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Treinadores explicam a evolução e sucesso de Sinner

Foto: ATP

Melbourne (Austrália) – Não é de hoje que o italiano Jannik Sinner vive um bom momento. Desde o segundo semestre do ano passado, o jogador de 22 anos vem apresentando o melhor tênis da carreira e acumulando números importantes. Nesse período, foram 39 vitórias em 45 jogos, três títulos de ATP e agora a conquista de seu primeiro Grand Slam no Australian Open. Isso sem contar a conquista da Copa Davis com a Itália, quebrando um jejum de 47 anos.

Nos grandes duelos, Sinner também vem demonstrando superioridade sobre seus principais rivais. Diante dos três jogadores que estão acima dele no ranking, ele levou a melhor nos confrontos mais recentes. Contra o número 1 do mundo Novak Djokovic, o jovem italiano venceu três dos quatro últimos jogos, em um espaço de pouco mais de dois meses. No entanto, o sérvio ainda tem 4 a 3 no confronto direto.

Já diante do russo Daniil Medvedev, superado em cinco sets na final deste domingo, o italiano marcou sua quarta vitória seguida, apesar de o rival ainda ter 6 a 4 no histórico de confrontos. Outro grande nome da nova geração, Carlos Alcaraz tem retrospecto negativo contra Sinner, que venceu as últimas duas partidas, uma delas já na reta final de 2023, na campanha do título em Pequim.

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Para explicar o atual sucesso de Jannik Sinner no circuito, os dois treinadores do italiano, Simone Vagnozzi e Darren Cahill, revelaram na coletiva de imprensa desta sexta-feira alguns detalhes que fazem do pupilo um dos nomes mais visados do momento no tênis mundial.

“A ética de trabalho, o propósito, o desejo, a vontade de aprender e o QI do tênis. Jannik tem tudo isso, além de senso de humor. Ele é um cara legal e um amante da diversão. O final da temporada passada fez com que ele ganhasse muita confiança, conseguiu quebrar alguns obstáculos e melhorar seu papel em certas rivalidades. O segredo é que nunca parou de melhorar e evoluir. Ainda falta um jogo aqui, será um jogo muito difícil, por isso teremos que continuar dando passos em frente. No domingo o mais importante é se divertir”, destacou Cahill, que faz parte da equipe de Sinner desde junho de 2022.

Vagnozzi, por sua vez, diz que o jogador tem um talento natural, mas precisava lapidar alguns pontos de seu jogo. “Quando comecei a trabalhar com Jannik ele já era um jogador incrível, então o desafio era tirá-lo da monotonia, evitar que jogasse sempre da mesma forma. Ele pressionava muito, mas sem nenhuma tática. Agora consegue jogar com velocidade, sabendo onde colocar a bola, acertando drop shots e jogando alguns slices. Criou um estilo, além de melhorar muito o saque”, pontuou.

Outro aspecto essencial que Sinner vem trabalhando nos últimos tempos é a parte física, algo que durante algum tempo foi um grande empecilho em sua carreira. Agora sob a supervisão do preparador físico Umberto Ferrara, ele dá claros sinais de evolução e maior resistência dentro de quadra.

“A parte física tem sido fundamental. Agora ele consegue se movimentar com mais eficiência, manter o alto nível por mais tempo e em partidas de cinco sets. Mas é o físico, o fisioterapeuta, a dieta, a tecnologia. Há muitos fatores a ter em conta para construir o caminho correto”, explica Darren Cahill.

Por fim, o treinador australiano fala sobre o poder ofensivo de Sinner e afirma que os golpes do jogador italiano são especiais, comparando-o a lendas como Andre Agassi, Rafael Nadal e Roger Federer. “O som da bola dele ao bater é incrível, é um som único e especial que se obtém com a velocidade da mão. Ele tem trabalhado muito nisso, embora uma das coisas mais difíceis para um treinador seja impedir o jogador de treinar. Se dependesse dele, não sairia de quadra. Temos que encontrar o equilíbrio nisso tudo. É um malabarismo que nós, treinadores, devemos ter”, diz.

“Agassi batia assim e parecia que ele acertava mais forte que todo mundo. Com o Rafa é exatamente a mesma coisa, ou com o Roger quando ele disparava um forehand dava para ouvir aquele som. Não é uma pessoa normal batendo na bola. Todos esses jogadores têm um som diferente e Jannik também”, completou.

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6 Comentários
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Leo realista
Leo realista
5 meses atrás

Interessante que os treinadores não colocaram o Djokovic no roll de jogadores com batidas especiais.

Jan
Jan
5 meses atrás
Responder para  Leo realista

Verdade! O goat Djoko ficou fora da lista desses treinadores! Rivalidade…

Carlos
Carlos
5 meses atrás
Responder para  Leo realista

Vocês gostam muito de ficar “problematizando” toda e qualquer declaração. Chatos demais, bicho. Ele também nao citou Sampras, nem Borg, nem Murray. É maneira de falar. Deixem de frescura.

Kelly
Kelly
5 meses atrás
Responder para  Carlos

Creio que o técnico não quis citar o Djoko, porque o Sinner deverá reencontrá-lo em quadra num futuro próximo. Pra que elogiar um rival tão perigoso e o maior da atualidade?

Guilherme Fernandes de Carvalho
Guilherme Fernandes de Carvalho
5 meses atrás
Responder para  Leo realista

Acho o Djokovic o melhor de todos os tempos, mas o estilo dele não é bater — é usar o ritmo do adversário e redirecionar, devolver, macerar o adversário. Não lembro de cabeça, mas não deve ter nenhum lance dele nos forehands mais rápidos do ano passado, mas deve ter um monte de passada impossível.
Mesma coisa sobre o Alcaraz: direita dele sai com som diferente da raquete, esquerda não. Do Sinner, tanto FH quanto BH saem estralando.
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