Wimbledon terá campeã e vice inéditas na edição de 2025. Depois das quedas da bi Petra Kvitova, da canhota Marketa Vondrousova e das vices Jasmine Paolini e Ons Jabeur, a atual detentora do título Barbora Krejcikova e a dona do troféu de 2022, Elena Rybakina, também deram adeus neste sábado ainda na primeira semana do torneio. Aliás, das 16 que ainda sonham com o troféu, apenas Aryna Sabalenka já chegou na semi.
A vitória de Clara Tauson sobre Rybakina neste sábado pode ser considerada uma real surpresa, já que a dinamarquesa jamais havia ganhado um jogo em Wimbledon até esta edição. São as duas líderes de aces da temporada, mas não tiveram marcas expressivas neste sábado, talvez por conta do vento e da tensão.
O primeiro set foi incrivelmente equilbrado e cheio de alternâncias, com chances para os dois lados até mesmo no tiebreak. O forehand deixou Rybakina na mão em muitos pontos importantes e Tauson soube controlar os nervos para concluir a partida. A ex-número Iga Swiatek é seu próximo desafio. A polonesa foi super bem diante de Danielle Collins e está ficando perigosa.
Já Krejcikova ainda paga o preço de longa parada por contusão, tendo estreado na temporada uma semana antes de Roland Garros. Ainda assim, veio se superando nas duas primeiras rodadas e chegou a vencer o primeiro set de Navarro. Mas a norte-americana mudou o estilo e ficou mais ofensiva. Nos games finais, Krejcikova estava às lágrimas, pesadamente apoiada pelo público. A número 10 irá enfrentar agora a russinha Mirra Andreeva, que não sacou bem mas foi muito superior a Hailey Baptiste.
Quem passar de Swiatek-Tauson vai encarar duas tenistas ofensivas: Liudmila Samsonova ou Jessica Bouzas. A russa só perdeu 13 games até agora e busca inéditas quartas de Slam. Já Ekaterina Alexandrova e Belinda Bencic decidem quem será a adversária de Andreeva ou Navarro. São duas jogadoras bem experientes e com diferentes oitavas de Slam na carreira. A campeã olímpica fez segundo jogo seguido em três sets e escapou por pouco da italiana Elizabetta Cocciaretto.
As oitavas serão abertas neste domingo. Sabalenka é ampla favorita contra Elise Mertens, com histórico de 10 a 2, e Linda Noskova ganhou único confronto diante de Amanda Anisimova. Os outros dois jogos são fora do padrão: duas de nível top 50, com Sonya Kartal diante de Anastasia Pavlyuchenkova, e duas que nem entre as 100 estão, Laura Siegemund contra Sorana Sierra. Prognóstico difícil.
O interessante torneio feminino na visão de Paulo Cleto pic.twitter.com/1JHmctEXvS
— TenisBrasil (@sitetenisbrasil) July 5, 2025
Mais um 100 para Djokovic
A temporada 2025 está moldada para Novak Djokovic cravar marcas centenárias. Primeiro, foi a conta histórica de títulos na carreira; depois, de vitórias no saibro de Roland Garros; e neste sábado veio a 100ª no torneio de Wimbledon, onde é o segundo maior campeão, com sete troféus erguidos na grama sagrada. Só faltou mesmo emoção porque, apesar de todo o empenho, Miomir Kecmanovic não serviu mais do que um bom treino para Nole.
Aliás, houve outra anotação centenária no sábado, a do búlgaro Grigor Dimitrov, que chegou a 100 vitórias, mas na soma de todos os Grand Slam, o que é pouco se comparada ao espetacular sérvio mas é um número significativo para, digamos, os mortais. O mais notável, a meu ver, é que Dimi, 34 anos, contabiliza sua sexta presença em oitavas nos últimos 10 Slam disputados, lembrando que nos dois outros deste ano ele abandonou na estreia por contusão..
E por falar em “trintões”, a grande história da chave masculina segue sendo de Marin Cilic. Aos 36, ele volta a disputar as oitavas de Wimbledon depois de oito anos, ou seja, desde o vice de 2017. Ele não disputou Wimbledon nas três últimas edições por culpa do joelho, que o tirou do circuito por muito tempo entre 2023 e 2024, incluindo cirurgia 14 meses atrás, jogando seu ranking para quase 800. Teve humildade para encarar challengers, ganhou dois títulos e com isso voltou ao top 100 pouco antes de Wimbledon. Com isso, já recupera o 65º posto.
O “velhinho” da turma, com 38 anos, será favorito diante de Alex Minaur, duelo que estava previsto para as quartas do ano passado e não aconteceu devido à contusão do australiano no quadril. Já Cilic terá chance real diante do surpreendente Flavio Cobolli, que ainda não perdeu set e passou por cima de Jakub Mensik neste sábado com saque bem colocado e ótima movimentação.
A tarefa mais inglória fica reservada para Dimitrov, que terá de encarar o número 1 Jannik Sinner, contra quem perdeu os três jogos já feitos. Se o búlgaro ousasse um jogo de risco, com mais investidas à rede, talvez suas chances aumentassem. Apostar nas trocas e nos slices cruzados não me parece o suficiente.
O sangue novo neste lado da chave é o bem-humorado canhoto Ben Shelton, mais um que não cedeu set. É um tenista de enorme vigor físico e grande poder de fogo. Fato curioso, vai enfrentar Lorenzo Sonego pelo terceiro Slam da temporada, tendo vencido os dois anteriores, porém com duros cinco sets em Roland Garros e quatro na Austrália.
Aliás, esta será a primeira vez que três jogadores italianos disputam as oitavas de final de Wimbledon. E Sinner, que só perdeu até agora 17 games, se tornou o tenista de seu país com maior número de oitavas em Slam, superando o ídolo nacional Nicola Pietrangeli.
O país das duplas
O tênis brasileiro continua se dando muito bem nas chaves de duplas do circuito. Agora, temos três nas oitavas masculinas – uma parceria totalmente nacional com Matos/Melo e Demoliner – e mais dois na feminina, com Stefani e Bia Haddad, que ao lado de Siegemund atropelou convidadas locais. Ah, e Stefani estreou bem nas mistas, onde faz interessante parceria com Salisbury.
Em relação a chave feminina, a atual edição de Wimbledon parece ir de encontro a uma vitória de Iga Swiatek que vem jogando um tênis refinado e exuberante.
A respeito da chave masculina, de fato é o centenário de Djoko e seus recordes. Tem realizados excelentes jogos na sua provável despedida, mas penso que vai ficar sem GS. O grande desafio será nas QF. Cilic fantástico, aposto nele para jma SF e assim , com uma despedida gloriosa da sua carreira.
Se você gostasse do Djoko, torceria pelo 25°. Acha que engana quem?
Eu estou torcendo para o djoko chegar até as quartas!
Cilic não ganhava do Djokovic antigamente, imagine agora caindo os dentes. A tendência é que o Servio chegue na semifinal e leve mais uma surra do Sinner. Ele já está se acostumando a apanhar do italiano.
#euacreditocilic
Que eu me lembre, o sérvio andou dizendo que pretende jogar até as próximas Olimpíadas.
Caramba,caíram cedo demais as campeãs e finalistas,antes das oitavas
Dalcim ,e pensar que a poucos anos atrás pensei que Osaka,andreescu,kenin e barty dominariam o circuito ,mas as lesões e opções pessoais não deixaram .
No seu entendimento,o que ocorre no tênis feminino que as jogadoras chegam,dominam e simplesmente tem uma queda vertiginosa ?
Acho que existem diferentes razões e cada uma das citadas tiveram motivos distintos para a queda ou para mudar de vida. Acho que a vida no circuito é mais difícil para as meninas, geralmente treinadas por homens e com uma equipe também masculina a seu redor, o que me sugere um certo isolamento.
Eu gosto de novidade, então a chave feminina está bem pro meu gosto. E na chave masculina, acho que ainda vão ocorrer “zebras”. A bruxa tá solta.
O Djokovic, como era esperado, fez apenas um treino de luxo. Interessante que tenistas da mesma idade dele (Bellucci, por ex.) e até mais novos, já se aposentaram faz tempo. Acho que é uma combinação de várias coisas: resiliência, esforço, talento, genética… e não sei mais o que.
60×19 em WINNERS, pra quem adora essa estatística.
Eu acho que a competitividade do Tenis é menor que a de outros esportes. No futebol um atleta de 38 anos não passa por cima de jogadores na flor da idade, vide CR7 e Messi já nao jogam nas principais ligas.
Assisti o primeiro set do jogo do Tiago Wild e fiquei impressionado com o controle do árbitro italiano sobre o público. Era um silêncio total e absoluto durante a partida e ao mínimo ruído ou sussurro as pessoas ali eram lembradas que não deviam atrapalhar o jogo e a concentração dos tenistas. Acredito que a tensão no público era enorme, todos segurando firmemente seus celulares para não derrubarem no chão e até receosos de se mexerem no assento e produzirem algum ruído que chamasse a atenção do árbitro.
Acho que o Djokovic só terá dificuldades na semifinal, contra o Sinner, que está voando.
Muito sem-graça o jogo desse Alex De Minaur. Só sabe correr feito um condenado na quadra, e se defender.
Um mero passador de bolinha.
Além de tudo tem cara de rato kkkk
O Djokovic fará picadinho de Alex “Ratão” de Minaur.
Como diz o Sérgio: a conferir.