O 100 no ano do 100

Foto: ATP Tour

A espera acabou. Nove meses depois de colocar a tão sonhada medalha de ouro olímpica no pescoço na Philippe Chatrier, o multicampeão Novak Djokovic atingiu a ansiosa meta de erguer o 100º troféu de simples de sua inigualável carreira, tornando-se apenas o terceiro profissional entre os homens a ter três dígitos, atrás de Jimmy Connors (109) e Roger Federer (103). Verdade seja dita, a coleção do sérvio tem mais gabarito que a dos concorrentes, principalmente se pensarmos nos 24 títulos de Grand Slam.

Não menos importante, Djokovic ganha o embalo necessário para chegar a Roland Garros na melhor forma possível. Achou o ritmo perdido em Genebra e tirou o peso que a contagem centenária vinha causando. A dificílima vitória neste sábado em cima do ‘freguês’ Hubert Hurkacz, saindo de 2/4 no terceiro set, mostrou novamente Nole confiante e preciso na hora do aperto, algo que não se via há meses. E isso tudo na semana que completou 38 anos.

Claro que ainda é preciso cautela quando se pensa nas suas chances de tetracampeonato, porque o esforço em melhor de cinco sets é outro universo. A boa notícia para ele está no sorteio da chave, que colocou Daniil Medvedev ou Ugo Humbert como principais barreiras até as quartas. Se conseguir evitar desgastes desnecessários, será inevitavelmente favorito diante de hipotético duelo contra Alexander Zverev e poderá fazer o já aguardado reencontro com Jannik Sinner.

Além do histórico 100º título de Djokovic nesta véspera de Roland Garros, vale lembrar que o Slam do saibro também comemora 100 anos desde a primeira edição em que foram permitidas as inscrições de estrangeiros, em 1925, o que deu origem ao Championnats Internationaux de France, ainda o nome oficial do torneio.

E mais

– No século 21, apenas Guga (2001) e Nadal (10 vezes) defenderam títulos em Roland Garros. Alcaraz, de 22 anos, não poderá quebrar a marca de Borg, que foi bi aos 19 anos.
– Sinner vai comemorar 54 semanas seguidas como líder do ranking, sequência que começou justamente com a semi de Paris em 2024.
– Jannik também pode ganhar seu terceiro Slam consecutivo, façanha que apenas Laver, Sampras, Federer, Nadal e Djokovic obtiveram na Era Profissional.
– Esta é a primeira vez desde Wimbledon de 2005, com Federer e Roddick, que dois jogadores com menos de 24 anos são os principais cabeças de um Slam.
– Ruud é o tenista que mais somou vitórias (128) e títulos (12) no saibro desde 2020.
– Roland Garros marcará o fim da carreira para dois locais: Gasquet e Garcia. O francês bate recorde da Era Aberta com 22 participações no torneio.
– Os campeões embolsam praticamente a mesma quantia do ano passado: 2,55 milhões de euros. Quem cair na estreia, já embolsa 78 mil euros.
– A Argentina é o sexto país com maior número de participantes no masculino, com oito, atrás de França (18), EUA (15), Itália (11), Austrália e Espanha (9). No feminino, há 19 americanas, 9 francesas e 9 tchecas.
– Os oito torneios preparatórios femininos no saibro tiveram oito campeãs diferentes, entre elas Sabalenka, Paolini, Pegula, Ostapenko, Rybakina e Svitolina. Tetracampeão de Paris, Swiatek passou em branco, mas nunca perdeu em seis estreias feitas em Roland Garros até hoje.
– A última canhota a ganhar no saibro de Paris foi Monica Seles, em 1992. A então iugoslava ergueu o primeiro dos três troféus em 1990, então aos 16 anos e 189 dias.

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Luciano
Luciano
7 horas atrás

Não vi o jogo, mas dá um certo ânimo pra ele, que vinha perdendo. Vamos ver em RG como será. Aguardar e parabéns!

Paulo F.
Paulo F.
7 horas atrás

Eu acho que Djokovic se livrou de outra pressão
Tava muito claro que ele estava se pressionando e se cobrando para alcançar mais esta marca.
Acaba indo par RG sem essa cobrança wxtra, será melhor para ele.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
7 horas atrás

A entrada nos 3 algarismos de títulos demorou a sair e era um pequeno fardo mesmo, do qual CenteGOAT finalmente se livrou!

Tom França
Tom França
7 horas atrás

O melhor de todos! Alguém pode não simpatizar com o ND, mas não há dúvida que ele é realmente extraordinário. Além de tudo, o cara também é campeão de resiliência, pois não lembro de nenhum jogador ter uma capacidade de recuperação como ele, nos jogos. Essa final demonstrou bem isso.

Marco Aurelio
Marco Aurelio
6 horas atrás

Ele, o Djokovic, será campeão em Wimbledon!!! Conseguirá o 25° Grand Slam!!!

Maurício Luís Sabbag
Maurício Luís Sabbag
6 horas atrás

O centésimo demorou 9 meses porque estava em gestação.
E o João Fonseca, se tiver alguma pretensão de ir adiante neste RG, vai ter que entrar com a faca entre os dentes. Que o polonês sopa de letrinhas tá jogando muito.
Voltando ao sérvio recordista de Slams, ele era cabeça 2 em Genebra só na teoria. Que na prática, o Taylor Fritz combina com o saibro tanto quanto o óleo combina com a água. Então o que Djokovic fez foi merecidamente confirmar o seu favoritismo.
Era noventaenoveário, agora virou centenário.

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
5 horas atrás
Responder para  Maurício Luís Sabbag

Você é o mesmo Maurício, torcedor do Murray? Seu nome está com sobrenome diferente.

Maurício Luís Sabbag
Maurício Luís Sabbag
4 horas atrás
Responder para  Paulo Sérgio

Sim, eu mesmo. Resolvi por o sobrenome também.

Maxwell
Maxwell
6 horas atrás

Dalcim, vc acha que esse é o último ano de Djokovic?
Digo isso pq Federer na temporada de 38 tava longe de se cogitar a aposentadoria dele, tanto q terminou o ano como n3 do mundo, 4 títulos, e só não ganhou o quinto, no caso, Wimbledon, porque deu a maior amarelada da história. E mesmo assim, no ano seguinte só chegou a semifinal do AO por nome, pq depois disso n fez mais nada de relevante no circuito
Então diante de todas essas condições, que são muito melhores que as atuais de DJokovic, e tendo como referência o suíço, vc acha que hoje Djokovic respira por aparelhos? Vc acha q ele consegue fazer um 2026 competitivo?

Jonas
Jonas
4 horas atrás
Responder para  Maxwell

Ele não fez mais nada de relevante porque se lesionou em 2020… Federer tinha lenha pra queimar ainda.

Fernando S P
Fernando S P
6 horas atrás

Não sei se é possível, mas seria legal ver a TB também trazendo notícias sobre o tênis de mesa. Seria ótimo poder acompanhar a trajetória do Calderano por aqui também.. :)

Oswaldo Euclydes Aranha
Oswaldo Euclydes Aranha
5 horas atrás

Tal qual Fenix ele ressurgiu das cinzas

Arrigo N. Bardo
Arrigo N. Bardo
5 horas atrás

E Djoko sobe na casa de apostas. Tem 5 jogos para também se reencontrar em melhor de 5 sets e de quebra candidata-se a semi.

Daí em diante, complica um pouco. Mas a zebra é um bicho “curioso” pois aparece quando menos se espera e se essa chave eventualmente abrir, Djoko candidata-se a final.

Ainda assim e mesmo com a mudança de patamar, vai depender de quedas prematuras de Sinner e de Alcaraz para almejar mais do que uma semi ou mesmo para almejar o título.

Caso ele vença o French Open, ainda assim podemos somar os títulos de Connors (109), Federe (103) e Djoko (101), que nao terão nem juntos a força dos 167 (simples) + (177 (duplas) da Navratilova.

É a força da mulher no comando dos principais recordes do tênis! Apesar de meia dúzia não reconhecer.

Mas não os culpo. Herdaram e promovem a continuidade do machismo estrutural:

Só para citar alguns direistos das mulheres que demoraram a ser reconhecidos:

– Direito ao voto
– Direito a integridade física
– Direito ao divórcio
– Direitos trabalhistas
– Direito a identidade de gênero

E outros direitos que nossa sociedade atrasada relega:
– Direito ao reconhecimento público por seus feitos. Ex: reconhecimento de seus recordes estabelecidos em condições de igualdade com o jomem, sem serem rebaixados a nível de inferioridade e sofrerem chacoras devido ao gênero.

Jonas
Jonas
4 horas atrás

Djokovic mostrando que está vivo. Aquela vitória sobre o Alcaraz na final olímpica já tinha deixado claro: o sérvio motivado e com o físico em dia pode bater qualquer um, mesmo aos 38 anos. Ele merecia demais o 100° título, tem uma carreira inigualável e 99 era um número incômodo mesmo.

O sérvio chega a Roland Garros como terceiro favorito, atrás apenas de Sinner e Alcaraz, pelo que jogou essa semana. Resta saber em que nível físico e técnico Djoko vai estar pra uma melhor de 5.

Rafael
Rafael
4 horas atrás

Que final fizeram o Djoko e o Hubi e mais uma vez, o sérvio mostrou sua qualidade e tenacidade nos momentos importantes. Há tempos ele não jogava como hoje.
Vida longa ao maior da história!
E, mestre, infelizmente eu vejo o Hubi muito favorito contra o João.

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
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