Melbourne (Austrália) – Nick Kyrgios deu crédito a Andy Murray por intervir numa fase muito delicada de sua vida, depois que o escocês descobriu que o controverso australiano andava se automutilando. Ainda afastado das competições e sem previsão de volta, o finalista de Wimbledon do ano passado deu interessante entrevista ao programa Piers Morgan Uncensored, numa tv de Canberra.
“Andy sempre foi um grande apoiador meu. Assim que entrei na turnê, ele meio que viu um trabalho em andamento e me colocou sob sua proteção. Então ele percebeu mais tarde na minha carreira que eu não acho que era treinável ou que estava seguindo meu próprio caminho, mas ele sempre foi alguém que cuidou de mim.
Ele viu a automutilação e disse: ‘O que é isso no seu braço?’ Foi muito ruim naquela fase. Andy obviamente estava tentando me dar conselhos sobre isso. Mas eu estava tão preso aos meus hábitos naquela época que não dei ouvidos. Obviamente estou muito grato. Agradeço muito a ele”, narrou Kyrgios.
Eu disse que vivia um período de grande confusão, em que estava numa rotina destrutiva. “Para ser honesto, estava muito no buraco. Ganhei torneios no circuito profissional, bebi todas as noites, me machuquei, queimei coisas no braço, me cortei por diversão. Tornou-se um vício sentir dor. Eu me odiava. Eu odiava acordar e ser Nick Kyrgios”, disparou em outro momento da entrevista.
O polêmico mas talentoso australiano vem falando abertamente de seus problemas emocionais. Na série de documentários da Netflix chamada ‘Break Point’, ele revelou que usou uma manga de compressão durante Wimbledon de 2019 para cobrir as cicatrizes em seus braços resultantes de automutilação.
Hoje, Kyrgios diz que se tornou alguém com quem as pessoas que estão passando por dificuldades podem se identificar e por isso tem feito grande interação com quem vive momentos de grande conturbação emocional: “Tenho meio que sido um farol para as pessoas que estão passando por dificuldades. Quando se sentem sobrecarregados e estão recorrendo à bebida, às drogas e outras coisas, eles se abrem e sentem que sou alguém com quem podem se identificar. Essa foi a coisa mais poderosa da minha carreira: pessoas que vêm até mim com problemas genuínos. Eles me mandam fotos no meu Instagram, mensagens diretas, se automutilando e com vontade genuína de suicídio. Eu tenho conversas com essas pessoas. Às vezes, faço telefonemas para essas pessoas. Isso está fazendo uma diferença real e estou muito orgulhoso.”
Poderia investir na carteira de psicólogo. Um.ponto a favor é seu conhecimento, sua vivência com a dor emocional
Uma vez identificado o problema, a atenção é para sempre!
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