Indian Wells (EUA) – A tcheca Linda Noskova divulgou nas redes sociais algumas das mensagens que recebe após as partidas. Chama atenção o teor das ofensas e ameaças, proferidas especialmente por apostadores, que perdem dinheiro por causa dos resultados da tenista de 20 anos e número 31 do mundo.
Eliminada da estreia do WTA 1000 de Indian Wells, pela neozelandesa Lulu Sun, que marcou as parciais de 6/1 e 6/4, Noskova recebeu a mensagem de um seguidor identificado apenas pelo primeiro nome, Alvaro, que dizia: “Vou matar você e sua família, vadia”.
Mas essa não foi a única mensagem negativa que ela recebeu. A tcheca compartilhou alguns prints de comentários: “Você me fez perder dinheiro, espero que você quebre as duas pernas e pare de jogar tênis”, ou mensagens ainda mais graves: “Espero que você tenha câncer”, “Você é uma prostituta, espero que você seja estuprada” ou ainda: “espero que você se mate”.
🗣️ « J’espère que tu vas te faire v*oler »
🗣️ « Sale p*te »
🗣️ « J’espère que tu vas te briser les jambes »
🗣️ « S*icide-toi »
🗣️ « Attrape le cancer »Linda Noskova a partagé son compte Instagram après sa défaite en 1/2 du WTA 500 d’Abu Dhabi. 📲
La poubelle de l’humanité. 🤮 pic.twitter.com/lAR5INyouJ
— Univers Tennis 🎾 (@UniversTennis) February 7, 2025
Noskova não é a primeira e provavelmente não será a última jogadora a receber esse tipo de mensagens em suas redes sociais depois de uma derrota. Acontece com atletas do mundo todo, de diferentes modalidades, inclusive com juvenis.
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No cenário em que o mercado de apostas está cada vez mais influente nos esportes profissionais, e no tênis não é diferente, grandes nomes do circuito feminino foram consultadas nos últimos dias sobre o que pode ser feito para blindar as jogadoras desse comportamento.
Linda Noskova, 31e WTA🇨🇿, sur Instagram après son premier tour perdu à Abu Dhabi (contre Sorribes Tormo).
Elle avait atteint il y a quelques jours les quart de finale à Melbourne en battant notamment Swiatek !#Noskova #Abudhabi #WTA #tennis #Swiatek pic.twitter.com/OKUOoCzbpX
— TennisActu (@TennisActu) February 7, 2024
Keys, Swiatek e Sabalenka foram perguntadas sobre o tema
Campeã do Australian Open e bastante atuante no tema da segurança digital, a norte-americana Madison Keys foi uma das tenistas a se manifestar em uma de suas coletivas de imprensa no torneio. “Obviamente, há muitas parcerias que vêm das casas apostas. Então, os torneios ganham muito dinheiro dessas empresas de apostas. E é isso que nos mantém tendo empregos”.
“Mas gostaria que houvesse uma maneira de ter todos os grandes benefícios que os torneios obtêm com isso com um pouco mais de proteção para os jogadores, que recebem muitas mensagens apostadores que estão perdendo dinheiro. Eu diria que obviamente não é minha coisa favorita”, acrescenta a jogadora de 30 anos e número 5 do mundo.
Vice-líder do ranking, Iga Swiatek também falou sobre o tema e destacou o que sua equipe tem feito para blindá-la de mensagens negativas. “Nós, jogadoras, recebemos comentários negativos e de ódio de pessoas que perderam dinheiro tanto nas vitórias quanto nas derrotas. Então, é isso que nos afeta. Sinto que não é positivo e nem um pouco saudável”.
“O ódio vai estar lá na internet de qualquer maneira. Existem maneiras de evitá-lo com algoritmos e aplicativos que o bloqueiam um pouco”, comenta a polonesa de 23 anos. “Mas as pessoas colocam na internet o que elas querem, porque é fácil. Essa é a parte que eu diria que nos atinge. Mas sobre todo o conceito de jogo e negócios por trás disso, eu não estou realmente muito bem orientada para falar”.
A número 1 do mundo, Aryna Sabalenka, também foi perguntada sobre o tema em uma de suas coletivas de imprensa, mas preferiu não se manifestar: “Gostaria de pular essa questão, porque não tenho uma resposta agora”.
Centro de Valorização da Vida
Para o atendimento de prevenção ao suicídio, é recomendado procurar ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
As vezes ganho , quando da zebra perco mas continuo apaixonado pelas jogadoras , nunca levo para o lado pessoal .
O que esperavam? As bets agora estampam arenas, estádio, torneios. Organizadores, promotores, patrocinadores estão cada vez mais cedendo às bets, é claro que o assédio a jogadores e esportistas vai crescer. Só se preocupam a grana.
Além dos citados por você, também jornalistas esportivos, blogueiros, youtubers, podcasters, atletas e ex-atletas estão cada vez mais aceitando patrocínio ou fazendo propaganda dessas famigeradas bets. Alguns, acho que tentando aliviar a consciência do mal que fazem, pedem para as pessoas apostarem com responsabilidade, como se isso adiantasse alguma coisa. Não entendo por que cassinos são proibidos e esses sites de apostas não.
É inaceitável, caro André. Ainda mais que essa turma toda aí que você citou, além do valor fixo, recebe percentual(comissão) sobre o dinheiro perdido pelos apostadores. Ou seja, é faturar com uma atividade viciante e economicamente devastadora. Gostaria de saber se outros grandes patrocinadores estão feliz em ver seus potenciais consumidores com menos dinheiro em mãos.
E outro ponto: todo patrocinador exige exposição da marca. A gente vê carros ao lado de quadras, bebidas junto a arenas esportivas, mas tolera, pasmem, um site de apostas na arena, nas camisas, nos intervalos das emissoras, isso tudo quando, pasmem mais ainda, é proibida a manipulação de resultados ou qualquer coisa que induza o resultado de uma aposta.
Só continua porque entre os acionistas há gente graúda, gente que moveu seus investimentos de montadoras, marcas de roupa, de materiais esportivos, para essa mina de dinheiro que nada produz, nada entrega, nada inova, nem nos esportes, nem em nada da sociedade.
Esplêndido comentário Rossini. Falou tudo o que eu penso também. Tem gente graúda ganhando muito dinheiro com esse lixo de bets. Uma vergonha. Cadê os legisladores para impor um fim a esta porcaria nociva, viciante e, agora – pior que tudo – um grande risco à saúde e à integridade dos atletas. Vergonha mundial.
Verdade. Um absurdo completo. Vergonha.
Como toda profissão, tem o lado bom e lado ruim. São apenas xingamentos de frustrações, coisa que tem em futebol e outros esportes. Se o esportista ficar ligando para isso, nunca vai ter paz …
Ameaças mesmo que virtuais tem que serem investigadas, sim!
Eu tive uma amiga sueca em que seu filho recebeu uma ameaça de uma pessoa que não fazia parte do grupo de amigos dele. Toda semana ele recebia uma mensagem ameaçando matá-lo. Depois de 2 meses, as mensagens pararam. Um ano depois, próximo ao aniversário dele, as mensagens voltaram com mais ameaças e com referências que a pessoa sabia da rotina dele e da família. Então dois dias depois do aniversário do filho da minha amiga, a polícia encontrou o corpo dele em uma casa alugada por este “cidadão virtual”. Não era ninguém da escola ou conhecido, apenas um louco da internet.
Mas aí é a exceção. Um caso em trilhões…
Depois disso eu larguei as redes, sai do Instagram, Facebook…. mas antes é como uma obsessão que necessitamos de respostas porque alguém faz algo assim. E este tipo de caso não é exceção. Tanto que na Europa em certos países a polícia adotou a política de não divulgação para não incentivar os “replicadores ou admiradores”. Este tipo de coisa nos mostra como é tangível a realidade do virtual, apesar de evitar não temos como extinguir nossas vida da internet hoje em dia. Por isto que este posicionamento da Noskova tem que ser levada a sério.
Parabéns!
Exceção?
E se esta “exceção” fosse um familiar seu?
É uma vida que foi dizimada porque uma máfia que domina isso e muitos aplaudem ou se omitem.
Existe sim um manipulação gigantesca e ao custo de muitas vidas, por trás de tudo isso. Conheço uma pessoa que um funcionário da empresa onde ela trabalha morreu pelo mesmo motivo, mais uma exceção?
E como o Paulo Justos sabiamente citou, esses número são omitidos das estatísticas para que se pense que se tratam de uma raridade tais ocorrências.
Odeio quando a imprensa fala de “caso isolado”.
Todos interesses escusos têm a mídia para fazer isso. Muito dinheiro envolvido.
Exatamente É fácil falar quando se trata de outras pessoas. Falta de empatia e sensibilidade humana.
Uma exceção que não é mais exceção nenhuma. Estão havendo discussões até no Congresso Nacional para haver meios de regulamentar esse lixo. Tamanho é o perigo que isso representa para toda a sociedade.
Desculpe, frustação é uma coisa, falar que vai matar vc e sua família é outra bem diferente! Ainda mais para uma garota!
Quanta falta de reflexão dizer isso. Essas bens são uma ameaça à todos. Uma vergonha mundial. Penso que os governos deveriam cancelar totalmente esse absui87rdo.
O esporte está contaminado, como exemplo dos 20 clubes da primeira divisão do futebol brasileiro, 19 tem patrocínios por casa de apostas (o Mirassol tem uma casa de apostas como segundo patrocinador).
O único que não tem o patrocínio é o Bragantino (por causa da RedBull).
São patrocínios caros, muito dinheiro despejado nos clubes.
Enquanto isso parcela da população fica individado com as apostas.
Parece ser um caminho sem volta…onde o risco para integridade do esporte é grande.
Ei considero “Jogos de Azar” tão ou mais viciantes que maconha… Não faço uso de nenhum dos dois… Acredito que: “Todas as coisas,e são lícitas, mas nem todas as coisas convêm… Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”!!!
Não me deixo dominar por “Jogos de Azar”, álcool, drogas e, muito menos, por “Redes Sociais”!!!
O golpe está aí, cai quem quer… Ninguém é obrigado a jogar, mas quem joga tem que ter a noção que num “Jogo de Azar” pode tanto ter “sorte” quanto “azar”…
Concordo com você. Não consigo ter a tal da “empatia” com quem fica endividado por jogos de azar…
Meu caro, a atleta tcheca não fez aposta nenhuma. E mesmo assim está sendo atacada cruelmente nas redes sociais. Este é o assunto principal aqui relatado.
Mas o assunto aqui outro. Você não leu o texto?! A tenista tcheca não tem nada a ver com esse lixo de apostas e mesmo assim foi atacada de forma cruel nas redes sociais. Não se trata
apenas de pessoas viciadas em jogos (o que já é um grave problema social). Trata-se de uma atleta de apenas 20 anos que não fez absolutamente nada para ser atacada por esses covardes que se escondem atrás das redes sociais. Percebe a diferença????
Creio que seria a hora de um basta…as apostas inibem os não corruptos e abraçam os corruptos
Já é hora, mas infelizmente não vai acontecer, tem muita gente levando dinheiro nisso. E infelizmente muitos apoiando.
Esta é a verdade.
Na minha opinião, o jogo de azar é o pior vício que existe. No vício de droga, por exemplo, o maior prejudicado é o próprio viciado. No vício do jogo de azar, o viciado, além da própria vida, pode comprometer a vida de várias outras pessoas, principalmente da própria família. Existem várias propagandas de jogos hoje em dia em que várias personalidades públicas alertam para o público jogar de forma consciente. Mas isso não acontece porque quando a pessoa perde vai querer jogar pra recuperar o prejuízo e aí acaba aumentando a sua perda. De qualquer forma, nenhum pessoa tem o direito de fazer ameaça a quem quer que seja. Então, as autoridades competentes têm que investigar cada caso, identificar os criminosos e puni-los rigorosamente.
Mais uma prova que o problema não está nas redes sociais, mas no anonimato defendido por elas. A liberdade de expressão é sempre limitada pelo direito alheio e se aplica a cidadãos, não a nomes fictícios. As redes deveriam, de bom grado rastrear os autores e informar às autoridades se requisitadas.
Muito bem lembrado Pedro. Esses covardes agem assim porque tem “permissão ” das administradoras das big techs. E porque são covardes mesmo. Só fazem isso no anonimato.
As pessoas continuam comparando João Fonseca com Gustavo Kuerten.
São prateleiras diferentes, Guga foi campeão de slam e número do mundo (o máximo que um jogador de tênis pode sonhar), acho mesmo um desrespeito, qualquer comparação com a trajetória do tenista Gustavo Kuerten.
Seria como comparar algo que existe com algo que não existe.
João Fonseca não chegou na prateleira do meio (ainda), entre 50 e 20 do mundo.
Hoje, março de 2025, João Fonseca é um tenista que precisa melhorar para chegar no meio da prateleira (em construção).
Coisas que fazemos quando jovem, não serve para nada, e nem é indicativo de nada (para cada sucesso, centenas de fracassos no esporte, porém, registramos apenas o sucesso)…meu filho andou com oito meses e nem por isso virou o Usain Bolt, apesar de ser veloz com tenra idade…