Paris (França) – Embora tenha conquistado a medalha de ouro nos Jogos Africanos, o que daria a ela a preferência por uma vaga olímpica em Paris, a queniana de 20 anos Angella Okutoyi não estará presente nos Jogos. Ela não conseguiu se firmar entre as 400 melhores do mundo, requisito para que ela pudesse ter sua classificação confirmada. Com isso, a egípcia Mayar Sherif, 87ª do mundo, é quem ficou com a vaga continental.
Okutoyi alcançou no máximo o 495º lugar no ranking em 4 de julho, data em que a ITF divulgou a lista completa de tenistas classificados para Paris e que adiou o sonho de uma vaga olímpica para ela. Curiosamente, a queniana chegou a derrotar Sherif durante na semifinal dos Jogos Africanos, disputados no mês de março na cidade de Accra, em Gana.
“Foi difícil chegar onde estou agora. E um dos meus muitos objetivos era estar nas Olimpíadas, que eu sempre quis jogar. Sonhava representar o Quênia no mais alto nível do tênis e mudar a narrativa do esporte no meu país e na África também. Mas não alcancei a marca de 400 do mundo no ranking. Hoje, sou a número 495”, escreveu Okutoyi em seu perfil no Instagram.
Campeã juvenil de Wimbledon nas duplas em 2022 e com passagem pelo tênis universitário norte-americano, a queniana já tem dois títulos profissionais em simples no circuito da ITF e mais cinco nas duplas. Ela espera que os critérios de classificação mudem nas próximas Olimpíadas, especialmente por causa do pequeno número de torneios no continente africano.
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“A minha oração é que, num futuro próximo, um título continental dê uma vaga direta nos Jogos, porque não é fácil vencer a disputa para ser a melhor do continente. E considerando também que na África não temos muitas oportunidades. Quero agradecer à minha federação por não desistir de mim e por tentar de todas as maneiras possíveis me ver em Paris”, explicou. “É um momento que dói, mas vou permanecer forte e tenho fé que coisas maiores estão esperando por mim. Trabalharei ainda mais para estar nas próximas Olimpíadas”.
Sherif disputará a segunda Olimpíada e será a única africana
Nova representante do continente africano, Sherif está com 28 anos e fará sua segunda aparição nos Jogos Olímpicos. Ela também atuou em Tóquio há três temporadas. Ex-número 31 do mundo e vencedora de um WTA no saibro de Parma em 2022, a egípcia será a única jogadora africana em Paris, após a desistência da tunisiana Ons Jabeur por lesão no joelho. Entre os homens, o continente será representado pelo tunisiano Moez Echargui, de 31 anos e atual 384º da ATP.
As duas bem que poderiam estar juntas nos jogos. O tênis é, talvez, o mais elitista dos esportes, a parte ruim de um excelente jogo.
Não tem como comparar a 495 do mundo com a 87.tem que ter critério. Se for até os 400 do mundo ela está fora .se não entra todo mundo…
Exato, acho uma exigência mínima ok estar num top 400 para referendar a vaga e, especialmente pro caso dela, a desculpa de “não temos torneios na África” é realmente apenas uma desculpa, uma vez q ela é radicada nos EUA, o de há ITFs praticamente toda semana.. faltou tênis msm, paciência..
João, respeito sua opinião sobre os critérios de classificação, mas vale lembrar que a vaga dela não seria dada de presente, e sim conquistada no classificatório continental onde bateu a própria Sheriff. De qualquer forma, todos os esportes tem seus critérios próprios para a classificação aos Jogos, e talvez os do tênis nem sejam os mais severos.