Londres (Inglaterra) – A inédita conquista de Wimbledon supreendeu até mesmo a campeã. Acostumada com os títulos no saibro de Roland Garros, além de também já ter vencido o US Open uma vez, Iga Swiatek comemorou o sexto título de Grand Slam da carreira neste sábado. A polonesa, que nunca havia passado das quartas de final na grama, destacou toda sua evolução na superfície durante a temporada e coroou a conquista com um duplo 6/0 sobre Amanda Anisimova na final.
“Parece incrível. Bem surreal. Estou apenas curtindo cada minuto e orgulhosa de mim mesma porque quem imaginaria isso?”, disse Swiatek após a conquista em Wimbledon. “Honestamente, eu nem sonhava com esse momento porque parceria distante demais. Nunca esperava por isso. Minha equipe acreditou em mim mais do que eu mesma”.
“Não existe torneio como este. Eu sempre ficava ansiosa por isso. Estar na Quadra Central parecia uma pressão enorme e um pouco demais. Mas este ano aprendi a me sentir confortável aqui”, acrescentou a polonesa de 24 anos, que segue sem nunca ter perdido uma final de Grand Slam em sua carreira profissional.
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Swiatek não vencia um torneio desde o ano passado em Roland Garros. Ainda assim, vinha fazendo boas campanhas no circuito, com destaque também para as semifinais no Australian Open e em Roland Garros. “Significa muito, principalmente depois de uma temporada com tantos altos e baixos e muitas expectativas externas. Sinto que o tênis continua me surpreendendo e eu continuo me surpreendendo”, afirmou. “Estou muito feliz com todo o processo, com a forma como foi desde o primeiro dia em que pisamos na grama. Sinto que fizemos de tudo para que tudo desse certo, sem expectativas, apenas trabalhando muito duro”.
Preparação na Espanha antes do primeiro torneio na grama
Depois de ter sofrido uma dura derrota para Aryna Sabalenka na semifinal de Roland Garros, Swiatek não jogou nas duas primeiras semanas de torneios na grama e preferiu treinar em Mallorca durante alguns dias, antes de seguir para o WTA 500 de Bad Homburg. Em seu único torneio preparatório para Wimbledon, foi finalista.
“Começamos a preparação no dia 12 de junho e tive cinco dias de treinos muito sólidos em Mallorca e depois fui para Bod Hamburgo para disputar alguns pontos com outras meninas, e depois, obviamente, algumas partidas”, explicou sobre a preparação. “Sinto que o processo foi um pouco melhor com a nossa ida para a Espanha e a qualidade dos treinos foi muito melhor em quadras de grama natural, que foram usadas mais tarde para um torneio da ATP”.
Campeã de Grand Slam nas três superfícies do tênis, Iga evita comparações. Ainda mais por conta de seu respeitável histórico em Roland Garros, com quatro conquistas, mas diz que Wimbledon tem lugar especial no coração. “Acho que o fato de ser na grama, com certeza, o torna mais especial e inesperado. Então, parece que as emoções são maiores, porque em Roland Garros eu sei que posso jogar bem e mostrar isso todos os anos. Aqui, eu não tinha certeza disso. Eu também precisava provar isso para mim mesma”, explicou a ex-número 1 do mundo e atual quarta colocada.
“Não vou comparar, porque também tenho muito respeito pelos outros torneios. Trabalhei muito duro para ganhar todos os outros Grand Slams. Então não faz sentido escolher entre eles. Mas este e o US Open com certeza parecem melhores porque ninguém esperava por isso”.
Pressão e expectativas em seu próprio país
A polonesa também falou da pressão e das expectativas que vinham de seu próprio país e das cobranças que sentia durante o período sem titulos, além de reforçar a confiança na equipe capitaneada pelo técnico Wim Fissette. “Nós, como pessoas públicas e atletas, não podemos reagir a tudo o que está acontecendo. Temos que nos concentrar em nós mesmos. Às vezes é mais fácil fazer isso, às vezes é mais difícil”.
“Nos últimos meses, a forma como a mídia polonesa tratou a mim e à minha equipe não foi nada agradável”, relatou. “Espero que me deixem em paz e me deixem fazer o meu trabalho, porque, obviamente, dá para ver que sabemos o que estamos fazendo e que tenho as melhores pessoas ao meu redor. Já provei muito. Sei que as pessoas querem cada vez mais, mas é o meu próprio processo, a minha própria vida e a minha própria carreira”.
Primeira campeã de Wimbledon em seu país na Era Aberta, Swiatek superou a campanha de Agnieszka Radwanska, vice em 2012, e espera inspirar as novas gerações. “Ser polonesa é uma parte importante de mim. Tivemos bons tenistas na grama. Principalmente por causa da Agnieszka, porque era a superfície favorita dela, além de bons jogadoras de duplas também e o Jan [Zielinski] em duplas mistas recentemente. Então, espero também inspirar alguém”.
Na comemoração, o promessa de prato típico polonês: A curiosa combinação de massa com morangos, que foi assunto durante a semana: “Vou fazer algo mais louco do que macarrão com morangos, mas não sei! Ouvi dizer que tenho duas horas de entrevistas. Primeiro, vou me concentrar nisso. Depois veremos. Não sei o que a equipe e minha família estão fazendo. Eles já estão comemorando há duas horas. Eles estão em um estágio diferente, eu diria. Mas vou me juntar a eles, com certeza”.
Honestamente, eu nem sonhava com esse momento porque parceria distante demais.
“parecia”