Melbourne (Austrália) – A conquista inédita de Madison Keys no Australian Open tem como ponto-chave a preparação mental. A norte-americana de 29 anos, que venceu seu primeiro Grand Slam neste sábado ao superar Aryna Sabalenka em três sets, revelou que precisou de terapia e de um longo processo de aceitação para finalmente se sentir em condições de competir no mais alto nível contra as melhores do mundo.
“Desde muito jovem, senti que, se eu nunca vencesse um Grand Slam, não teria alcançado as expectativas que as pessoas tinham de mim. Esse foi um peso muito grande para carregar por muitos anos”, disse Keys após a vitória por 6/3, 2/6 e 7/5 sobre Sabalenka, número 1 do mundo e bicampeã em Melbourne. “Deixar de lado esse tipo de cobrança interna foi o que me deu a liberdade para entrar em quadra e jogar um tênis de qualidade, o que me permitiu conquistar um Grand Slam”.
“Cheguei finalmente ao ponto em que estava orgulhosa de mim mesma e da minha carreira, com ou sem um título de Grand Slam. Aceitei que, mesmo que isso nunca acontecesse, eu não precisaria de um troféu para considerar minha carreira boa ou merecedora de reconhecimento como uma grande tenista”, explica a norte-americana, que já havia sido finalista do US Open em 2017 e perdido para a compatriota Sloane Stephens. “Estou muito orgulhosa de mim mesma, por estar de volta à essa posição e pela forma como joguei hoje e terminei a partida tão forte. Eu sempre acreditei que poderia voltar, mas conseguir esse título significa muito”.
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A campeã do Australian Open conta que a preparação mental teve mudanças ao longo dos últimos anos. Ela explica que antes o trabalho era focado apenas no âmbito esportivo e que hoje o tratamento é muito mais amplo. “Fiz muita terapia. Foi algo em que realmente me dediquei. No passado, tentei seguir mais o caminho da terapia esportiva, com foco em rotinas, controle de variáveis e essas coisas. Eu era boa nisso. Mas para realmente evoluir, precisei encarar como me sentia e ser honesta comigo mesma. Eu não queria me enxergar como alguém que estava lutando internamente, mas a verdade é que eu estava enfrentando muitas dificuldades”.
Keys também destacou como o progresso foi construído de forma gradual. “Buscar ajuda de verdade e conversar sobre o que sentia, não apenas sobre o tênis, mas também sobre como eu me via como pessoa, foi transformador. Honestamente, acredito que, se não tivesse feito isso, não estaria aqui hoje. É algo que vai crescendo aos poucos. De repente, você começa a vencer vários jogos”, explicou a experiente tenista, que venceu seu 12º jogo consecutivo na temporada, com um título no torneio preparatório de Adelaide há duas semanas.
Algoz também de Iga Swiatek na semifinal, salvando um match-point na última quinta-feira, a norte-americana de 29 anos se torna a primeira jogadora a derrotar as números 1 e 2 do mundo no mesmo Grand Slam desde Svetlana Kuznetsova no saibro de Roland Garros 2009 e a primeira na Austrália desde Serena Williams em 2005. ‘Então, você chega aqui. Acho que vencer aquele jogo contra a Iga foi um grande marco para mim. Eu sempre acreditei que poderia vencer, mas fazer isso da forma como aconteceu… Depois daquela partida, pensei comigo mesma: ‘Eu posso, sem dúvida, vencer no sábado”.
Parabéns keys
Lendo o depoimento dela, só pensei na Bia. Espero que ela consiga também lidar com seus demônios internos para jogar mais leve e menos pressionada por si mesmo. Mental é tudo nesse esporte.
João pensei a mesma coisa. Se a Meus continuasse querendo quebrar a bola como sempre jogou não teria conseguido. Tá na hora da Bia ver esse tipo de exemplo em vez de perder sempre do mesmo jeito e dizendo que aprendeu.
Verdade….muito difícil sair da teoria para prática….a Bia sabe o que fazer mas não consegue….talvez precise do mesmo trabalho que a keys se submeteu….para desenvolva todo o seu potencial…
Saiu errado quis dizer a Madison
“Buscar ajuda de verdade e conversar sobre o que sentia, não apenas sobre o tênis, mas também sobre como eu me via como pessoa, foi transformador. Honestamente, acredito que, se não tivesse feito isso, não estaria aqui hoje. (sobre terapia).
(Aprendemos com o esporte)
Grande jogadora, foi coroada com um título à sua altura, merecido demais, torci muito para Keys ❤️
Um título com autoridade e merecimento . Parabéns Keys, grande lutadora !
Keys lembrou a Bia no Roland Garros de 2023! Aquela Bia que nunca desistia! Pra mim, era o diferencial da brasileira! Um mental de adamantium
Em homenagem à humilde Madison Keys, que soube esperar e trabalhar por 7 longos anos depois de sua Final de Grand Slam, para enfim ganhar seu merecidíssimo Grand Slam, uma musiquinha singela:
Bem que se KEYS,
depois de 7 anos ainda ser feliz…
Mas já não há “derrotas” pra fazer eu voltar…
E o que é que o “match point” fez da nossa vida aha?
O que é que a gente não faz por um “Grand Slam”?
Mas tanto faz,
já me esqueci de te “temer” porque
o “break point” é o meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais,
a minha “passada” corre pro seu lado…
Agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim, pegar o “drop shot” de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando com medo do pneu,
vem por favor e erra assim,
derrapa devagar,
deixa a bola na rede e me faz vencer… Uera, uera, ohm… Uera, uera, ohom…
Bem que se KEYS…
Boa
A Keys percebeu que se quisesse melhorar de verdade o seu já muito bom tênis, teria que trabalhar muito e em todos aspectos que fazem os tenistas serem top.
Das vezes que vi a Keys jogar do ano passado para trás, e o que ela jogou neste ano, e principalmente no AO, foi uma ascensão e tanto.
Nunca vi acontecer isso numa tenista veterana.
Ela e sua equipe estão de parabéns.
Que sirva de lição para os outros.
Que CENSURA absurda é essa que meu comentário homenageando a KEYS não foi publicado? Estamos em uma Ditadura Da Censura Seletiva ???
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Tênis é um esporte solitário. E cada ponto exige concentração e calma. Ficar nervoso, ansioso prejudica muito o desempenho.
Auto confiança também.
Por isso sempre digo que é um esporte muito mental, emocional.
Ter um psicológo do esporte na equipe passou a ser uma necessidade.
Que prazer ver a Keys jogar com grande consciência esta final, numa clara evolução tática e mental, várias vezes, quando suficiente, apenas angulando as bolas sem excesso de força, para evitar erros. Só consegue uma evolução tão grande quem tem peito para encarar a verdade, como a próprio Keys revela : “Para realmente evoluir, precisei encarar como me sentia e ser honesta comigo mesma. ” É isso aí. Parabéns! E também pela simpatia!
Parabéns! E não foi por menos, precisou muito do mental fortalecido para vencer 4 jogadoras muito talentosas em sequência. Muita perseverança!