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‘Serena mudou o nível do tênis’, garante Seles

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Nova York (EUA) – Integrante do Hall da Fama e com uma carreira repleta de títulos, Monica Seles tem olhado para o tênis feminino com certa expectativa. Para ela, a modalidade carece de um nome que possa mudar o nível do jogo praticado atualmente. A última pessoa a fazer isso, na opinião dela, foi a norte-americana Serena Williams, que aos 40 anos já começa a encaminhar sua aposentadoria.

Durante um período muito intenso, no começo da década de 1990, Monica Seles dominou o noticiário esportivo, em sites como JornalEsportes e outros portais espalhados pelo mundo. Após o primeiro título em Roland Garros, em 1990, ainda com 16 anos, ela empilhou outras grandes conquistas, com o tri no Australian Open e em Paris e dois troféus no US Open, além de um vice em Wimbledon.

Tudo mudou em 1993, quando ela foi atacada com uma faca por um fã da alemã Steffi Graf, que reinava o circuito quando Seles despontou e se criou assim uma grande rivalidade. As duas disputavam títulos e finais com frequência e Seles tirou Graf da liderança do ranking já em 1991.

Após o ataque, a carreira de Seles nunca mais foi a mesma. Naturalizada norte-americana em 1994, ela voltaria a jogar quatro finais de Grand Slam, reconquistou o Australiam Open em 1996, mas o episódio dramático, somado a uma série de lesões nos pés, ajudaram a abreviar a carreira da tenista sérvia. Ela se aposentou definitivamente das quadras em 2008 e, no ano seguinte, entrou para o Hall da Fama da modalidade.

Desde que deixou o esporte profissional, Seles tem se dedicado a observar a modalidade, seus avanços e retrocessos. Em entrevista recente publicada pelo site oficial de Indian Wells, ela afirmou que espera ver surgir uma tenista que possa mudar o nível do jogo.

“Em termos de estilo de jogo, Martina Navratilova mudou o nível do esporte, e que acho depois Serena impôs um outro rumo para o tênis feminino. Mas ainda não tivemos, depois de Serena, aquela pessoa que diríamos: ‘uau , essa pessoa trouxe algo para o jogo que sabemos ser muito especial’. Como ex-número 1, mal posso esperar para que isso aconteça novamente”, disse Seles.

“Para mim, se você é uma criança em casa assistindo a todos esses campeões essa deve ser sua motivação, porque você sempre quer fazer melhor que seu ídolo, sempre quer inovar. Eu tentei fazer isso do meu jeito. Alguém como Serena inovou a um nível ainda mais alto. Para mim, isso é inspiração”, complementou Seles, que golpeava a bola com duas mãos tanto no forehand como no backhand e sacava como canhota.

Ao longo da entrevista, ela também falou sobre os rumores que envolvem uma possível aposentadoria de Serena. Mais uma vez, a sérvia se rendeu à carreira da norte-americana. “Serena é uma campeã para mim dentro e fora da quadra, quebrando tantas barreiras. Como alguém que competiu contra ela, adoraria vê-la jogar, mas também entendo que o esporte não é gentil conosco depois de uma certa fase. É super competitivo. Definitivamente será um desafio para ela seguir em alto nível, mas ela pode fazer isso”.

Outro ponto de destaque na entrevista foi a abordagem da ex-campeã no que diz respeito à questão psicológica dos atletas, citando exemplos como a japonesa Naomi Osaka e o grego Nick Kyrgios, que já falaram do tema publicamente e usando experiências próprias como exemplo. Para Seles, é um passo importante na conscientização a respeito dos limites psicológicos dos atletas.

“É incrível como os jogadores estão mais abertos e podem falar sobre suas dificuldades de saúde mental dentro e fora da quadra. Porque na minha geração, quando tentei falar um pouco sobre o que eu estava passando, foi tipo ‘oh, meu Deus’. Cortaram o assunto rapidamente. É um momento diferente agora, mas são os mesmos problemas. Eles afetam os jogadores talvez de uma maneira específica, mas essencialmente é o mesmo problema, porque o tênis é um esporte tão individual. A pressão está realmente em você. É fantástico que se fale de saúde mental sem estigmas. Espero que isso continue por mais tempo.”

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