Kartal vai investir premiação de mais de R$ 1,7 milhão em si mesma

Sonay Kartal (Foto: Ian Walton)

Londres (Inglaterra) – O conto de fadas da britânica Sonay Kartal acabou nas oitavas de Wimbledon, mas foi o suficiente para chamar a atenção não apenas por seu jogo, mas também por suas roupas que causaram estranheza.

Kartal vai embolsar prêmio de 240.000 libras esterlinas, cerca de R$ 1.770. 624,00 por seus resultados neste ano, cerca de um quarto de seus ganhos na carreira até agora. Ela disse que vai acrescentar mais uma tatuagem para marcar o sucesso em Wimbledon, mas avisou que o dinheiro será bem utilizado.

“Gostaria que esse fosse o valor que eu levasse no bolso, mas obviamente tenho muita coisa para pagar antes de levar qualquer coisa para casa”, disse Kartal ao The Telegraph. “Fui inteligente com tudo o que ganhei este ano. Simplesmente coloquei de volta no meu tênis. É um pouco como um negócio. Você precisa investir em si mesmo para se tornar melhor. Foi o que eu fiz este ano para ter o melhor equipamento para viajar e ter muito mais fisioterapeutas e outras coisas na estrada.”

A jogadora de 23 anos, 14 tatuagens e uma coleção retrô de roupas largas da Adidas, passou a infância na loja de kebabs dos pais, enquanto lutava para pagar um treino de tênis. Os primeiros passos no tênis foram dados no clube Pavilion & Avenue, em Brighton, marcados por medo e timidez, mas estimulada pela treinadora Julie Hobbs, ex- número 1 britânica.

Dezessete anos depois, ela foi lotando quadras com suas três vitórias em simples no Grand Slam inglês. Kartal, a última britânica a se despedir em simples, espera que sua história possa inspirar especialmente as meninas que têm vergonha de praticar esportes. “Minha treinadora tem uma filha que era supertímida, entrou no tênis e mudou completamente”, disse. “Ela tem muito mais personalidade, está muito mais falante.” E praticar esportes está se tornando melhor para as meninas? “Acho que está mudando”, diz ela. “Acho que agora muitas meninas estão se sentindo mais confortáveis ​​com mais músculos no corpo. Acho que isso está mudando, o que é obviamente incrível.”

Kartal jogou futebol e críquete até os 13 anos e é uma apaixonada por esportes confessa. “Eu era meio moleca e superesportiva”, contou. “Eu adorava futebol americano. Na minha escola, na verdade, tinha muito futebol feminino e eu costumava ir ao parque local com meu pai. No críquete, eu sempre era a batedora e apenas lançava [a bola] o mais longe que podia.”

O ranking de Kartal subiu de 864 em 2022 para o 51º lugar no ranking mundial e deve ser a número 2 britânica assim que Wimbledon terminar, informa o jornal inglês The Telegraph.

Parece haver pouca chance de a atenção subir à cabeça de Kartal. Embora  tenha competido contra jogadoras como Emma Raducanu no ranking juvenil britânico, progrediu longe dos holofotes.

As redes sociais de Kartal continuam amplamente focadas em animais ou comida e resistiu a mudar a equipe técnica que, além de Hobbs, ainda inclui Ben e Martin Reeves, de seu clube original em Brighton. “Se eu puder ter um treinador que me leve dos seis anos de idade ao WTA Tour, acho que isso já é o suficiente.“

Até agora, ela frequenta a mesma academia em Brighton, embora se pergunte se agora terá que mudar. “Estava ficando um pouco complicado antes [de Wimbledon]. Mas, para ser sincera, eles eram bem respeitosos lá. Eles apenas me cumprimentavam e depois me deixavam continuar. Então, talvez eu tenha que testar isso quando voltar. As pessoas acham que eu não gosto dos holofotes, porque passei despercebida a vida toda, mas não tenho problema. Vou encarar isso como um elogio.”

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