Felipe Priante
São Paulo (SP) – Principal nome do tênis brasileiro na atualidade, a paulista Beatriz Haddad Maia sabe que com grandes poderes vem grandes responsabilidades e por isso a cada passo a frente que dá na sua carreira, as cobranças acabam aumentando. Já com considerável experiência no circuito, a atleta de 27 anos diz que aprendeu a lidar com as críticas que recebe nas redes sociais e tenta não prestar muita atenção nelas.
“Eu me sinto valorizada no Brasil, mas já sofri muito pelas críticas e comentários. As pessoas que falam não conhecem o seu dia a dia, não têm ideia do que você está passando. Crítica construtiva é uma coisa fundamental, toda pessoa pública tem que saber lidar, mas há aquelas que não são necessárias”, afirmou a canhota paulista em entrevista coletiva concedida na última terça-feira.
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“Já li muita coisa e percebi que o problema de certos comentários está na pessoa, não é um problema meu. Não me alimento disso. Sei que nós brasileiros somos muito resultadistas, mas os atletas são seres humanos”, acrescentou Bia, que depois da conquista no WTA Elite Trophy vai encerrar a temporada defendendo o Brasil na Billie Jean King Cup.
A paulista se vê cada vez mais respeitada no circuito e espera usar isso para ajudar o tênis nacional. “Meu status mudou sim, aos poucos fui conquistado espaço com minha personalidade e não só com meu tênis. Acho que hoje em dia sou respeitada pelas meninas do top 20, onde me consolidei nesse último ano e meio. Espero poder utilizar isso de maneira positiva para abrir portas para as brasileiras”.
Depois de acumular US$ 2.061.321 de premiações neste ano (US$ 4.545.577), Bia comentou sobre a exposição de valores e garantiu que os títulos são e as conquistas são mais importantes do que o lado financeiro. “O que me move não é dinheiro. A gente fala muito sobre o quanto o atleta ganha, o prize money é exposto e nem todo mundo gostaria que fosse assim”, observou a paulista.
“Temos que entender que, desses valores, a gente paga imposto. Eu, por ser brasileira, tenho que pagar 27% do que ganho. Além disso, tenho que pagar voo, hotel, meu time e a alimentação de todos eles (nos torneios). Minhas contas são bem altas e meu maior investimento hoje é com minha equipe e minha carreira. Tudo que recebo invisto em mim mesma”, finalizou Bia.