Wild vai atrás do top 50 no piso duro europeu

Apesar da longa série de torneios no saibro sul-americano, que se prolongará até a última semana de novembro, Thiago Wild optou por buscar o top 50 do ranking no piso duro coberto da Europa. O técnico Duda Matos confirmou que ele retornará ao circuito tradicional no 250 de Estocolmo, onde tem grande chance de entrar diretamente na chave, e depois tentará lugar nos 500 de Viena ou Basileia e no 1000 de Paris, devendo então encerrar a temporada nos 250 de Tel Aviv ou Metz.

“Thiago vem de dois títulos consecutivos em challengers na Europa”, enfatiza Duda, referindo-se às ótimas campanhas no saibro italiano de Como e Gênova. “Objetivo agora é focar nos ATPs. Acredito que o Thiago possa ir bem nos torneios maiores também”. Não se deve esquecer que ele derrotou nada menos que Daniil Medvedev na primeira rodada de Roland Garros em maio.

Wild é o número 76 do ranking nesta semana e por isso está com um pé dentro dos torneios 250 – Estocolmo fechou no ano passado acima dos 80 – e garantido nos qualis dos ATPs de maior quilate. A chave principal dos 500 europeus costumam fechar pouco acima do 50º posto e Paris, geralmente fica pertinho do 45º e a chave do quali, no máximo 80º.

Atualmente com 752 pontos acumulados em 12 meses, ele só perderá 14 na primeira semana de outubro e, no meio de novembro, defenderá 27. Tudo isso abre perspectivas bem animadoras para o paranaense de 23 anos. No ranking da temporada, ou seja, o acúmulo de pontos desde janeiro, ele é o 63º mais bem posicionado, com 725 pontos, algo suficiente para mantê-lo entre os 85 até o fim do calendário e o colocar no Australian Open.

Ao mesmo tempo, Wild está a teóricos 250 pontos da entrada no top 50. A meta sem dúvida é difícil, mas está ao alcance, até porque Wild se adapta muito bem ao piso duro e todos os torneios previstos dão pontuação relevante em caso de vitórias. Claro que esses torneios costumam reunir vários tops 10, já que há muita gente de olho nas vagas restantes para o ATP Finals. Estocolmo no ano passado teve Stefanos Tsitsipas, Cameron Norrie, Frances Tiafoe e o campeão Holger Rune. Já os dois 500 contaram também Carlos Alcaraz, Daniil Medvedev, Andrey Rublev e Casper Ruud.

A chance perdida por Bia
O incrível acidente de Bia Haddad Maia em Guadalajara, cortando as mãos no box do banheiro na véspera da estreia, foi duplamente cruel, já que pode ter custado muitos pontos para a brasileira nesta reta final de temporada.

Basta ver que Caroline Dolehide está na final do 1000 mexicano, depois de ter vencido com dificuldade Sachia Vickery, jsutamente a tenista que substituiu Bia. Logo depois, Dolehide tirou facilmente Ekaterina Alexandrova e então passou por Martina Trevisan, que por sua vez surpreendeu a cabeça 1 Ons Jabeur. Nesta noite, Dolehide decide com Maria Sakkari, que nunca ganhou de Bia.

Sem falar no prejuízo financeiro de não ter sequer entrado em quadra, Bia poderia estar na briga pelo 13º lugar do ranking tradicional e retornar às 10 primeiras da temporada, o que ainda lhe daria chance de lutar por vaga no Finals.

Meligeni e Monteiro atrás do top 100
Enquanto isso, Felipe Meligeni e Thiago Monteiro optaram pelo saibro sul-americano para buscar o top 100 e automaticamente a classificação direta para o Australian Open. Pensando diretamente no ranking da temporada, o que dispensa calcular defesa de resultados, Meligeni está com 407 pontos (130º colocado) e Monteiro soma 355 (148º). A tradicional linha de corte do 100º lugar são 600 pontos, porém garantia mesmo acontece com 620.

Os dois atuarão juntos tanto em Campinas, a partir de 2 de outubro, como na semana seguinte em Buenos Aires, ambos challengers que dão 100 pontos ao campeão. Caso não queiram disputar torneios um pouco menores, com nível 75, eles ainda poderão se dar bem nos challengers 100 de Montevidéu e de Brasília, este marcado para 20 de novembro. Portanto, ao menos 400 pontos estão em jogo para eles.

Ao olharmos para os jogadores nacionais que vêm mais abaixo, a situação é menos vistosa. Nenhum outro somou ao menos 170 pontos desde janeiro e isso coloca todos abaixo do 250º posto no ranking da temporada. Os mais bem posicionados são Gustavo Heide e João Lucas Reis.

O calendário sul-americano
A longa série de torneios no saibro da América do Sul começou na verdade logo depois do US Open, com a disputa de Santa Cruz de La Sierra (nível 75) e agora Antofagasta, no Chile (100). Na próxima semana, acontece o maior deles, o 125 na altitude de Bogotá.

Campinas está marcado para 2 de outubro na Hípica local, com Buenos Aires em seguida, ambos da categoria 100. Aí virão Santa Fé, Curitiba (23 de outubro), Guayaquil e Lima, todos sequenciais e de nível 75. Montevidéu está marcado para 13 de novembro, uma semana antes de Brasília, os dois da categoria 100. A última etapa acontecerá em Termuco, Chile, outro de75.

E mais

  • Novak Djokovic não vai mesmo à Ásia, concentrando-se no Masters de Paris e no Finals, torneios que poderão garantir seu oitavo número 1 ao final de uma temporada.
  • Isso dará oportunidade de Carlos Alcaraz brigar pela liderança, mas somente do ranking da temporada. Ele está 770 pontos atrás na Corrida, porém não poderá recuperar por enquanto os 2.800 do ranking de 52 semanas.
  • Alcaraz está mantido na lista do 500 de Pequim, mas há boa chance de disputar apenas o 1000 de Xangai.
  • Zverev passou para as quartas na China e assume o sétimo lugar no ranking da temporada, superando Holger Rune e Taylor Fritz.
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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