Bia celebra primeiro torneio em casa em 7 anos

Foto: Luiz Cândido/CBT

A disputa do confronto dos playoffs da Billie Jean King Cup neste fim de semana em Brasília é bastante especial para Beatriz Haddad Maia, que está jogando um torneio em casa pela primeira vez em sete anos. A última vez que Bia havia jogado uma competição oficial no Brasil foi no WTA de Florianópolis de 2016, quando ainda buscava se firmar entre as 100 melhores do mundo. Desde então, muita coisa se mudou e ela se consolidou como a principal jogadora do país na atualidade até viver a melhor temporada da carreira, em que foi semifinalista de Roland Garros e chegou ao top 10 do ranking em junho deste ano.

“Fazia bastante tempo que eu não jogava em casa, e bastante coisa mudou. Eu aprendi muito e passei por diversos desafios e pedras pelo caminho. Posso dizer que sou completamente diferente de quando tinha jogado da última vez. E acho que também por isso que estava com bastante vontade de jogar na frente de todo mundo. Confesso que estava bem nervosa, não é fácil, mas receber essa energia é muito especial e fico feliz que saímos com os dois primeiros pontos do confronto”, disse Bia Haddad Maia a TenisBrasil, durante a coletiva de imprensa desta sexta-feira em Brasília.

Cada vez mais admirada pelo público brasileiro, especialmente depois de uma temporada de tantos resultados importantes, a jogadora de 27 anos destacou o aumento na visibilidade do esporte e seu impacto para as novas gerações. “A recepção do público foi muito especial. Desde o primeiro dia nos treinos, vimos principalmente muitas crianças. E o que eu mais ouvi foram pessoas falando que estavam acordando cedo ou até de madrugada para me acompanhar ou acompanhar as meninas”.

“O tênis feminino está passando por um momento muito especial e acho muito bom poder inspirar outras pessoas. Bastante gente me contou que os filhos começaram a jogar por toda essa repercussão. Eu vou buscar cada vez mais trabalhar duro para aumentar a visibilidade, e pensando não só em mim, mas também em popularizar o tênis. Ele transforma as pessoas, ensina valores, e acho que a gente pode incentivar mais o tênis feminino porque a gente está merecendo”, complementou a vencedora de três torneios da WTA.

Vantagem no confronto contra a Coreia do Sul
A atual número 11 do mundo confirmou o favoritismo contra a jovem de 20 anos Yeonwoo Ku, apenas 505ª do ranking, marcando as parciais de 6/0 e 6/4 em 1h25 de partida. A vitória ajudou o Brasil a abrir 2 a 0 no confronto disputado na quadra de saibro da Arena BRB, ao lado do estádio Mané Garrincha. Bia volta à quadra às 10h deste sábado para enfrentar Sohyun Park, 295ª colocada, com a chance de definir a série. Em caso de vitória nos playoffs, o Brasil disputará o Qualificatório Mundial da Billie Jean King Cup no início de 2024, que por sua vez valerá vaga na fase final do ano que vem.

“Falando da partida de hoje, na Billie Jean King Cup não importa muito o ranking. Os jogos são sempre duros, mas sempre gostei desse tipo de competição. Eu consegui começar o jogo devolvendo bem melhor, mas com o primeiro saque um pouco abaixo. Depois, inverteu. Os games de saque estavam me segurando muito bem no segundo set, mas as devolução caíram um pouco. Em termos de tênis é difícil fazer um jogo perfeito, mas saio muito feliz com a vitória e com minha postura e com minha atitude. E nesse tipo de competição, isso é o mais importante”, avaliou a número 1 do Brasil, que tem a companhia de Laura Pigossi, Carol Meligeni, Luísa Stefani e Ingrid Martins na equipe.

Audiência especial da família Kuerten na partida
A partida também teve um espectador especial, Rafael Kuerten, presidente do Grupo Guga Kuerten e irmão mais velho do tricampeão de Roland Garros. “Antes de ir para o clube, na recepção do hotel, eu encontrei com o Rafa e o filho dele, acho que é o Leo. Foi muito legal receber o carinho dele e pedi licença para dar um abraço, a gente conversou um pouquinho. Eles não fazem ideia do quão feliz eu fiquei”.

“É uma família que representa muito para mim. E foi muito bacana receber esse carinho e tê-los ali no cantinho da quadra. Em muitos momentos, o meu ‘Vâmo’ foi olhando para eles. E se não fosse Roland Garros, a gente não teria essa conexão, então foi muito bacana”.

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