US Open, o maior espetáculo da terra… no tênis, é claro

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E começou o maior espetáculo da terra. No tênis, é claro. Pode parecer exagero para quem tanto ama Roland Garros, tem admiração por Wimbledon ou gosta do clima do Aberto da Austrália. Mas, na minha opinião, nada se compara à atmosfera eletrizante do US Open. Há um tempo eu definia como a Disneylândia do circuito e vejo que além das emocionantes competições é também um torneio muito divertido.

Estes dias que antecederam a chave principal já deu para notar o quanto os norte-americanos sabem promover um evento. Sem falar do sucesso das festas como a fan-week (com mais de 200 mil pessoas), ou o recorde de público no Kids Day, o próprio qualifying demonstra bem a grandiosidade do evento. Não sei se muitos sabem ou lembram, mas esta fase classificatória, antigamente, não pagava nem prêmios. O jogador se matava na quadra e, de repente, poderia ir para casa de mãos abanando. Hoje, este qualificatório é mais rico do que muitos torneios ao redor do mundo.

Esse tom popular do US Open começa pela escolha da atual sede. O torneio já foi disputado em outros locais mais sofisticados. Porém, a USTA (a toda poderosa associação de tênis dos Estados Unidos) ao construir o Centro Nacional de Tênis preferiu um subúrbio simples, de fácil acesso e numa zona populosa. Por isso, explico que apesar dos valores altos de ingressos para a Arthur Ashe em jogos da segunda semana, há entradas bem razoáveis para os primeiros dias de competições. E as quadras secundárias também são festivas. É a oportunidade de ver um jogo praticamente debruçado no clima intenso de uma partida.

Essa área de quadras secundárias de Flushing Meadows é sim meio barulhenta. O bate bola e reações de um jogo podem atrapalhar a concentração de um outro. Mas isso faz parte do desafio de um festivo Grand Slam. E ao ouvir esse comentário hoje na televisão lembrei de uma história antiga, mas que define bem a situação. Certa vez, um grande tenista brasileiro que brigava com a balança caiu seguidamente numa quadra que ficava ao lado de uma barraca de hambúrguer. Depois de ser tentado pelo suculento aroma, foi à sala do árbitro geral e implorou para não jogar mais no mesmo local. E o legal é que foi atendido.

Mesmo com esse clima agradável das quadras de fora, sempre que alguém me pergunta sobre a possibilidade de assistir ao vivo o US Open faço uma recomendação: estar em pelo menos uma vez na sessão noturna da Arthur Ashe. Os jogos são emocionantes e os intervalos entre os games … uma festa. Em Flushing Meadows é que começaram a colocar música, telão e barulho nas viradas. E acreditem: quem mais foi contra foi justamente o colorido e descontraído Andre Agassi.

Enfim, o US Open é um dos mais atraentes torneios do Grand Slam. E neste pé de matéria vou me permitir a uma explicação, pois algumas pessoas já me perguntaram. Sei que não seria necessária e nem mesmo seria cobrado. Mas estava tudo certo para no dia 24 passado eu viajar para o meu 22º Aberto dos Estados Unidos. Como colunista do TenisBrasil e membro da ITWA (International Tennis Writer’s Association) recebi uma valiosa credencial, com mesa exclusiva de trabalho, acesso à quadra central, ao players lounge, transporte e tarifas diferenciadas nos hotéis oficiais. Mas alguns dias antes do embarque amanheci com uma mancha no olho. Fui ao oftalmologista e passei por cirurgia de emergência por deslocamento de retina. Já estou bem em boa recuperação. Justifiquei minha ausência para a USTA e fui muito bem correspondido com gentileza e compreensão. Vida que segue.

14 Comentários
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Jonas
Jonas
18 dias atrás

Em termos de espetáculo, colocaria US Open em primeiro, seguindo de Roland Garros, Australian Open e Wimbledon.

Hamilton
Hamilton
17 dias atrás
Responder para  Jonas

Roland Garros e Wimbledon sao ZERO espetaculo.

João Sawao ando
João Sawao ando
17 dias atrás
Responder para  Jonas

Nunca fui a nenhum dos quatro gs. Gostaria de conhecer Wimbledon. Depois rolando garros

Gustavo
Gustavo
16 dias atrás
Responder para  Chiquinho Leite Moreira

Excelente comentário

João Sawao ando
João Sawao ando
17 dias atrás

Boa recuperação Chiquinho. Espero que esteja bem.

João Sawao ando
João Sawao ando
17 dias atrás
Responder para  Chiquinho Leite Moreira

Foi laser ou vitrectomai com retinopatia e colocação de óleo de silicone .sou oftalmologista sabe disso né? Mas não faço retina . Só miopia astigmatismo hipermetropia catarata glaucoma. Quem foi que te operou aí em São Paulo? Certamente está em boas mãos. É mais uma vez Boa recuperação. Abraço joao

Guilherme
Guilherme
17 dias atrás
Responder para  João Sawao ando

Só mede o grau então kkk

Rodri
Rodri
16 dias atrás

Espero que esteja 100% recuperado Chiquinho. Mas fiquei curioso pra saber qual era o tenista que brigava com a balança e o aroma suculento kkkk

Gustavo
Gustavo
16 dias atrás

Muito legal o que vc escreveu sobre o US open.
Sobre a tua saúde, que susto, mas que bom que já foi ao médico e resolveu. Melhoras na tua recuperação.

Fernando Fonseca
Fernando Fonseca
16 dias atrás

Melhoras Chiquinho!
É uma pena que você teve essa emergência cirúrgica, que te impediu de comparecer pela 22ª vez ao US Open.
Eu compareci em 2011 e tive as mesmas sensações que você descreveu.
Aliás, é um prazer ler teus textos!
Minha dica: comprar ingresso para uma das finais de duplas.
Pois quando eu fui, do meu assento no estádio Arthur Ashe, ouvi no alto-falante “todos estão convidados para os assentos do nível da quadra” – os melhores – e parece que isto é tradição lá.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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