Piracicaba (SP) – Durante o Brasil Tennis Challenger, que acontece em Piracicaba até domingo próximo, diversos profissionais, agora com suas próprias academias, são técnicos de jogadores que disputam o qualifying e a chave principal do ATP Challenger 75, no Clube Cristóvão Colombo. O evento distribui US$ 82 mil em premiação e 75 pontos no ranking mundial ao campeão.
Flávio Saretta, ex-44º do mundo, está com Márcio Eduardo Silva, que ganhou convite para o qualifying. Conhecido por suas explosões dentro de quadra e as escapadas fora dela, Saretta tenta usar sua experiência para orientar a formação desses garotos, muito além da técnica e da estratégia.
“Eu não escondo que era indisciplinado, que quebrava raquete em quadra, mas eu tinha um talento diferente, ou não teria chegado onde cheguei. E me arrependo de tanta coisa que eu fiz, porque eu poderia ter jogado muito mais, poderia ter sido top 20, top 15. Justamente por que eu fiz isso que eu posso ajudar, sei até onde ele pode ir sem se prejudicar, sei como é sacar em um 15/40 e posso dar esse conselho. Pretendo ser um técnico muito melhor do que fui como jogado”, afirmou Saretta.
Franco Ferreiro, que chegou ao 136º lugar do ranking, está em Piracicaba com os jogadores Orlando Luz, Marcelo Zormann e Eduardo Ribeiro. Também acompanha Rafael Matos no circuito de duplas. Franco foi outro jogador que aproveitou bastante a vida fora de quadra enquanto ainda jogava. Mas garante que esse ‘plus’ de experiência é o que faz a diferença.
“Tive muitos erros e muitos acertos na carreira. Fiz coisas boas e coisas ruins, isso é o algo mais que temos, já passamos por tudo. Crescemos aprendendo tudo sozinhos, não viajávamos com treinador. Hoje eu estou aqui. Não posso entrar na quadra para resolver os problemas, mas sei o que dizer para ajudar o tenista a encontrar a solução”, falou Ferreiro.
E os jogadores que foram disciplinados, como são atualmente na função de técnicos? Seguem o estilo. Exigem disciplina dos pupilos. Breno Braga, que ganhou convite para o qualifying, treina há 3 anos com Nicolas Santos e confirma: “ele é duro, não tem moleza, tem que fazer tudo certinho”.
Ricardo Hocevar, ex-149 da ATP também segue o que aprendeu e aplicou como tenista. “Jogar profissional não é fácil e estou tentando passar isso adiante. As vezes o atleta se perde por vários motivos, aconteceu comigo e hoje eu sei dizer quando o jogador vai errar e posso alertar. A recompensa é ver o que você ensinou dando resultados e o atleta se sobressaindo.”
Orlando Luz na rodada noturna
A chave principal do Ano II Brasil Tennis Challenger começou nesta segunda, e o brasileiro Orlando Luz estreia na rodada noturna, a partir das 19 horas, enfrenta Felix Gill (GBR). Já o qualifiying vai definir as seis vagas restantes. Os três convites para a chave principal foram definidos: os brasileiros Mateus Alves, Eduardo Ribeiro e Nicolas Zanellato.