“A Itália é o país do tênis”, afirma presidente da FITP

Angelo Binaghi (Foto: Giampiero Sposito/FITP)

Roma (Itália) – Embalado pelo bicampeonato da Copa Davis após 47 anos, o vice na Billie Jean King Cup e United Cup, além da ascensão de Jannik Sinner no circuito, o presidente da Federação Italiana de Tênis e Padel, Angelo Binaghi, não tem dúvidas: hoje, “a Itália é o país do tênis”.

Em entrevista para o jornalista Ricardo Crivelli, do tradicional diário local Gazzetta dello Sport, o dirigente falou sobre o trabalho realizado que culminou no título da competição entre países há poucas semanas e deu mais detalhes sobre o plano de levar a fase final da Davis para Milão, além de estender o contrato do ATP Finals com a cidade de Turim, formando um “triângulo do tênis italiano” com o Masters 1000 de Roma.

Davis em Milão e Finals até 2030

“Além de termos solicitado a extensão de contrato do ATP Finals por mais cinco anos, até 2030, vamos participar da licitação para receber as finais da Copa Davis a partir de 2025, imagino que por mais cinco anos também. O nosso ponto central é o Masters 1000 de Roma, e por isso vejo um horizonte para outros eventos que passa pelo norte de Itália, coração produtivo do país e zona geográfica onde a paixão pelo tênis sempre transbordou. O Finals em Turim representa um enorme sucesso e não nego que gostaria que Milão também pudesse desfrutar de um grande evento. Se tivermos a oportunidade de organizar tanto o ATP Finals como as finais da Copa Davis, certamente encontraremos um ponto de equilíbrio”, destacou Binaghi.

De forma inédita, o presidente da FITP deu mais detalhes sobre o projeto de levar a Davis para Milão, revelando o local onde o torneio seria disputado: o estádio de Santa Giulia, atualmente em construção para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026.

“Acompanho a evolução do projeto como todos os italianos. Contudo, no nosso país existe uma tendência inata de conceber instalações esportivas em compartimentos estanques, sem ter em conta os interesses de todos os protagonistas do espetáculo. Com o ATP Finals, nossa Federação organizou o maior evento indoor de sucesso da história da Itália, por isso espero um debate com quem está construindo a arena olímpica, mesmo que um simples telefonema, para uma troca de ideias que possa ser satisfatória para todas as partes envolvidas.”

Fim do jejum na Copa Davis e potencial para fazer mais

“O significado que dou ao sucesso na Davis é que o trabalho sempre compensa, especialmente se for projetado em horizontes futuros de médio e longo prazo. Tem que haver campeões como Sinner, um fenômeno, mas também uma estrutura técnica capaz de o apoiar com um grupo de jogadores valiosos e uma capacidade organizacional que sirva de vitrine e estímulo para as novas gerações. E também um pouco de sorte, que merecíamos: depois de perdermos para o Canadá em Bolonha, estávamos quase eliminados, mas reagimos da melhor maneira.”

“Sinner tem qualidades para em breve se tornar o número 1 do mundo, mas não esqueçamos que vencemos a Copa Davis sem Berrettini, depois de uma temporada em que Musetti e Sonego não alcançaram os picos de desempenho dos anos anteriores e Arnaldi era praticamente um novato no circuito. Isso significa ainda que temos um enorme potencial para explorar.”

Volandri essencial como capitão

Peça fundamental na histórica conquista, o treinador e capitão Filippo Volandri também foi mencionado por Angelo Binaghi, que admitiu surpresa com o trabalho do ex-número 25 do mundo. “Confesso que quando o escolhemos tive algumas dúvidas relacionadas à falta de experiência. Mas Filippo, por sua vez, tinha um vínculo estreito com todos os jogadores da nova geração porque os acompanhou como treinador do Centro Federal de Tirrenia. Tem muito dele nesta vitória, pois criou um grupo sólido, coeso, em que as individualidades se fundiram com as necessidades da equipe.”

“Itália é a principal potência do tênis mundial hoje”

“Se olharmos para as competições por equipes, o resultado está aí: campeões da Davis, finalistas com as mulheres na Billie Jean King Cup e vice-campeões da United Cup. Talvez a nível organizacional os Estados Unidos, que possuem um Grand Slam e três Masters 1000, estejam à nossa frente. Mas, se conseguirmos as finais da Davis, voltamos a falar sobre isso.”

2 Comentários
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José Flávio nunestenis
11 meses atrás

Já falei com o atual presidente da CBT, para termos uma metodologia nacional de treinamento,mas infelizmente nada aconteceu,já passou o Guga,daqui a pouco passa a Bia,e nada se constrói, além que a CBT teria que ter um centro nacional igual o tenis de cadeiras de rodas.

Paulino
Paulino
11 meses atrás

A meu ver, o País do Tênis, pelo menos no Feminino, se chama REPÚBLICA TCHECA. Como surgem jogadoras brilhantes naquele pequeno País! Uma quantidade absurda!

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