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Roberto Marcher falece aos 77 anos em São Paulo

Roberto Marcher contribuiu em várias fases do tênis brasileiro e foi diretor do Brasil Open (Foto: Marcello Zambrana/DGW)

São Paulo (SP) – Vítima de uma anemia, o gaúcho Roberto Issler Marcher faleceu na tarde desta quinta-feira em São Paulo, aos 77 anos. Seu estado de saúde sofreu complicações e incluiu infecção dos rins, tudo em decorrência de ter quebrado o fêmur, num tombo recente, quando foi internado. Roberto havia feito há 14 anos um transplante do fígado. Seu corpo será cremado em cerimônia privada.

Natural de Porto Alegre e tenista que começou na Associação Leopoldina Juvenil, ele terminou obrigando seu pai a comprar um título na Sogipa, pois queria treinar com o histórico técnico Ernesto Petersen, que o influenciou no início. Marcher tinha dois irmãos e atualmente era casado, mas não teve filhos.

Foi tenista de muito boa qualidade, tendo figurado no ranking brasileiro de 1971 como um dos 10 melhores do País. Neste ano ganhou o título de duplas no Campeonato Brasileiro de Adultos, em parceria com seu grande amigo, Thomaz Koch, vencendo na final Jorge Paulo Lemann e Ivo Ribeiro. Jogou em Wimbledon, em 1972, mas com Koch passou duas rodadas no antigo US Open, disputado ainda em Forest Hills.

Teve sua formação tenística no exterior com grandes nomes do esporte, como o colombiano Pato Alvarez, o equatoriano naturalizado americano Pancho Segura Cano, o australiano Lex Wood, o colombiano Pato Alvarez e o dinamarquês Torben Ulrich, além do americano Vic Braden. Assim, terminou com uma cultura tenística de grande qualidade.

No convívio com Koch e Ronald Barnes, se especializou mais na mecânica, golpes, estratégia e tática do jogo de tênis. Treinou muitos grandes tenistas e nomes do País, como Patrícia Medrado, mas tinha uma especial predileção em falar de Thomaz Bellucci, a quem admirava muito.

Muito culto, dominava o espanhol e o inglês, inclusive lendo obras clássicas nos originais. Chegou a ser professor de espanhol na Florida State University, onde tinha sido aluno e tenista universitário. Defendeu e teve tese nesta instituição em literatura espanhola. Foi adepto e praticante da ioga e admirador do famoso mestre Yogananda.

Atuou também como diretor de torneios, especialmente da Koch Tavares, ao lado do amigo Luís Felipe Tavares. Recentemente, foi diretor do Brasil Open. Pouco antes, publicou, em parceria com o também falecido Gianni Carta, o importante livro ‘O Tênis no Brasil – de Maria Esther Bueno a Guga’.

* Com informações de Walmor Elias e do Memorial do Tênis Brasileiro.

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