Wild enaltece Fonseca, lembra cirurgia e não se preocupa com pontos a defender

Foto: Divulgação/Fotojump

Felipe Priante
Do Rio de Janeiro, especial para TenisBrasil

Um dia antes de sua estreia no Rio Open, marcada para a segunda-feira por volta das 20h30, o paranaense Thiago Wild conversou com a imprensa e falou não apenas sobre o duelo com o espanhol Jaume Munar, contra quem já jogou cinco vezes, perdeu as quatro primeiras e venceu a última delas, também no saibro do ATP 500 carioca, no ano passado, mas também sobre a cirurgia pela qual passou no final de 2024 e o grande momento do tênis brasileiros, impulsionado por João Fonseca.

“Ele está vivendo um momento incrível, está jogando no nível de tênis altíssimo”, comentou o paranaense, que será ultrapassado por Fonseca no ranking da próxima segunda-feira e verá o jovem carioca assumir o posto de número 1 do Brasil. Isso não preocupa WIld, que vê com ótimos olhos não só a ascensão do carioca, mas também os bons resultados do país no circuito,

“Do tênis brasileiro, eu não preciso nem falar, é um momento que a gente vive tanto no tênis masculino como no tênis feminino: gente nova vindo, gente nova que já chegou com o João, eu jogando bem, o Thiago jogando bem, Bia jogando bem, uma galera jogando bem. A gente só tem que tirar o maior proveito desse momento”, analisou Wild.

O tenista de 24 anos mostra confiança não apenas em João, mas em toda equipe ao redor do compatriota e destaca que é importante para ele se apegar justamente no que dizem as pessoas que estão ao seu lado. Olhando para trás, Wild acredita que poderia ter enfrentado menos problemas neste período de sua carreira se tivesse tomado tal atitude.

“Ouvi melhor as pessoas que estavam mais perto de mim e ser um pouco menos cabeça dura. Ao mesmo tempo que a cabeça dura é uma coisa boa, pode ser uma coisa ruim também. Você tem que saber que é uma linha muito fina”, comentou o paranaense.

Cirurgia e recuperação

Em novembro passado, Wild passou por cirurgia para a retirada de três hérnias no abdômen e um cisto no ombro. Ele contou que o problema já persistia há um bom tempo e que no início acreditava que tinha apenas uma hérnia, sendo que as outras duas só foram descobertas por precaução da equipe médica que fez uma geral antes de passar pela operação.

“Foi uma coisa que eu vinha arrastando desde o Rio Open no ano passado e a gente tentou todas as possíveis formas de tratamento que não fosse cirurgia, mas não deu certo. Chegou um momento que eu não aguentava mais, não conseguia levantar da cama sem ter que virar de lado antes. Obviamente que custa, né? Ainda sinto dor, vai umas semanas para zerar, mas foi meio que um susto quando eu fiquei sabendo que eu tinha três hérnias e não uma só”, disse o brasileiro.

Para tentar evitar ter que passar por uma cirurgia para corrigir o problema, Wild enfrentou alguns contratempos. “Várias vezes que eu acordava e não conseguia desempenhar da maneira que eu gostaria, tanto em treino como em jogo. Imagina, pra levantar da cama do inimigo. E aí como é que, de onde tirava a disposição para treinar? Tomava remédio, fazia um treino diferente, tinha que dar um jeito”.

Estreia no Rio Open

Quadrifinalista no ano passado, o tenista de 24 anos encara a semana do Rio Open como mais uma e sabe que não terá moleza na estreia contra Munar. “Ele é um jogador que vive um momento ótimo, fez semifinal de Dallas na semana passada ou na anterior. A gente já jogou várias vezes e já treinou inúmeras vezes, com certeza vai ser um jogo duro e bastante pegado, como foi ano passado aqui, mas eu vou dar o meu melhor, como sempre”.

O peso de defender uma boa campanha no torneio é algo que não preocupa Wild, que tem uma abordagem diferente ao olhar para os pontos que têm a defender. “Quem tem que defender ponto são os primeiros do ranking, eu tenho que somar pontos nos torneios que eu vou jogar. Se eu cheguei nas quartas, posso somar até a final. Se eu ganhei o torneio, aí tenho que defender o torneio”, comentou o brasileiro.

“Não fico contando se vou perder 100 pontos aqui, ou 200 pontos lá. Se eu perder 100 pontos agora, posso fazer 100 na semana que vem. E se eu não fizer 100 na semana que vem, tenho a chance de fazer 50 em uma e 50 na próxima. Os 100 pontos que eu quero fazer, podem estar aqui no Rio Open, em Santiago, no próximo evento”, complementou Wild.

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Carlos Brito
Carlos Brito
2 dias atrás

Fez uma reflexão sobre a própria carreira, se for sincera é muito válida. O ténis está ali e todos sabem. Joga muito, com cabecinha no lugar e boa estratégia de jogo acho que pode fazer mais do que já fez até agora.

Gustavo Santos
Gustavo Santos
2 dias atrás

tomara que jogue bem e faça uma boa companhia

Thiago Silva
Thiago Silva
2 dias atrás

O Fonseca é um jogador muito mais inteligente que o Wild, na idade do Fonseca o Wild tava se gabando pra namorada que tinha bisavós nazi. O Fonseca tem a mentalidade do Alcaraz e do Sinner, sabe que tem jogo pra chegar lá na frente e não vai perder tempo com bobagem.

Matheus
Matheus
2 dias atrás
Responder para  Thiago Silva

Será que tava se gabando mesmo ou só relatando a título de curiosidade? Mas de qualquer forma, relacionamento nessa idade é complicado para a carreira, espero que a staff do Fonseca tenha sabedoria para blindar sem prender demais ( que talvez tenha ocorrido com o alcaraz ).
Porém não se deve ficar idealizando o garoto como um santo que não vai cometer nenhum deslize, essa idealização é prejudicial porque o hater depois vai vomitar toda a espectativa frustrada

Fernando S P
Fernando S P
2 dias atrás
Responder para  Thiago Silva

Para de inventar só pra despejar teu rancor. Quando o Wild tinha a idade do Fonseca ele era Top 500 (tomou vários R1 em CH no ano de 2018).

A menina oito anos mais velha, só deve ter dado moral pra ele depois do título em Santiago (2020). Nem preciso procurar a data do namoro pra imaginar isso.

Ah, e vale lembrar que ela também detonou publicamente o namorado anterior… que, por acaso, é irmão do Felipe Neto.

Dito isso, o Wild era sim um moleque. Deu uma amadurecida, mas querer comparar com o Fonseca é covardia. O João é um garoto excepcional.

Carlos Brito
Carlos Brito
2 dias atrás
Responder para  Fernando S P

“que por acaso, é irmão do Felipe Neto”. E daí?
Uma coisa não exclui a outra, as coisas que foram expostas foram bem contundentes. Dito isso, que nem importa aqui porque aqui é apenas tênis, acho sempre que os jogadores têm sempre o seu próprio tempo, pode aparecer um cara amanhã com 18 anos no nível do Fonseca que só vá vencer um ATP aos 20 ou 21 anos. O tempo de cada um é subjetivo e acredito que Wild mesmo prestes a completar 25 (muito jovem) poça fazer grandes coisas no tênis, mas numa coisa concordo. O Fonseca é um cara fora da curva, um garoto excepcional como você disse.

Fernando S P
Fernando S P
2 dias atrás
Responder para  Carlos Brito

Quando há repetição de comportamento, a credibilidade da fonte cai.

O Wild não foi o primeiro a tomar um exposed ao vivo. Citei o Felipe Neto porque o outro também era “famoso” (talvez por isso a exposição pública).

artur
artur
2 dias atrás
Responder para  Thiago Silva

ele era muito moleque. Nos prints que a menina soltou na época, ele falava que em semana de torneio ia pras noitadas e etc. Vai jogando pro ralo o talento que muita gente daria a vida pra ter. Ainda é jovem, da pra centrar a cabeça e acreditar que o melhor tenis dele ainda está por vir.

Maurício
Maurício
2 dias atrás
Responder para  artur

Igual o menino neymar, que pode ter 50 anos que podem chamar de menino, pq adulto vai demorar para o neymar ser, a atitude dele é de menino mesmo

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