Paris (França) – O favoritismo se confirmou e Novak Djokovic é agora o recordista isolado de troféus de Grand Slam. O tricampeonato neste domingo em Roland Garros, ao superar o norueguês Casper Ruud novamente em sets diretos, parciais de 7/6 (7-1), 6/3 e 7/5, permitiu que o sérvio desempatasse o duelo direto com Rafael Nadal e atingisse o 23º título nos grandes campeonatos. Por ironia, justamente no lugar onde o espanhol mais dominou.
Djokovic marca uma nova série de façanhas. Supera o próprio Nadal como mais velho campeão do torneio, aos 36 anos e 20 dias, e agora é o único homem a ter ao menos três troféus em cada Grand Slam, algo que somente três mulheres conseguiram na história (Margaret Court, Steffi Graf e Serena Williams).
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Também retorna à liderança do ranking, iniciando nesta segunda-feira a 388ª semana de seu longo reinado. Djokovic tirou o posto de Carlos Alcaraz ao ganhar o Australian Open, no dia 30 de janeiro, mas o espanhol recuperou a ponta no dia 20 de março nos Masters americanos em que Nole não competiu. O sérvio ultrapassou de novo no dia 3 de abril e Alcaraz saiu de Roma no dia 20 de maio com o número 1, já que Djokovic não defendeu o título.
Nole ganha o terceiro troféu seguido de Slam, somando-se aos de Wimbledon do ano passado e do Australian Open de janeiro, mas não participou do US Open por falta de vacinação contra covid. Atinge portanto 21 vitórias seguidas de Slam e abre porta para tentar novamente ganhar os quatro maiores torneios da temporada, como tentou em 2021 e falhou apenas na final de Nova York.
Este é ainda seu 94º título geral na carreira, agora empatado com Ivan Lendl no terceiro lugar, sendo 19 deles sobre o saibro. De quebra, faturou mais 2,3 milhões de euros, o que deve elevar seu total oficial da carreira para bem perto dos US$ 170 milhões, de longe a maior marca da Era Profissional.
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Ruud tem grande início
Aplicação tática sempre foi o forte do norueguês e Ruud usou seu melhor ao longo da maior parte do primeiro set, quando chegou a abrir 3/0 e 4/1, com coragem para não fugir do backhand e usando bolas anguladas e altas no lado direito do sérvio para dificultar o ataque. Também fez algumas boas combinações de curtinhas e voleios, num volume geral de tênis que superava Djokovic.
Aos poucos, porém, o sérvio foi se ajustando em quadra e conseguiu ficar mais sólido na base, sem permitir tantas aventuras. A quebra no sétimo game era a resposta, mas Djokovic ainda teve de salvar break-point em seguida com voleio perfeito. Ruud já sentiu dificuldade em manter padrão com o backhand, mas evitou também a quebra no nono game e levou ao tiebreak.
Aí outra vez Nole se mostrou exuberante. Pela sexta vez nesta edição do torneio, ganhou um tiebreak sem cometer um único erro não forçado. E ainda viu Ruud bem mais perdido em quadra, obrigando-se a forçar jogadas difíceis. Fez então tranquilos 7 a 1, vencendo os quatro últimos pontos.
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Domínio se acentua
Embalado, Djokovic começou a devolver cada vez melhor, enquanto Ruud parecia ter perdido o ajuste fino dos golpes. Rapidamente, o sérvio abriu o segundo set com quebra e daí em diante administrou bem o placar, tendo no máximo permitido dois 30-30 em seu serviço. Por muito pouco, não simplificou a tarefa ao ter dois set-points no oitavo game, evitados com esforço pelo número 4 do mundo.
Sem jamais ter vencido um set sequer de Djokovic nos quatro duelos anteriores, Ruud ainda lutou muito ao longo de todo o terceiro set, convivendo bem com a pressão. Evitou break-point no terceiro game, safou-se de 30-30 no nono antes de enfim sucumbir às devoluções e trocas precisas do adversário. Nole então sacou concentrado e finalizou o duelo de 3h13 no segundo match-point, jogando-se de costas no saibro para festejar.
O norueguês perdeu assim sua terceira final de Slam e a segunda seguida em Roland Garros, em ambas sem ganhar ao menos um set, já que foi amplamente superado por Nadal em 2022, então o 14ª conquista do espanhol em Paris. Escapou de break-point fatal no terceiro game e de perigosos 30-30 no nono.