2024: um ano memorável no tênis

Foto: BNP Paribas Open

A tão esperada ‘troca da guarda’ finalmente aconteceu em 2024. A liderança do ranking está com o jovem italiano Jannik Sinner, seguido por Alexander Zverev e Carlos Alcaraz. O último integrante do Big 3, Novak Djokovic aparece na 7a. posição, numa temporada em que não levantou troféu de Grand Slam, mas segue motivado e esperançoso para 2025.

Por sorte, essa nova realidade do tênis masculino trouxe jogadores talentosos e sobretudo carismáticos. Tanto é que Sinner aparece como um dos preferidos dos torcedores nas pesquisas de melhores do ano. E também não se pode dizer que Alcaraz não seja tão querido e capaz de resultados brilhantes.

Lembro que essa história de troca de líderes começou ainda no ATP Finals, de Londres, de 2019, quando Stefano Tsitsipas superou Roger Federer na semifinal (e foi campeão ao ganhar de Dominique Thiem, na decisão) e em entrevista na quadra John McEnroe quis criar polêmica. Perguntou para o grego se o comando do tênis masculino já estaria em novas mãos.

Apesar desse resultado, a verdade foi que o Big 3 seguiu seu domínio. E então outro polêmico astro do tênis, Marat Safin deu uma declaração das mais estrondosas. Disse que a nova geração realmente era muito boa, mas não vencia os jogadores mais experientes como Federer, Rafael Nadal ou Djokovic.

Por isso, sem colocar qualquer dúvida sobre a capacidade da dupla Sinner e Alcaraz fica a pergunta: será que seriam capazes de vencer os integrantes do Big 3, em momento em que os 3 estivessem em plena forma? Eu arrisco dizer que sim. Mas e uma dúvida que fica no ar.

Este ano de 2024 também torna-se memorável pelo fato de o Big 3 ter ficado fora dos títulos de Grand Slam. Sinner ganhou Austrália e US Open e Alcaraz Roland Garros e Wimbledon. O feminino andou por caminho semelhante. Aryna Sabalenka venceu em Melbourne e Nova York, enquanto Iga Swiatek ganhou em Paris e Barbora Krejcikova ergueu o troféu no SW-19.

Tenho a impressão de que os amantes do tênis podem revelar sim uma certa nostalgia, mas se sentem plenamente recompensados por esta nova geração. Assim, a perspectiva para 2025 é das melhores. O único senão envolve dois dos maiores nomes da atualidade. Afinal tanto Sinner como Swiatek ainda tem uma questão do doping a resolver. Difícil prever qual será a decisão especialmente para o italiano. Mas se alguma atitude teria de ser tomada, já houve muito tempo para isso.

Para o tênis brasileiro também são boas as expectativas. A decisão de Bia Haddad Maia em incrementar sua equipe é interessante. Sempre pode acrescentar, embora jamais ela mereça tantas reclamações para quem vem se mantendo num excelente ranking há tempos. A jovem revelação carioca, João Fonseca, também tem um talento enorme e já se pode dizer que é dono de um grande carisma.

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José Afonso
José Afonso
1 mês atrás

Sim, aconteceu a troca de guarda. Sinner e Alcaraz são jogadores incríveis e o Big 3 teve uma baixa tremenda em 2024, com a aposentadoria de Nadal e a queda de rendimento do GOAT dourado.

Vejamos agora se o último e maior membro do Big 3, prestes a completar 38 anos, consegue motivação, nível de tênis e resistência física pra botar água no chopp dessa rivalidade, assim como botou em 2011 na rivalidade do então Big 2! Seria muito interessante se ele conseguisse jogar como em 2023,

Aliás, ele declarou esses dias que pode desafiá-los e que se eles quiserem reinar, terão que enfrentar o último restante do Big 3. Uma pena não terem publicado aqui, não foi por falta de sugestão.

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
1 mês atrás

A meu ver é meio precipitado falar que a troca de guarda foi concluída. Se o Djokovic ganhar algum slam em 2025, o que não é absurdo de acontecer, o que vão dizer? Em 2024 o Nole não performou no padrão dos três anos anteriores mas ainda ficou entre os 10 melhores da temporada. Os confrontos contra o Alcaraz acho que terminou um triunfo pra cada lado. Nos embates contra o Sinnar é que o Djokovic ficou em grande desvantagem, acho que foi 3 a 0 para o Sinner (AO, Master 1000 de Xangai e Torneio de Exibição de Riad na Arábia Saudita).O ano de 2024 mostrou para o Djokovic que, se ele quiser ter chance de ganhar mais algum torneio importante, terá que ter um mínimo de ritmo de jogo e um mínimo de preparação. Vamos ver se o sérvio aprendeu a lição e se vai estar motivado para lutar por títulos importantes no ano de 2025.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
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