Dzumhur relembra drama de saúde: “Três anos atrás, quase morri”

Damir Dzumhur (Foto: ATP Tour)

Cincinnati (EUA) – Ex-numero 23 do mundo e atual 56º colocado no ranking, Damir Dzumhur viveu um dos capítulos mais marcantes de sua vida fora das quadras. Em 2022, logo após Roland Garros, o bósnio foi diagnosticado com pancreatite aguda e passou seis dias internado na UTI em Paris. “Se eu não fosse jovem e saudável, não sei se teria sobrevivido”, contou em entrevista à ATP.

A doença surgiu de forma repentina, sem causa aparente, e o afastou da família por quase um mês. Seu filho havia nascido há pouco tempo e a distância pesou. “Luka tinha nascido em outubro do ano anterior e, em vez de aproveitar a vida com ele, eu estava em uma cama de hospital em outro país, sem saber o que o futuro me reservava. Embora o momento mais feliz da minha vida tenha sido quando Luka nasceu, o segundo foi quando pude vê-lo novamente”, relembra.

Ao todo, foram mais de 20 dias internado e a perda de 11 kg, chegando a apenas 55 kg. “Passei meu 30º aniversário em um hospital francês sem minha família. Naquele momento, eu só pensava em estar vivo, não em jogar tênis”.

Os meses seguintes foram de paciência e disciplina. Embora os médicos considerassem sua recuperação rápida, para Dzumhur cada dia parecia lento. A volta às quadras exigiu não apenas preparo físico, mas também superar o medo de que o problema pudesse se repetir. “Eu não pensava em tênis naquele momento e não sabia como iria voltar. Eu nem sabia se voltaria. Quando finalmente ganhei peso e me senti mais forte, percebi que queria voltar a competir. Está no meu sangue”, afirmou.

Em agosto daquele ano, o bósnio retornou ao circuito ocupando apenas o 243º lugar no ranking, longe dos tempos em que figurou no top 25 em 2018. O objetivo inicial era modesto: simplesmente jogar novamente. Mas com persistência e bons resultados, alcançou o top 100 no ano passado e hoje se aproxima da faixa dos 50 melhores.

“Ainda me sinto bem fisicamente e motivado. Antigamente, os jogadores se aposentavam aos 31 ou 32 anos, mesmo que estivessem saudáveis, mas o tênis mudou muito. Ver jogadores como [Novak] Djokovic, [Gael] Monfils e [Stan] Wawrinka atuando em alto nível me dá esperança”, diz o tenista de 33 anos.

Apesar das más lembranças, Dzumhur também guarda boas memórias recentes de Roland Garros, onde chegou à terceira rodada em 2025 e tirou um set de Carlos Alcaraz, em partida noturna que colocou o público da Philippe Chatrier de pé. Para ele, foi mais que uma vitória parcial, mas a confirmação de que havia recuperado o prazer de competir. “Em 2018, perdi match points para Alexander Zverev. No ano seguinte, caí e machuquei o ombro lá. Em 2022, vocês sabem o que aconteceu. Foi bom reviver uma lembrança feliz em Paris.”

Com uma carreira marcada por altos e baixos, o bósnio sabe que a principal conquista foi fora das quadras. “Três anos atrás, quase morri. Hoje, posso fazer o que amo.”

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Paulo A.
Paulo A.
1 dia atrás

Incrível história. E ele é atleta de alto nível…imagine se não fosse…

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