Nadal: “Levei minha carreira ao limite do que eu poderia”

Foto: Corinne Dubreuil/FFT

Manacor (Espanha) – Um ano depois de disputar a última partida de sua carreira profissional, em novembro de 2024 pela Copa Davis, Rafael Nadal concedeu uma longa entrevista a Jorge Valdano para a emissora espanhola Movistar+ em que pôde relembrar os momentos finais da carreira e falar sobre sua relação atual com o tênis.

Nadal voltou à quadra na semana passada, em sua academia, para treinar com a filipina Alexandra Eala. E mesmo tendo ficado um ano sem pegar na raquete, permanece envolvido diretamente com o esporte, ainda que não acompanhe tantos jogos quanto nos tempos em que estava no circuito profissional.

“Joguei 45 minutos com a Eala, perguntaram se eu poderia jogar e fui com prazer. Se não tiver que correr, tudo bem. Por meio da academia sigo envolvido e vejo o que tenho vontade de ver. Já não acompanho o dia a dia como antes. Agora vejo as partidas ou os momentos que quero ver”, disse Nadal. “Ganhei tranquilidade no sentido de que você já não sente aquela responsabilidade diária de ter que render, às vezes em condições que não são ideais. Isso, no plano humano e pessoal, vai te desgastando e você deixa de ser tão feliz quanto deveria”.

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“O lado ruim é que terminou uma etapa excepcionalmente bonita e emocionante para mim. Foi embora algo que realmente me apaixonava, que era competir no mais alto nível. Essa adrenalina fica para sempre”, acrescentou o ex-número 1 do mundo. “Você substitui essa sensação por muitas outras coisas na vida, que podem ser melhores em vários sentidos, mas aquilo que se encontra no esporte é difícil de achar em outro lugar”.

Sobre a decisão de se aposentar, Nadal explica que o processo exigiu a aceitação da mudança e diz que estava pronto para parar porque realmente tentou até o último momento. “Passei pelo respeito que é preciso ter diante do novo. Toda mudança na vida te gera algum respeito sobre como você vai reagir a uma nova realidade, a uma vida diferente daquela que você está acostumado desde pequeno. O esporte e o tênis ocupavam minha vida por inteiro”.

“Aproveitei minhas opções até o final. Ter tentado todas as possibilidades de seguir competindo no nível que eu gostaria me deu a tranquilidade de terminar em paz e convencido de que era a decisão que tinha que tomar, porque não havia mais. O tanque já estava vazio”, acrescentou o espanhol, hoje com 39 anos. Ela também afirma que não guarda qualquer frustração dessa etapa final. “Não guardo nenhum mal recordo desse período. É lógico que algumas pessoas achavam que eu deveria ter parado antes, que meu final não fazia sentido. Para mim fazia: cada um tem que agir de acordo com quem é. E eu fiz isso. Tentei até que realmente já não havia mais opções. Eu gostava do que fazia”.

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