Brasil tem vitória empolgante, mas a Davis segue polêmica

Sensacional a vitória no Brasil na Copa Davis. Marcar 3 a 1 na Dinamarca de Hoger Rune, numa superfície sintética é realmente empolgante. Assim como foi o resultado histórico do Thiago Monteiro, que venceu um jogo incrível diante do número 4 do ranking da ATP. Ceará sempre teve um jogo previsível, mas ao longo do tempo conseguiu algumas importantes melhorias e ganhou inclusive versatilidade para adaptar seu tênis a qualquer superfície. Aliás, toda a equipe comandada por Jaime Oncins e Marcos Daniel merece elogios. Thiago Wild tem um jogo exuberante, Felipe Meligeni Alves mostrou seu potencial ao furar o quali do US Open, Rafael Matos habilidoso nas duplas e Marcelo Demoliner reviveu seus tempos de simples, quando era treinado por Fernando Roese.

O caminho do Brasil na competição ainda é árduo. Só irá conhecer o próximo adversário em novembro e há muitas possibilidades de ter de enfrentar mais um grande desafio. Mas fica para a história esse resultado diante da Dinamarca. Desde 1999, nos tempos eufóricos de Gustavo Guga Kuerten, não conhecíamos um bom resultado em quadras europeias em confrontos da Davis.

Lembro bem dessa época. Estava em Lérida, na Espanha, e ao chegar a sala de imprensa, um integrante da organização – que já me conhecia do circuito – ironizou minha viagem. Insinuou que estaria perdendo tempo e dinheiro para ver o Brasil perder. Mas ao final, os espanhóis entraram em crise e crucificaram Carlos Moya.

Eram bons tempos da Davis. Quando ainda escrevia para o Estadão costumava definir a competição entre países como a mais empolgante do tênis. O país sede – em todas as fases – escolhia o tipo de piso, o local, a bolinha e tudo mais que poderia favorecer. É claro que houve exageros e por várias vezes a Confederação Brasileira de Tênis chegou a ser punida pelo comportamento da torcida e outras artimanhas para prejudicar o time adversário. Mas, não se pode negar que o clima era eletrizante.

As enormes alterações na Davis vieram para se tentar dar um upgrade na competição. Afinal, alguns dos mais importantes jogadores do tour e que costumavam brigar pela liderança do ranking da ATP já não se interessavam mais em jogar pelos seus países. A justificativa é que desperdiçariam semanas importantes na luta pelos seus objetivos em um calendário já bastante apertado e concorrido.

Para o Brasil esse foi um confronto marcante. E há de se destacar o esforço e apoio da CBT, que jamais economizou esforços e recursos para dar boas condições para toda equipe. E agora, com este resultado, vê o retorno aos seus investimentos. Além disso, toda equipe ganha empolgação e confiança para o circuito profissional. Que venham novos desafios.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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