Mário Sérgio Cruz
Especial, de São Paulo
Estreante na equipe brasileira da Billie Jean King Cup, Luiza Fullana aproveita o momento em que poderá ter dedicação exclusiva ao tênis. A brasiliense de 23 anos e atual 574ª do ranking conquistou em setembro seu primeiro título profissional em São Paulo e está de mudança para a Espanha para treinar na Carlos Gomez Academy, em Barcelona.
Depois de passar pelo tênis universitário nos Estados Unidos, Fullana trabalhando dentro e fora do tênis para poder juntar dinheiro para viajar para os torneios. O cenário mudou especialmente depois que ela conseguiu seus dois primeiros contratos de patrocínio, com a Sadia e o Banco BRB, e também pelo recente salto no ranking, que possibilitou à tenista entrar em torneios maiores.
“Eu fazia um pouco dos dois. Eu tanto trabalhava como técnica, como também no marketing, que foi o meu curso na faculdade. E foi uma experiência incrível. Por mais que não fosse exatamente o que eu gostaria, porque eu sempre quis jogar o circuito, foi importante até para eu ter certeza que eu queria jogar. Então foi bem legal”, disse Fullana a TenisBrasil, na véspera do confronto contra a Argentina em São Paulo.
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A brasiliense explica que a decisão de seguir carreira no tênis universitário foi motivada também pela falta de condições de se manter financeiramente no circuito quando saiu do juvenil, além de ganhar ritmo de jogo, por ter iniciado mais tarde no esporte. ‘A decisão de ir para o College foi baseada na parte financeira. Eu realmente não tinha os recursos necessários para sair do juvenil e ir jogar no profissional. Então foi a saída que eu achei para continuar jogando e ter a experiência de disputar várias partidas na semana. Até porque eu comecei tarde no tênis, com 12 anos, e eu precisava dessa experiência extra. Então foi a melhor escolha”, avaliou a tenista sobre a experiência nos Estados Unidos.
“Eu tive que correr um pouco atrás do prejuízo, mas por ter feito vários esportes desde muito pequena, não foi tão difícil quanto seria se eu não tivesse feito nada. Para você imaginar, já fiz vôlei, ginástica, basquete, hipismo… Então, realmente tudo o que você pensar, eu já tinha feito. Então essa bagagem me ajudou quando comecei mais tarde no tênis”, complementou a tenista, que diz não saber a origem do sobrenome, mas gosta e se diverte com as brincadeiras que fazem nas redes sociais.
Experiência inédita na Billie Jean King Cup
Fullana é mais jovem no time liderado por Bia Haddad Maia e que também conta com Laura Pigossi, Carol Meligeni e Ingrid Martins. Ela foi chamada para substituir Luísa Stefani, que encerrou a temporada para tratar de um desconforto no joelho, e espera continuar na equipe nos próximos confrontos. “Estou muito feliz em fazer parte do time e espero que seja a primeira de muitas convocações. Não esperava conseguir jogar e ter esse ambiente tão rápido depois de me formar. O foco agora é em jogar o circuito profissional”.
“Acho que todas as meninas servem de inspiração, não somente para os fãs, mas também para as meninas quem estão começando agora. Está sendo incrível essa experiência de estar com elas todos os dias e ver o quão profissionais elas são e o quanto amam o que fazem. Isso é o que mais me motiva a continuar”, acrescentou a brasiliense, a respeito do momento do tênis feminino no Brasil.
De mudança para a Espanha, Fullana também poderá viajar com o treinador e disputar mais torneios por temporada. “Nos últimos torneios que eu joguei, agora na Grécia, pude viajar com meu treinador e foi uma experiência muito boa. Mas realmente não tive ainda a oportunidade de levar todas as minhas coisas para lá. Estou planejando fazer isso em janeiro, mas estou super motivada. Principalmente por estar na Europa, com mais torneios por lá. O custo e a logística são mais fáceis. Então vai ser muito especial”.