Felipe Priante
Especial de Paris
A polonesa Iga Swiatek terminou sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris com vitória, mas também com um gosto amargo de quem era favorita ao ouro e ficou apenas com o bronze. Na entrevista após a vitória sobre a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova, ela demonstrava uma felicidade bastante contida e mais um ar de alívio por não ter saído de mãos abanando da competição.
“Não foi fácil. Vencer uma medalha é um sonho que se torna realidade, mas só estou aqui porque adoro jogar tênis, uma vez que ontem foi uma das derrotas mais duras da minha carreira”, contou a número 1 do mundo. “Depois de ter perdido na Austrália, chorei por uns três dias e acho que se eu não tivesse jogado hoje choraria por uma semana. Foi muito duro, não sei como superei”, acrescentou Iga.
O peso do favoritismo e de jogar por uma nação inteira acabou sendo demais para ela carregar. “Percebi que não estava jogando apenas por mim, mas por um país e todo mundo que esperava que eu ganhasse uma medalha, de preferência uma de ouro. Tentei trabalhar com isso, mas foi muito pesado e acho que depois que eu perdi vi que não joguei meu melhor”, observou.
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Para ela, o fato dos Jogos Olímpicos acontecerem apenas a cada quatro anos foi algo que a deixou ainda mais tensa. “Não vou ter uma nova oportunidade, só daqui a quatro anos, mas não podia ficar pensando nisso, só que fica no fundo da cabeça”, disse a polonesa, que reforçou a dor da derrota na semifinal para a chinesa Qinwen Zheng.
“Sei que o tênis é só uma parte da minha vida, mas dessa vez parecia que alguém tinha partido meu coração. Sou a número 1 por tanto tempo e achava que poderia lidar com tudo, mas esse torneio mostrou que não é o caso. Preciso trabalhar para melhorar no futuro. Coloquei muita bagagem no meu ombro e quis jogar por todo mundo”, avaliou Swiatek.
Mesmo mais jovem, Alcaraz vira modelo
Fã confessa de Rafael Nadal, a líder da WTA usou outro espanhol de modelo nos Jogos Olímpicos. Para Iga, o comportamento de Carlos Alcaraz durante o evento é para ser seguido. Para ela, o atual campeão de Roland Garros e Wimbledon tem conseguido aguentar bem a pressão e aproveitar um pouco a competição.
“Vejo Carlos Alcaraz, que está aproveitando cada momento e é um bom exemplo para se tomar”, disse a polonesa, que agora tentará aproveitar pouco mais atmosfera olímpica nos próximos dias. “Vou ficar um pouco aqui, estava apenas pensando na minha próxima partida e agora posso aproveitar”, finalizou Swiatek, que receberá sua medalha após a final feminina marcada para sábado.
Quando a expectativa é demasiadamente grande, a queda costuma ser proporcional. A grande questão é como lidar com essa derrota e seguir em frente. Do mais, uma medalha de bronze por si só já, em um evento quadrienal, é um feito a ser celebrado.
Imagina o que os haters poloneses estão falando da Iga Swiatek. Ela é a maior tenista da história da Polônia entre homens e mulheres. Então, como a Polônia não tem tanta tradição no tênis, a responsabilidade da Iga fica enorme. Diferente do Carlos Alcaraz, por exemplo, que tem no Rafael Nadal um compatriota que é multicampeão e por isso a responsabilidade dele de conquistar títulos, meu ver, fica menor.
Indiferente da cor da medalha, atletas são seres humanos. Tem muitas tensões. A Iga é vencedora, não
Nada mais a provar.
Dele Iga!
A conquista da medalha de bronze e monstruosa. Parabéns iga Swiatek