Após três tiebreaks, Monfils desiste no começo do 4º set e Shelton avança

Foto: Tennis Australia

Melbourne (Austrália) – Separados por 16 anos de diferença, o norte-americano Ben Shelton e o francês Gael Monfils travaram um duelo de gerações nesta segunda-feira pelas oitavas de final do Australian Open, no qual a juventude prevaleceu após a desistência do veterano de 38 anos no começo do quarto set, quando perdia com o placar de 7/6 (7-3), 6/7 (3-7), 7/6 (7-2) e 1/0. O francês sofreu com lesão no tornozelo.

Ao avançar para as quartas de final em Melbourne pela segunda vez, repetindo a campanha de 2023, Shelton se torna o 19º norte-americano com múltiplas aparições na penúltima rodada do torneio desde o começo da Era Aberta. Ele terá pela frente o italiano Lorenzo Sonego, que mais cedo acabou com a festa de mais um jovem, eliminando Learner Tien em quatro sets.

O canhoto norte-americano tem na Austrália seu Slam de maior sucesso até então, sendo o único no qual soma pelo menos duas idas às quartas (foi uma vez no US Open) e o primeiro em que alcança uma dezena de vitórias, algo que conseguiu com a desistência de Monfils.

Com três jogos duros para chegar até as oitavas, acumulando 9h13 em quadra antes de entrar para enfrentar Shelton (3h04 em média por jogo), o veterano parisiense aguentou mais 2h57 de árdua disputa, com os três sets que jogaram até o fim sendo definidos apenas no tiebreak. O primeiro não teve quebras, nem break-points e Shelton conseguiu se impor no desempate.

Na segunda parcial, a história foi parecida, mas desta vez cada jogador teve um game de oportunidades. Shelton salvou três break-points no oitavo e Monfils dois no nono. Veio mais um desempate para definição e desta vez o saque afiado do francês prevaleceu, com ele devolvendo o placar do set anterior para empatar o jogo.

Monfils anotou a primeira quebra do jogo no começo do terceiro set, mas levou o break de volta em seguida. Mesmo mostrando já um pouco de dificuldades físicas, o veterano de Paris teve ainda nova chance de quebra no sexto e não aproveitou, pagando caro por isso no final, já que em mais um tiebreak, quem saiu com a vitória foi Shelton, liderando o placar agora por 2 a 1.

O quarto set durou apenas um game, o francês foi quebrado logo de cara e desistiu em seguida. O equilíbrio ficou evidente em alguns dos números da partida, principalmente no aproveitamento de saque, com ambos terminando com 75%. Enquanto Shelton teve seis winners a mais (51 a 45), Monfils compensou com cinco erros não forçados a menos (30 a 35).

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Wilbert Ferraz
Wilbert Ferraz
22 dias atrás

Até que demorou para o Monfils desistir nesse torneio. De cada 10 derrotas dele, 9 sao por desistencia. Quando ele ve que nao vai dar, ja pula fora. Carreira toda dele foi assim.

Marcelo Reis
Marcelo Reis
22 dias atrás
Responder para  Wilbert Ferraz

Na Era Aberta, ele é o tenista com mais abandonos e W.O., empatado com o Tommy Haas. Foram 33 no total. E de quebra, acho que é o mais velho do top 100.

Última edição 22 dias atrás by Marcelo Reis
Verridiana Parmeggieri
Verridiana Parmeggieri
22 dias atrás

Monfils é show. mas complicado ver e saber que ele (como já faz a tempos) não tem condições físicas de jogos em seqüência e sempre acaba entregando. ele tem todo direito de jogar e abandonar. mas isso estraga um pouco o espetáculo. beijos da tia Verridiana. e boa semana a todos.

João Silva
João Silva
22 dias atrás

Monfils falou que o Tenis não é prioridade dele.. então quem paga ingresso para os jogos dele já deve esperar que ele esta ali só por diversão.

Sergio
Sergio
22 dias atrás
Responder para  João Silva

João, não foi bem assim o comentário do Monfils. O que ele disse é que ele está feliz com o momento dele na vida e na carreira. Que ele prioriza sim estar com sua família e que tênis, para ele, é um grande complemento na vida dele.

Porkuat
Porkuat
22 dias atrás

Poderia ter esperado o Shelton fechar o game pelo menos hein Fanfarrão

Rossini
Rossini
22 dias atrás

O tênis não é prioridade pra ele. Nem agora, nem quando chegou, nem durante seus 20 anos. Não tem problema, o esporte é individual, ele ganha um dinheiro, leva a vida que quer e ninguém tem nada com isso. Não dá supor que todos os tenistas farão o calvário pelo deserto de se colocar numa posição como Federer, Nadal, Dkolo, Sinner, Alcaraz. Agassi mesmo chegou, foi, viajou, voltou pro foco e saiu de cena. Não tem regra nisso. Ainda anteontem Mong nos brindou com aquela pintura de estratégia contra o Fritz, que deve ser guardada e “ensinada” nas “faculdades do tênis”
Quem tem muito talento como ele, a gente automaticamente cobra que vivam pelo tênis com a maior absoluta prioridade, por cima de todo o resto. Não é assim. Paga-se um preço enorme em ficar desde os 18 anos, trabalhando para alto rendimento durante 48 semanas por ano, sem uma residência fixa, ainda que se ganhe muito dinheiro e fique milionário. Um preço que não é dinheiro, entendamos bem. Monfils não quis passar por isso, levou um pouco de normalidade na vida. Alcaraz quis, João demonstra querer, Kyrgios fingiu querer, Tomic, nem pensar, Thiem foi lá e cabeça se esgotou, Hewitt nunca desistiu, mas o jogo mudou com ele em atividade, seu corpo não dava conta da nova exigência. A gente os vê quase toda semana, parece automatica a aparição deles na nossa tv, mas são seres humanos ali, não esqueçamos. Segue o baile.

Willian Rodrigues
Willian Rodrigues
22 dias atrás
Responder para  Rossini

Excelente texto.

Neri Malheiros
Neri Malheiros
22 dias atrás

Sem enfeites ou firulas, como costuma fazer o talentoso francês, Rossini descreveu perfeitamente a diferença de perfis dos competidores. Alguns estão dispostos a pagar o alto preço de um circuito extremamente exigente em todos os aspectos, onde já não basta apenas o domínio técnico para atingir e se manter no topo. Outros não e isso deve sempre ser respeitado visto que todos são profissionais e sabem onde o calo aperta.

Monfils é um atleta diferenciado e nunca abandonou seu estilo único de encarar seus adversários e partidas como algo prazeroso e divertido acima de tudo e, quando o físico permitia, para alguns lampejos de graça e espetáculo. E ainda assim, como contemporâneo do Big 4, conseguiu intrometer-se lá no alto. Depois do título em Auckland, aos 38 anos, chegar à segunda semana do primeiro Grand Slam do ano, não é para qualquer um. Se o corpo permitir, quero vê-lo atuar nesse nível pelo menos por mais uma temporada.

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