Nova York (EUA) – Campeã pela primeira vez de um Grand Slam, a jovem norte-americana Coco Gauff comemorou sua conquista do US Open com uma mistura de sensações. Após bater a bielorrussa Aryna Sabalenka na final de sábado com uma grande vitória de virada, começando mal para depois se recuperar e faturar o título, a tenista de apenas 19 anos tentou resumir um pouco o momento tão especial em sua carreira.
“É 100% de muito alívio, não é a maior emoção. No momento estou apenas sentindo felicidade e um pouquinho de alívio. Acabei de aceitar todas as coisas positivas e negativas que foram ditas sobre mim. Percebo que às vezes as pessoas têm personalidades diferentes e algumas pessoas precisam desligar os comentários e não olhar para eles, mas sou uma pessoa argumentativa e muito teimosa. Se me falam uma coisa eu gosto de fazer outra”, disse Gauff sorrindo.
“Literalmente até uns 10 minutos antes da partida, eu estava lendo comentários de pessoas dizendo que eu não iria vencer hoje (risos). Isso só colocou fogo em mim”, acrescentou a jovem norte-americana, que lidou com os holofotes do circuito desde muito cedo. Gauff despontou com apenas 15 anos em Wimbledon, surpreendendo Venus Williams na estreia do torneio em 2019, para depois chegar até as oitavas de final.
A grande campanha logo em sua estreia em Grand Slam criou uma enorme expectativa sobre seu futuro e com isso veio também a pressão, apesar da pouca idade. “Foi uma longa jornada até este ponto. Eu não era uma jogadora totalmente desenvolvida e sabia que tinha muito a crescer pela frente naquele momento. As pessoas estavam colocando muita pressão sobre mim para vencer. Senti que aos 15 anos eu tinha que vencer um Slam”, falou a norte-americana.
“Mas tudo isso me trouxe a esse momento, então não houve erros”, acrescentou Gauff, que no ano passado chegou mais perto de faturar seu primeiro Grand Slam, chegando até a final de Roland Garros contra a polonesa Iga Swiatek, mas teve o sonho adiado ao ser facilmente derrotada. Na decisão do US Open, a futura número 1 do mundo Sabalenka por pouco não a frustrou de novo, precisando mostrar a cabeça no lugar para buscar a virada.
A tenista da casa reconheceu que começou mal e estava nervosa na partida, apesar de garantir que entrou em quadra tranquila. “Entrei neste jogo como se fosse qualquer outro jogo. Sinceramente, não estava nervosa ao entrar. Mas ela estava jogando um ótimo tênis e eu sabia que seria uma daquelas partidas difíceis de resolver problemas, porque ela é uma adversária difícil”, disse Coco.
“Não existe nada mais dramático do que isso. Sim, fui ao banheiro e usei a pausa porque estava nervosa. Estava lavando as mãos, coloquei um pouco de água no rosto e pensei: ok, só preciso reiniciar e refazer’. No primeiro set, minhas bolas estavam muito curtas e me questionei: ‘por que elas estão tão curtas?’ Minha equipe dizia para aprofundar e eu respondia que estava tentando. Foi difícil redirecionar a bola para onde queria porque ela está sempre na frente, sempre batendo muito rápido”, disse Gauff.
Ela então tentou mirar mais perto da linha de base para dificultar a vida de Sabalenka. “Antes eu estava mirando um pouco mais para dentro, que é o que eu normalmente faço, porque você queria mirar na linha de base, mas percebi que claramente não era o suficiente. Tentei permanecer na partida, sabia que ela iria continuar atacando e que eu não conseguiria vencer do jeito que gosto de jogar. Não gosto de jogar do jeito que joguei hoje. Correr pela quadra é divertido, mas não é tão divertido quanto acertar os winners”, finalizou.