Forte calor e umidade castigam jogadores na China. Rune pede regra de calor

Novak Djokovic (Foto: captura da TV)

Xangai (China) – Novak Djokovic, aos 38 anos, conseguiu superar problemas físicos e o calor escaldante para derrotar Jaume Munar em três sets nesta terça-feira em sua busca pelo quinto título do Masters 1000 de Xangai. O 24 vezes campeão do Grand Slam parecia estar sofrendo com uma lesão no tornozelo e pediu atendimento diversas vezes.

No domingo, o sérvio havia vomitado durante sua vitória sobre Yannick Hanfmann, pela primeira rodada, jogo disputado sob temperatura acima de 30°C e umidade de 80%.

A alta umidade e o calor escaldante têm sido protagonistas indesejados nos torneios disputados na China nesta semana, provocando cenas de exaustão e de mal estar em quadra, atendimentos médicos e críticas de vários jogadores.

Nesta terça, Djokovic pediu um tempo médico após a quebra para abrir 3/1 no primeiro set e fez uma careta ao receber tratamento no tornozelo esquerdo. Após consolidar a quebra, ele pediu atendimento novamente.

O sérvio continuou a lutar e a apalpar o tornozelo após os pontos, mas conseguiu acompanhar o ritmo de Munar até que o espanhol desferiu o golpe decisivo, em 5/4, levando a partida para o set decisivo, com Djokovic caindo no chão, exausto, após uma longa recuperação.

Ele foi rapidamente atendido e ajudado a se sentar, antes de ter sua pressão arterial verificada. Mas, apesar de parecer sem energia, Djokovic retornou à quadra e quebrou o saque de Munar na primeira tentativa, no terceiro set. O número cinco do mundo quebrou novamente para abrir 5/2, antes de garantir a vitória em duas horas e 41 minutos.

O décimo cabeça de chave, o dinamarquês Holger Rune também avançou para as quartas de final nesta terça, com vitória por 6/4, 6/7 (7/9) e 6/3 contra o francês Giovanni Mpetshi Perricard.

Em seguida, Rune pediu que o ATP Tour introduzisse uma regra de calor semelhante à usada nos Grand Slam. “É brutal quando você tem mais de 80% de umidade dia após dia, principalmente para os caras que jogam durante o dia, com calor, com sol, é ainda mais brutal”, disse ele.

Rune já havia reclamado das condições após a vitória por duplo 6/4 sobre o francês Ugo Humbert. “Durante a partida, tive dificuldades, embora breves, porque meu estado melhorou depois. Os médicos e fisioterapeutas sugeriram que eu me concentrasse na minha respiração. Agradeço a eles por me ajudarem a manter a calma naquela situação de pressão e calor extremo”, contou.

“Foi um dia em que tive que suar, mas no final consegui encontrar um bom equilíbrio. Não estou dando desculpas, estou apenas feliz em continuar jogando. Somos ambos europeus, então não estamos acostumados com este clima de certa forma. Eu sabia que seria difícil com o calor, mas disse a mim mesmo que as condições eram as mesmas para ele”, disse o ex-número 4 do mundo.

No domingo, o primeiro a se manifestar sobre o assunto foi o sérvio Hamad Medjedovic, que teve de abandonar diante do francês Arthur Rinderknech. Ele confrontou o supervisor da ATP antes de se retirar no início do segundo set: “Como podem nos deixar jogar nessas condições? Não há ar aqui embaixo.”

Rinderknech, de 1,96m de altura também teve dificuldade para respirar. Ele disse ao L’Equipe: “É difícil respirar em quadra. Não sei se dá para ver na TV, mas é difícil por causa do aquecimento. Há umidade excessiva, pior do que nos Estados Unidos no verão”, comentou.

“Também sabemos que há muita poluição, e isso provavelmente não nos ajuda a respirar direito. Há uma camada de nuvens que encobre tudo, mas quando o sol aparece, a temperatura sobe rapidamente acima de 30 graus. O sol bate forte na cabeça e é difícil manter a calma. Os sentimentos negativos vêm muito rápido. Também é difícil ver o número de desistências ou partidas no meio. Quando olho para os torcedores encharcados nas arquibancadas, mesmo que estejam acostumados, digo a mim mesmo que não somos os únicos que estão passando por dificuldades”, acrescentou Rinderknech.

Por sua vez, o também francês Giovanni Perricard (37º), que derrotou o combalido americano Taylor Fritz por 6/4 e 7/5 para alcançar sua primeira vitória contra um top 10, deu sua opinião sobre o calor sufocante. “Foi difícil, realmente. Condições difíceis, muito úmido. No 5/5 foi terrível. Achei que ia morrer na quadra. Tentei manter a firmeza com a bola e conseguir mais uma bola, mais uma, mais uma, e tentei ganhar o ponto. Estou muito feliz por ainda estar de pé.” Fritz foi visto se apoiando sobre a raquete, buscando o ar mais de uma vez, depois de uma disputa de bola.

Outra vítima do domingo foi o italiano Jannik Sinner, campeão da edição passada, obrigado a abandonar o jogo contra o holandês Tallon Griekspoor, 31º do ranking, quando perdia por 6/7 (3-7), 7/5 e 3/2, depois de sentir o joelho. O motivo: cãibras na perna esquerda. Desidratação é uma das causas das cãibras, além de esforço físico excessivo e desequilíbrios eletrolíticos (falta de sódio, potássio, magnésio e cálcio).

Em Wuhan, onde se realiza o WTA 1000, a britânica Emma Raducanu abandonou a partida contra a americana Ann Li, nesta terça-feira, após precisar aferir sua pressão arterial e outros sinais vitais.

A jovem de 22 anos parecia indisposta ao ser atendida pelo médico do torneio, antes de finalmente desistir da partida que vencia por 6/4 e 4/1. Foi a primeira desistência de Raducanu na temporada, a nona desde que se profissionalizou em 2021. As condições em quadra eram difíceis, com umidade em 60% e temperatura em torno de 35 graus.

Raducanu comeu uma banana e tomou alguns líquidos durante o intervalo entre os sets, mas no início do segundo set, os primeiros sinais de tontura começaram a aparecer. Ela parou de perseguir bolas muito abertas e teve que se recompor entre os saques, acabando por cometer quatro duplas faltas. Raducanu sentia a umidade alta e parecia cansada em alguns momentos.

Emma Raducanu (Foto: Sky Sports/Reprodução)
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