainda não ganhou sequer um ATP500. Então, acho que não cabem comparações, que até eu mesmo fiz (confesso) quando ele ganhou Buenos Aires. Cada jogador tem uma história. Federer só deslanchou depois dos 21, 22 anos. Nadal e Alcaraz são muito precoces, o que é coisa rara. Djokovic também só evoluiu de vez e virou um fenômeno, desbancando a dupla Fedal, em 2011, aos 24 anos, embora tivesse ganhado o AO em 2008. Qual vai ser a história de João Fonseca? Não sabemos. O que sei é que o tênis moderno exige muito físico e controle mental, o que tem faltado à nossa estrela de 18 anos. Tem técnica e muita potência nos golpes, mas isso não basta para ser top 5 ou top 10. Tem de investir principalmente na força física. Ele chega mal em algumas bolas não tão difíceis e se desequilibra muito, já notaram? Se eu sou o Fonseca, contrataria urgentemente dois profissionais de excelência: um fisioterapeuta e um preparador físico.
Grande Mestre Delcin, Parabéns pelo Blog! Sempre cirúrgico! Só discordo um pouco em relação ao Fonseca. Eu diria que ele decepcionou um pouco sim! Sabemos que o processo de evolução leva um tempo no tênis, mas achei que ele deu alguns passos atrás, segurando o braço. Durante o jogo, mostrou o número comparando a rotação da direita do jogo com a média de 12 meses. O número dele tava bem abaixo. Em um dos breaks, ele teve a bola pra atacar e avançar a rede, acabou recuando e o adversário tomou as rédeas do ponto. E se se tirou o braço para diminuir os erros, não funcionou pois o números de erros não forçados foi o dobro dos Winners. Enfim, sabemos que ele é muito novo, um dos diferenciais dele é o mental, e entendo que nesse aspecto ele rateou um pouco, mas ele há de recuperá-lo. Importante não baixar a cabeça nesse momento mais crítico.
Forte Abraço!
Bom dia,
Como bem dito no texto, Wild é a esperança da vez, e porque não acreditar….!?
Quaiz…quaiz…quaiz…Fonseca, nervosismo !? E o que estaff faz nos horas de treinos, e aplicações no dia adia !?
Acaso eles também, não dão uma olhada nos de seus adversários !? E não é vergonha nenhuma, olhar uns 03 jogos do do adversário, e saber o os seus pontos fracos, e entrar na partida, de maneira firme e sólida, mas quem sou eu , para falar isso, JF tem que entender que seus adversários/Treinadores, já estudam os seus jogos, uma vez exposto nos holofotes, mais gente vai querer saber sobre vc, isso é fato.
Ah, BHM, na entrevista diz que é hora de ter calma, e se reencontrar !!?. Já paro na primeira frase…
E tenis é no dia a dia, há semanas espetaculares, nos outros dias, uma sinuca de bico, dentre esses ai, BHM, é que está semanas atrás de semanas, e não sai do buraco, como bem disse alguns colegas, por que que ela não dá um tempo para : reflexão para analisar em todos os detalhes, aonde está errando, o que houve para cair tanto assim de nivel, tempo para refletir, tempo para analisar, esfriar a cabeça, repensar o que de fato, mais mudanças!? Ela teria coragem de mandar esse treinador, mesmo que ele tenha ajudado ela nesse tempo todo ?
Dalcim! O tênis brasileiro, salvo os brilhos inesquecíveis de Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten, sempre caminhou à margem das grandes escolas mundiais. Enquanto Argentina, Espanha e Estados Unidos, outras; formam gerações inteiras de atletas competitivos, o Brasil, entre promessas e frustrações, segue sem um projeto sólido, deixando o talento se perder na ausência de estrutura e continuidade.
Você esqueceu o Thomaz Koch, mas realmente os melhores nomes, como Marcelo Melo, Bruno Soares, Thomaz Bellucci e Luísa Stefani, têm saído sempre de trabalho isolados.