Amarga despedida

Embora os dois representantes masculinos tenham perdido para jogadores de rankings expressivos, o adeus do tênis brasileiro aos combinados 1000 de Indian Wells foi um tanto amargo.

Thiago Wild foi quem se saiu melhor, com algumas chances diante de Stefanos Tsitsipas na noite de sexta-feira. Já no sábado, João Fonseca só conseguiu jogar bem até a reta final do primeiro set, perdendo então nove games consecutivos do canhoto Jack Draper.

O ‘pneu’ sofrido pelo carioca praticamente emendou-se em uma exibição simplesmente tenebrosa de Beatriz Haddad Maia, que conseguiu jogar ainda pior do que vinha fazendo e perdeu de forma melancólica para a 83ª do ranking Sonay Kartal.

A tática de atacar o backhand de Tsitsipas provocou desempenho fraco de Wild no primeiro set. Aí ele calibrou melhor o primeiro saque, buscando mais o corpo do grego, e percebeu que atacar o lado direito dava resultados mais eficientes. Só não entendi por que jamais usou o backhand na paralela. De qualquer forma, fez um segundo set decente e colocou pressão no top 10, que jogou um belo tênis quando era mais necessário e abusou de seu espetacular forehand.

Fonseca sofreu quebra muito precoce, ainda no terceiro game, mas se recuperou imediatamente e conseguiu controlar bem as trocas de bola, tendo uma chance real de ameaçar o britânico no 4/4. Não conseguiu e aí levou a quebra. Sacando para o set, Draper deu chances e o carioca se precipitou em ao menos dois lances. E aí quase não teve mais jogo, praticamente no mesmo ritmo, com destaque para a capacidade defensiva do 14º do mundo e o excesso de falhas do garoto, que exagerou na tentativa dos winners. E olha que Draper nem sacou bem, com 55% de primeiro serviço e um game com três duplas faltas. Placar duro, que deve ensinar Fonseca a se conter mais e ser paciente, principalmente contra esses gigantes do circuito.

Quando se imaginava que Bia não tinha como jogar pior, eis que ela achou um jeito. Saque pouco contundente e um backhand incrivelmente descalibrado permitiram que a lucky-loser Kartal marcasse sua primeira vitória em cima de uma top 20 sem fazer muito mais do que trocar bolas. A canhota brasileira cometeu incríveis 38 erros em apenas 15 games, venceu só 4 dos 11 pontos que usou o segundo serviço e, mesmo acertando 74% do primeiro saque, só obteve sucesso em 48% das vezes.

Ainda viva nas duplas de Indian Wells e com grande chance de permanecer no top 20, é certo que Bia seguirá para Miami e continue a busca por uma forma de recuperação. Sua apatia em quadra, no entanto, não dá otimismo. Talvez, antes de voltar ao saibro europeu, ela enfim pare e sente para repensar a carreira, a equipe, o calendário e acima de tudo a motivação.

O 100º adiado outra vez

O sábado de estreias das principais estrelas também marcou mais um resultado negativo para Novak Djokovic, agora superado pelo gélido holandês Botic van de Zandschulp com direito a esmagador 1/6 na parcial decisiva. O sérvio só mostrou desenvoltura no segundo set, quando chegou bem nas bolas e conseguiu ser agressivo, mas foi um dia em que o forehand deixou muito a desejar e novamente ficou a imagem de um atraso crescente para chegar nas bolas.

É uma encruzilhada: o calendário está econômico e as derrotas precoces não permitem ganhar ritmo. como aconteceu em Doha e agora em Indian Wells. A próxima tentativa do 100º título é no lentíssimo piso duro de Miami, onde ele tem seis troféus porém nenhum depois de 2016.

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Danilo BR
Danilo BR
12 horas atrás

Mestre! Na sua opinião, Nole se desmotivou depois da aposentadoria do seu maior rival Rafa ou após a conquista do ouro olímpico? Ele tá irreconhecível em 2025…

Walter Alberto
Walter Alberto
6 horas atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Acho que o físico é o maior desafio, principalmente com relação a recuperação de lesões e desgaste. Com a idade, estes processos requerem mais tempo e solidez.

Marcelo Reis
Marcelo Reis
12 horas atrás
Responder para  Danilo BR

Uma vez que alcançou seu principais objetivos na carreira e seus grandes rivais, que o motivavam muito, pararam, não tem motivação que se aguente. Claro que ainda pode surpreender, mas a dificuldade só aumente dia a dia.

Penso que deveria planejar sua aposentadoria este ano, ganhando algum big title ou não. Já teve a carreira dos sonhos.

SANDRO
SANDRO
11 horas atrás
Responder para  Danilo BR

Tecnicamente Djokovic é excelente… Só acho que não tem mais saco e paciência para ficar correndo atrás de qualquer bola… Está “econômico”, evitando a fadiga, digamos assim…

Victório Benatti
Victório Benatti
12 horas atrás

Tenho a impressão que o Djokovik vai repetir em Miami, o que aconteceu em Indian Wells.
Quanto ao nosso João Fonseca, me parece que está acontecendo com ele, aos 18 anos, o mesmo que aconteceu com o big 4 quando tinham os mesmos 18 anos.
É só ter paciência e trabalhar bem, que os resultados positivos certamente vão acontecer.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
11 horas atrás
Responder para  Victório Benatti

Onde assino , caro Victorio ? . Abs !

José Roberto
José Roberto
12 horas atrás

“Talvez, antes de voltar ao saibro europeu, ela enfim pare e sente para repensar a carreira, a equipe, o calendário e acima de tudo a motivação”.

Que parágrafo forte! E assino embaixo das palavras do mestre Dalcim. Precisa adicionar a equipe um psicólogo. Se vê claramente que ela não está feliz em quadra. Parece que joga por obrigação (dos patrocinadores?) e não por satisfação.

Wadih
Wadih
12 horas atrás

Caro Dalcin, a Luisa Stefani tambem teve uma queda de desempenho ne? Qual sua opiniao? Perdeu o ritmo apos a cirurgia? Ou pq nao achou uma dupla como era com a Gabriela Dabrowski? Alias se sabe o motivo delas terem rompido tao repentinamente? Pareciam tao amigas e tinham uma sinergia tao grande e agora parece geladas uma com a outra…

Aurelio
Aurelio
10 horas atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Pura especulação, mas imagino que possa ter algo a ver com o diagnóstico de câncer da Dabrowski.
O silencio completo e absoluto sobre o rompimento derivado do fato de que a Gaby não queria que a informação sobre a doença viesse a público.
Imagino que a Luisa não quis correr riscos – não tinha como saber como seria a evolução da doença, tratamento, por quanto tempo parada, etc.
Talvez tenha usado o argumento da sua própria parada forçada (cirurgia do ligamento) – quando a Gaby formou parceria com a Olmos – para sair antes da hora e tentar formar uma parceria mais estável e previsível.
O tiro saiu pela culatra de forma espetacular (o que ela não tinha como prever); imagino que tenha se arrependido amargamente (perdeu titulo de GS, título de Finals, bons prêmios).
Quanto ao relacionamento entre ambas, pelo que se vê nas redes sociais, as duas já fizeram as pazes (não dá pra esperar que o relacionamento volte a ser o que era antes, mas nunca se sabe).

Ricardo Schwery
Ricardo Schwery
11 horas atrás

Zverev, Rublev, Aliassime, Ruud, Djoko…esses sim deixaram a desejar, caindo logo nas primeiras rodadas. Será que o novo piso de IW, somado as bolas mais leves, estaria por trás disso tudo? Ou algo fora das quadras que desestimula esses tops ten? Há, hoje em dia , nos USA uma fortíssima concorrencia do Pickleball pela audiencia na tv e , consequentemente, patrocinadores. Seria otimo os americanos ficarem para as rodadas finais.

Ronildo
Ronildo
11 horas atrás

Seria muito bom para João Fonseca ser sorteado para um primeiro jogo contra Djokovic em Miami.

valmir da Silva batista
valmir da Silva batista
11 horas atrás

Como ela é ruim de bola, meu Deus…

Eduardo Braga
Eduardo Braga
11 horas atrás

Um jogo como esse da Bia faz lembrar até o corpo mole dos jogadores de futebol quando querem “queimar” um técnico. Arre!

Guilherme
Guilherme
11 horas atrás

Caro Dalcim, será que a Bia está com algum problema pessoal e nao qier falar? Ta triste em quadra…desmotivada

valmir da Silva batista
valmir da Silva batista
53 minutos atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

OUTRA VEZ ESSA conversinha fiada sobre “pressão”?! Ouço e leio a respeito há cerca de dois anos. “Falta alegria”? Realizou mudanças importantes em seu staff não tem sequer um ano e já está triste? Como assim? Ou seja, o que falta é Beatriz, aos quase vinte e nove anos, jogar bola, isso sim…

SANDRO
SANDRO
11 horas atrás

Fonseca levar 6×0 foi a pior derrota do torneio… Deprimente!!!

Ramires
Ramires
10 horas atrás

Depois desse jogo da bia 0 vontade de assistir tênis kkkkkkkkkkkkkkk

Rodrigo S. Cruz
Rodrigo S. Cruz
10 horas atrás

A verdade é que o tênis ficou muito chato com o fim do Big 3.

O Djokovic de agora anda tão desmotivado que entra em quadra, chega atrasado nas bolas e perde para caras inexpressivos como esse holandês “sopa de letrinhas” aí.

6/1 no terceiro set não é uma coisa que ele normalizaria em outros tempos. Não há mais desafios para ele.

Não sei porque ele não se aposentou ainda.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
1 hora atrás
Responder para  Rodrigo S. Cruz

Chato ???. Com Alcaraz, Sinner e JF ???. Só podes estar brincando, caro Sr Rodrigo S. Cruz . Quem manda ser adorador de Nick Kyrgios ?… rsrs Abs !

Lucas
Lucas
4 horas atrás

Roger Federer, o maior campeão de SUPER TITLES, Wimbledon e U.S Open!

Paulo F.
Paulo F.
3 horas atrás
Responder para  Lucas

Oi Marquinhos!

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
1 hora atrás
Responder para  Lucas

E com 4 slam a menos em relação ao recordista rs.
20 < 24

Paulo A.
Paulo A.
4 horas atrás

Dalcim, será que se repetirá com a Bia o que se passou com a Teliana que,após 2 títulos de WTA e o seu melhor ranking, “desaprendeu” a jogar e nunca mais teve um desempenho digno e acabou se aposentando??!!!
Cruz credo, Deus nos livre dessa maldição!

Rockton
Rockton
3 horas atrás

Em relação á Bia, acho que alguns a colocaram em um patamar no qual ela nunca esteve. Bia é uma boa jogadora, e ser uma boa jogadora a fez ser a segunda melhor brasileira da história. Mas daí a considerá-la uma super top em nível mundial é outra coisa.
A falta de boas jogadorAs fez o povo e a imprensa colocarem a Bia em um altar muito elevado, em um nível de tênis muito alto. E o pior talvez tenha sido a própria Bia acreditar que tinha esse nível todo de tenis, aí quando veio a realidade a cabeça dela explodiu.
Bia ESTÁ top20, mas nunca teve tênis e mental de top20. Circunstâncias do circuito fizerem com que EM DETERMINADOS torneios a Bia conseguice ir mais longe ou até ganhar (dois 250 esvaziados na grama e um 500 também bem esvaziado).
Mas é óbvio que esse ranking elevado não vai se sustentar muito tempo pois FALTA Tênis na Bia para isso.
É ficar tranquilo galera, ela já conseguiu muito.
Para ela, é por na cabeça que já “foi missão cumprida” , agora é tentar se divertir.

Antonio
Antonio
3 horas atrás

Dalcim, não parece para você que o João Fonseca precisa de uma orientação técnica e tática, no sentido de que não é necessário acelerar todas as bolas, dosando a agressividade, ficando um pouco mais nos pontos. Eu sei que não é fácil porque a coragem é a essência e qualidade do João, mas como ontem, com um adversário que responde bem, achei que faltou um pouco de paciência ao nosso prodígio.

Cícero Edson Vieira
Cícero Edson Vieira
3 horas atrás

Quem disse que a bia,é tenista?meu Deus, até eu jogo melhor que ela.tem de aprender a jogar usando mais uma mão só.

Realista
Realista
2 horas atrás

Acredito que a Bia precisa dar uma parada. É um bom momento para a maternidade e de repente calonstituir família com o técnico, que muitos desconfiam ser namorado.
Ela voltaria bem mais leve para jogar mais alguns anos.
Em todo caso, imagino que ela não deve parar agora pois tem os pontos de 3 torneios no segundo semestre a segurando. Mas se cair muito é mais do que a hora de ir pra maternidade.
Uma tecla que eu sempre bati foi de que ela deveria focar em simples ou em duplas. Obviamente ela não vai conseguir extrair o melhor de nenhum dos circuitos se continuar nos dois.
E Dkovic está um vexame desde o fim de 2023.

Ari
Ari
2 horas atrás

A realidade e que tivemos a sorte de ver o big 3 + Murray + Wawrinka + del Porto por quase 20 anos. Sem querer ser saudosista, porém será quase impossível ver a mesma qualidade novamente. O Fonseca tem 6 meses para aprender a jogar contra top 20… força só não adianta… acho também que tem que melhorar muito na rede quando o adversário o traz. Com relação a Bia, tem que mudar as coisas já para ter alguma chance no verão europeu.

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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