Londres (Inglaterra) – Apesar da frustração pela derrota na final de Wimbledon, Carlos Alcaraz se orgulha da campanha que fez nas últimas semanas. Superado por Jannik Sinner neste domingo, o espanhol disputou a sexta decisão de Grand Slam da carreira e perdeu pela primeira vez. O atual número 2 do mundo buscava o tricampeonato na grama londrina, mas permitiu a revanche ao italiano, pouco mais de um mês da épica final de Roland Garros entre os líderes do ranking.
“É sempre ruim perder uma partida. Talvez seja ainda pior quando se perde uma final. Mas, sinceramente, estou muito orgulhoso de tudo que fiz nessas quatro semanas em Londres. Saio de Wimbledon de cabeça erguida, porque dei tudo o que tinha hoje. Só enfrentei alguém que jogou de forma incrível”, disse Alcaraz após a derrota por 4/6, 6/4, 6/4 e 6/4. O espanhol defendia uma invencibilidade de 24 jogos no circuito, tendo vencido um torneio preparatório na grama de Queen’s há três semanas.
Mesmo anotando 15 aces, o espanhol passou por momentos de instabilidade no saque, com nove break-points cedidos e quatro quebras sofridas. “O saque hoje foi complicado. Tive um aproveitamento baixo de primeiro serviço e enfrentei um dos melhores devolvedores do circuito. Com os nervos e tudo o que envolve uma final, foi difícil sacar melhor. É algo que com certeza preciso melhorar”.
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O desgaste físico não foi apontado como fator determinante, apesar das quase cinco horas a mais em quadra ao longo do torneio em relação a Sinner. O italiano ficou 11h45 entre a estreia e a semi, contra 16h31 do espanhol. “Fisicamente, não me senti mal durante o jogo. Mas ele me forçou ao limite em todos os pontos. Em certos momentos, foi difícil manter o foco mental quando você vê o adversário jogando tão bem”, explicou. “Tive a sensação de que estava sempre na defensiva, correndo de um lado para o outro. Isso desgasta mentalmente”.
Alcaraz tentava se tornar apenas o quinto jogador da Era Aberta a conquistar o torneio em três anos consecutivos e foi questionado sobre como lida com derrotas em grandes finais. O espanhol lembrou que hoje encara esse tipo de situação com mais maturidade. “Depois da Olimpíada do ano passado, fiquei emocionalmente destruído. Agora é diferente. Aceito melhor os momentos difíceis. Claro que fico triste, mas também feliz e grato por ter disputado mais uma final de Slam. Só quero guardar os bons momentos e aprender com os ruins”.
Importância da rivalidade com Sinner no circuito
Apesar de ainda liderar histórico do confronto direto com Sinner por 8 a 5, Alcaraz teve interrompida uma sequência de cinco vitórias seguidas sobre o italiano. O espanhol celebrou a rivalidade que vem construindo com o número 1 do mundo. “Sou muito grato por ter essa rivalidade com o Jannik. Acho que é ótimo para nós e para o tênis. Toda vez que nos enfrentamos, o nível é altíssimo. Essa rivalidade nos obriga a dar 100% todos os dias. Então, fico feliz por isso. Estamos disputando finais de Slam e de Masters 1000 e isso só tende a crescer”.
Ele também destacou a força mental de Sinner para reagir à derrota em Roland Garros. “Não me surpreendeu. Sei que ele é um grande jogador e um campeão. Os campeões aprendem com as derrotas. Sabia que ele viria diferente hoje e não cometeria os mesmos erros. O que ele jogou foi impressionante, mas eu esperava esse nível dele”.
Por fim, o espanhol refletiu sobre os aspectos do jogo que ainda pode evoluir. “Acho que hoje o principal diferencial foi o desempenho nas devoluções, especialmente no segundo saque. Ele estava ganhando muitos pontos aí e dominando os ralis a partir disso. Preciso devolver melhor essas bolas e pressionar mais. Se ele vence os games de saque com facilidade, joga solto. Isso fez diferença”.
“Depois da Olimpíada do ano passado, fiquei emocionalmente destruído. Agora é diferente. Aceito melhor os momentos difíceis.”
Pois é, rs…
Carlitos foi muito bem nessa análise da final. Parecia um jogo entre eles em 2023: Sinner fazendo o espanhol correr e dominando os ralis do fundo. Como ele mesmo disse, a devolução de segundo saque também fez a diferença.
E como pra variar não entendestes , seu Serviço não funcionou. Daí Sinner montar no segundo e comandar os pontos. Ficou destruído nas Olimpíadas, pois tinha certeza que levaria o Ouro pra cima do Sérvio. Com SInner é diferente, pois sabe que as chances são iguais. Daí se conforma com mais facilidade. Abs !
“Depois da Olimpíada do ano passado, fiquei emocionalmente destruído.”
O Comedor de Fígado é implacável. Sorte desses dois garotos ele não ser pelo menos 5 anos mais jovem.
Finalmente acabou a série invicta:
– em finais de Slam;
– na temporada;
– em Wimbledon;
– no confronto direto com Jannik.
Que alívio!
Seu alívio. O mundo do tênis estava gostando de ver. Mas toda sequência acaba. Acho que a maior maturidade dele vai fazer ele dar um bom reset para o 2° semestre, algo que urgentemente precisa melhorar. Não há nenhum fator técnico que faça ele não ter um desempenho excepcional nas quadras duras e cobertas também, ainda mais que, tirando hoje, o saque mudou de nível.
Sorte e o milongueiro ter enfrentado os pangares da década de 90!