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Federer: “Ser o primeiro Big 4 a parar foi a coisa certa”

Foto: Laver Cup

Los Angeles (EUA) – Um ano e meio após disputar a última partida da carreira, Roger Federer concedeu sua mais extensa entrevista desde que se despediu do tênis. Em um interessante bate-papo com o jornalista Zach Baron, da GQ Sports, o suíço falou, entre outros temas, sobre os detalhes de sua aposentadoria em 2022.

Segundo ele, ter sido o primeiro membro do Big 4 a sair de cena foi a coisa certa a se fazer, principalmente pelo fato de ser o mais velho do grupo. “Quando me aposentei em Londres, na coletiva de imprensa ao lado de Andy [Murray], Novak [Djokovic], Rafa [Nadal], [Bjorn] Borg e de todos que estavam lá, eu disse que era apropriado para mim ser o primeiro a partir. Eu passei um tempo sem eles quando entrei no circuito e agora é a vez deles de terem um momento sem mim”, começou dizendo.

“Do meu ponto de vista, teria sido errado se Murray, que quase se aposentou por causa do quadril, ou Rafa com os joelhos, parassem antes de mim. Então estou feliz por ter sido o primeiro a ir. Na verdade, eu gostaria que eles pudessem durar tanto tempo quanto eu”, acrescentou o suíço de 42 anos.

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Federer também revelou como começou a desenhar sua retirada das quadras e acredita que tudo seguiu um curso natural da vida. “Muitas vezes você tem flashes quando está sentado no carro a caminho do treino, olha para fora e pensa como vai ser a aposentadoria, onde ou como vai ser, quanto tempo mais pode jogar. Essas perguntas passam naturalmente pela sua cabeça quando você reflete sobre sua vida, seus filhos e para onde a jornada irá”, explica.

“Eu fui questionado sobre a aposentadoria desde 2009, quando ganhei Roland Garros e empatei o recorde de Sampras [de 14 títulos de Grand Slam]. As pessoas perguntavam o que mais havia para alcançar. Eu respondia: ‘Não sei, mas adoro jogar e veremos aonde isso me leva”, conta o dono de 20 troféus de Major.

Sobre a vida após o tênis, Roger admite que não sente falta do circuito e sequer assiste a partidas inteiras, preferindo focar em sua família e outros compromissos. “Eu assisto os melhores momentos. É difícil assistir a uma partida completa porque estou muito ocupado com as crianças e correndo por aí. Talvez eu tenha assistido a um jogo completo no ano passado, mas fora isso vejo os destaques e verifico as pontuações todos os dias. Estou surpreso, na verdade. Achei que não iria me importar muito, mas acho que ainda conheço muitos jogadores e quero ver como eles se saem”, afirma.

“Eu realmente não sinto falta da competição. Eu me sinto em paz. Acho que é também porque sei que meu joelho, meu corpo e minha mente não me permitem estar lá. É como se tivesse espremido o limão. Eu tentei tudo que tinha. Adoro jogar tênis com meus filhos, recentemente agendei uma quadra com minha esposa pela primeira vez na vida. Foi muito divertido. Sempre pensei como seria o momento de voltar para uma quadra depois de me aposentar. Quem se importa se eu errar um forehand, se estou melhorando ou não?”, completou.

17 Comentários
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Marcos Ribeiro
Marcos Ribeiro
3 meses atrás

kkk Esta narrativa de que decidiu ser o 1o. a aposentar porque era o mais velho é uma boa piada, mas não cola. Foi o 1o. a aposentar porque foi o 1o. que o corpo não deixou continuar, mesmo tendo feito tudo o que podia para continuar. Mas mas tem gente que vai engolir. kkk

Gilson Müller
Gilson Müller
3 meses atrás
Responder para  Marcos Ribeiro

deixa de ser chato!

Paulo lino
Paulo lino
3 meses atrás
Responder para  Marcos Ribeiro

SEU COMENTÁRIO, VAI

Fernando
Fernando
3 meses atrás
Responder para  Marcos Ribeiro

Rapaz, o cara com 40 anos não poder se aposentar em paz.. é óbvio que foi pq ele não aguentava mais, isso é natural..

Paulo Mala
Paulo Mala
3 meses atrás

Eu penso que deveria ter aposentado antes, quando as lesões começaram a ficar mais frequentes. Em 2016 ele teve lesão no joelho e costas. Em 2017 costas também.
Mesmo com os problemas teve um bom ano em 2017 até a Austrália de 2018, um sucesso inesperado devido à idade avançada.
Ele pode sobreviver mais no circuito devido às gerações posteriores ao Djokovic serem mais fracas, não revelando nenhum grande jogador, até chegar agora no Alcaraz e Sinner.

Wesley
Wesley
3 meses atrás
Responder para  Paulo Mala

Concordo que o Djokovic aproveitou muito a fragilidade das gerações posteriores e foi uma grande entressafra, sem falar no envelhecimento de Federer junto com essas lesões que vc citou. E o Nadal perdeu dezenas de Grand Slams.

Beto_poa
Beto_poa
3 meses atrás
Responder para  Wesley

Você esqueceu de um jogador extra que o tirou de alguns slams: o virus da COVID KKK

Paulo Almeida
Paulo Almeida
3 meses atrás
Responder para  Beto_poa

A Covid tirou Wimbledon 2020, Australian Open 2022 e US Open 2022 do rei do tênis Djoko. Era pra estar com 27.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
3 meses atrás
Responder para  Wesley

Entressafra foi a do Federer de 2003 a 2007, além de ter se aproveitado da lesão do Nadal em 2009 e da lesão do GOAT Djoko em 2017/2018. Ganhou bem mais do que merecia, mas mesmo assim conseguiu só o terceiro lugar do Big 3.

Luiz Fabriciano
Luiz Fabriciano
3 meses atrás
Responder para  Wesley

Tenha apenas um pouquinho de trabalho e veja todos os 20 GS de Federer, contra quem ele jogou e reveja também os 24 de Djokovic. No final, por si só, reavalie a entressafra.

Luciano
Luciano
3 meses atrás

É difícil para um atleta de ponta saber a hora de parar, porque ele sempre acha que pode ir um pouco mais longe! O Federer infelizmente teve um final de carreira meio melancólico, com esse problema no joelho. Uma pena! Se o Rafa estiver bem em Roland Garros, e acredito que se estiver, ele terá condições de ganhar, seria o momento ideal para deixar as quadras! Seria memorável!

Neto
Neto
3 meses atrás
Responder para  Luciano

Nadal mostrará porque é o GOAT ao vencer Roland Garros pela 15° vez e fará a final das olimpíadas contra o Alcaraz.

Marcelo
Marcelo
3 meses atrás

Se parar pra pensar é inacreditável o que o Federer jogou em Wimbledon com 38 anos de idade. O cara venceu o Nadal na semifinal jogando muito e jogou demais na final levando o Djokovic ainda no auge por 5 horas de jogo. Falam muito na questão dos dois match points e esquecem do que foi o jogo, a jogabilidade… Depois desse jogo teve alguém que fez o Djokovic jogar por 5 horas? Acho que não.
Acredito que foi esse jogo que fez o Djokovic acreditar que podia chegar aos 36 ainda vencendo Grand Slams e quebrando recordes. E no final do ano ainda venceu o Djokovic no ATP Finals por 2×0, com um grande jogo de ambos!
E outro ponto que muitos esquecem é que quando o Federer estava com 37 e 38 anos ele enfrentou o Djokovic 5 vezes com 4 vitórias de Djokovic e 1 de Federer, o que influenciou no H2H. Só para ter uma ideia, como vcs acham vai ser o H2H com um Djokovic de 38 anos jogando contra o Medvedev?

Daniel Neto
Daniel Neto
3 meses atrás

Deve ser muito difícil parar, mas imagino que se tivesse se despedido no final de 2019, tendo tido match point em Wimbledon às vésperas de completar 38 anos, seria perfeito.
Assim como o Nadal, se tivesse parado ao final do ano em que ganhou seu último slam. Enfim, fácil falar, aqui sentado.

hmsl
hmsl
3 meses atrás

Mídia mainstream ocidental não aceita a realidade
O correto:
Big 1 – Djokovic
Big 2 – Nadal e Federer
Big 3 – Murray

JClaudio
JClaudio
3 meses atrás

A frase final resume bem, “quem se importa se eu errar forehand ou não?”
A competitividade acabou, para um cara como ele, um ícone do esporte deve ser tranquilizador.
Percebe-se em suas entrevistas a felicidade do momento.

Arthur
Arthur
3 meses atrás

Pq big four? Não era big three? Que que o Andy Murray faz aí?

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