Jogos femininos fora do horário nobre? Com a palavra Ons Jabeur.

Ons Jabeur (Foto: Jimmie48/WTA)

Ons Jabeur, ex-número 2 do mundo e três vezes vice-campeã de Grand Slam, é umas das tenistas mais queridas do esporte e que usa suas redes sociais demostrando empatia, convicção e como forma de incentivar a mudança. No início de maio, por exemplo, a jogadora de 30 anos, que é embaixadora do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU manifestou seu inconformismo com a fome em Gaza, depois de o PMA não conseguir entregar suprimentos à população por dois meses.

O Aberto da França deste ano recebeu críticas por agendar as partidas femininas mais cedo, limitando sua visibilidade nos horários nobres. Várias atletas foram perguntadas a respeito nas coletivas de imprensa. Jabeur não se conteve e escreveu sobre a questão em sua conta na plataforma X (ex-Twitter) nesta sexta-feira. O site da WTA deu destaque à opinião da tunisiana, que começa dizendo: “Você não tem de concordar. apenas leia com o coração aberto.”

“Muitas atletas incríveis ouviram as mesmas coisas repetidamente. Que ninguém assiste. Que ninguém se importa. Que o esporte feminino não “emociona as pessoas”.

O julgamento vem rápido, muitas vezes vindo de quem nunca assistiu a uma partida completa.

Um estádio vazio é apresentado como prova. Os lotados? Convenientemente ignorados.

Um golpe perdido vira manchete. As centenas de brilhantes? Esquecidas.

Ainda assim, elas aparecem. Ainda assim, elas competem. Ainda assim, elas carregam um esporte nos ombros.

Quando uma mulher vence por 6/0 e 6/0, é chamado de chato. Fácil demais. Quando um homem faz isso? Isso é “dominância”. “Força”. “Imparável”.

Quando as mulheres jogam com força, dizem a elas que “jogam como homens”. Como se força, velocidade ou agressividade não pertencessem ao jogo feminino.

Se comemoram, são dramáticas. Se não, são frias. Emotivas demais. Distantes demais. Barulhentas demais. Silenciosas demais. Demais. Nunca na medida certa.

E, no entanto, o jogo continua crescendo.

Coco Gauff lidera com fé destemida. Aryna Sabalenka ataca com força incomparável. Iga Swiątek domina com  calma e precisão. Jessica Pegula traz consistência implacável. Paula Badosa luta em meio a cada tempestade. Mirra Andreeva se destaca, jovem e destemida. Jasmine Paolini ilumina a quadra com fogo e coragem.

Elena Rybakina é serena e letal. Naomi Osaka se abriu sobre as batalhas fora das quadras e continuou aparecendo. Venus e Serena Williams quebraram barreiras e depois quebraram recordes.

O jogo é cheio de histórias. De grandeza. De luta. De graça sob pressão. E ainda assim, muitos optam por não olhar. Não ouvir. Não se importar.

Mas crença não é um requisito. Permissão não é necessária. O respeito pode ser adiado, mas o progresso não espera.

Então, quando as manchetes dizem “ninguém assiste”, lembre-se: arquibancadas lotadas nunca fizeram parte da narrativa delas.

Quando a narrativa diz “fácil demais”, olhe mais de perto: levou anos para vencer tão rápido.

E quando alguém diz que mulheres não jogam com poder, assista novamente e seja honesto desta vez.

O jogo não pede para ser visto. Ele já está brilhando.

Ninguém nega a grandeza do tênis masculino. As batalhas ferozes, os legados, a magia sob pressão.

Mas honrar um lado do esporte não significa ignorar o outro.

O esporte feminino vem escrevendo seu próprio legado em alto e bom som, de forma brilhante e por muito tempo sem o devido reconhecimento.

Com respeito,

Uma jogadora que escolheu esta raquete por paixão e homenageia todas as mulheres que lutam por seu lugar nas quadras.”

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José Afonso
José Afonso
4 dias atrás

Sempre com mimimi… A diretora do torneio é uma mulher. Gostando ou não, vivemos num mundo capitalista e a prioridade é o lucro, não a promoção da igualdade de gênero.

Josefa
Josefa
4 dias atrás

Grande Ons! Nunca foge da discussão de temas importantes.

SANDRO
SANDRO
4 dias atrás
Responder para  Josefa

Ela fugiu do tênis para ficar só no vitrinismo mesmo…

SANDRO
SANDRO
4 dias atrás

Chata, chatíssima, chatérrima… Abriu mão de ser tenista para ser “vitimista de redes sociais”, até por isso, não ganha mais nada de relevante dentro das quadras… Escreve um texto dramático e vitrinista digno de roteiro de “novela mexicana”, daqui a pouco só aparecerá nas “Novelas da Tarde” do SBT…

SANDRO
SANDRO
4 dias atrás

Enquanto a Ons Jabeur, no tênis, não traz mais nada de interessante, prefiro ver a Jasmine Paolini que sem precisar de discurso “vitimista” atrai cada vez mais admiradores, com seu carisma, sua determinação, seu foco no tênis, com belas jogadas, e é lógico, sempre com um belo sorriso estampado no rosto… Ons Jabeur precisa tomar ciência que vitimismo chato e barato cada vez mais afasta o público e, com isso, seus jogos ficarão cada vez mais vazios, sem plateia… O que atrai o público é mostrar serviço dentro de quadra e não ser uma chata de galocha, coisa que a carismática Jasmine Paolini, a Campeã do Masters Mil de Roma, sabe fazer muito bem!!! Basta notar quem lota mais as quadras: Jasmine Paolini ou Ons Jabeur??? Quem está mostrando mais serviço no tênis: Jasmine Paolini ou Ons Jabeur??? Se eu quisesse fazer uma campanha publicitária para divulgar a minha empresa, quem eu contrataria: Jasmine Paolini ou Ons Jabeur???

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