PLACAR

Vacilos de Bia custaram caro

Foram três horas intensas, mais de 200 pontos disputados e os pequenos vacilos de Beatriz Haddad Maia lhe custaram a eliminação ainda na segunda partida do WTA 1000 de Montréal, um contraste diante da espetacular campanha do ano passado em Toronto, em que só parou na final diante de Simona Halep.

Há de se fazer o necessário elogio ao desempenho de Leylah Fernandez, que entrou apoiada pelo público mas naturalmente pressionada por uma fase irregular, que vem desde a lesão no pé que sofreu na última temporada e a levou do 13º posto em setembro de 2021 para o atual 81º lugar. Certamente, a habilidosa canhota joga muito mais que isso.

Bia tentou se impor no começo do jogo e deu certo, mas o saque a deixou na mão nas horas menos indicadas, como aconteceu com a dupla falta que permitiu a reação da adversária. Daí em diante, Fernandez pareceu mais leve e entendeu que teria de arriscar mais do que o normal. Foi exatamente o que fez e vejam os números no final da partida: 31 winners e 50 erros contra 13 e 37. Diferença bem grande. Foi outra dupla falta que deu a quebra definitiva para a canadense, que se vingou da derrota sofrida um ano atrás em Toronto e vai enfrentar Danielle Collins.

Como defendia 650 pontos, Bia Haddad cairá para o 19º lugar do ranking, sua mais baixa classificação desde que apareceu como 24ª em 8 de agosto de 2022. Isso significa que a canhota brasileira completou todo um ano entre as top 20, o que mostra consistência e afasta o fantasma da gangorra do ranking, que é bem comum entre jogadoras que conseguem uma grande arrancada repentina.

O próximo desafio é Cincinnati, um piso tradicionalmente mais veloz e onde Bia competiu apenas duas vezes. Furou o quali e passou uma rodada em 2017 e parou logo na estreia do ano passado diante de Jelena Ostapenko. Isso quer dizer que o caminho está aberto para somar pontos e a meta precisa ser o grupo das 16 primeiras cabeças no US Open. Para isso, terá de ganhar pelo menos 203 pontos, ou seja atingir no mínimo as quartas., que valem 215.  

 

E mais

    • Carlos Alcaraz jogou para o gasto e chega a 13 vitórias consecutivas. Ben Shelton só ameaçou no primeiro game do jogo, mas o jovem canhoto americano saca bem e não se pode vacilar com ele num piso veloz. Hubert Hurkacz é real perigo ao número 1.
    • Gael Monfils brilhou de novo e não tomou conhecimento do desanimado Stefanos Tsitsipas. Enfrenta a surpresa Aleksandar Vukic e pode pegar Jannik Sinner ou Andy Murray nas quartas. Setor muito divertido da chave. Escocês ficou 2/4 atrás no terceiro set para bom Max Purcell.
    • Mackenzie McDonald e Milos Raonic fazem duelo muito inesperado. O americano tirou Aslan Karatsev e Andrey Rublev com jogo muito firme da base. Raonic fez 15 aces e só perdeu 3 pontos com o primeiro saque. Quem vencer, pega Alejandro Fokina, que fez pícadinho de Alexander Zverev, ou Casper Ruud.
    • Daniil Medvedev e Lorenzo Musetti é outro bom jogo de oitavas e no setor estão também Taylor Fritz e Alex de Minaur. Bem equilibrado, mas vejo o russo como favorito.
    • Marcos Giron joga direitinho, principalmente lá de trás, mas a falta de seriedade tática de Holger Rune chegou a incomodar. Por vezes, o dinamarquês parece jogar sem pensar.
    • Karolina Pliskova deu trabalho a Iga Swiatek, que agora repete final de Roland Garros contra outra Karolina, a Muchova.
    • Coco Gauff encara Marketa Vondrousova e quem vencer deve encarar Jessica Pegula. Essa parte superior da chave está equilibrada.
    • Elena Rybakina suou muito contra a recuperada Jennifer Brady e terá novo desafio contra Sloane Stephens. Gostei de ver as subidas frequentes de Petra Martic à rede como antídoto a Aryna Sabalenka. A cabeça 2 levou e enfrenta outra tenista muito agressiva, Liudmila Samsonova.
    • Totalmente frustrante a atuação de Luísa Stefani ao lado de Katerina Siniakova. Só ganharam três games de dupla pouco expressiva.
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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