A boa virada de Thiago Monteiro

Algumas vitórias tem importância decisiva na carreira de um tenista profissional, como Thiago Monteiro. Não se trata do resultado histórico diante do número 4 do mundo, o dinamarquês Hoger Rune, mas sim do título no ATP Challenger de Campinas, disputado na linda Sociedade Hípica, diante de um público entusiasmado.

A vitória diante do bom tenista argentino – mas pouco experiente – Camilo Carabelli veio num momento que pode determinar uma virada – não por coincidência ao resultado do jogo de 36, 64 e 64 – mas na carreira deste jogador que está perto dos 30 anos. A possibilidade de voltar a figurar entre os cem primeiros do ranking é animadora e importante para um jogador como o Ceará. Ele está em 150 na ATP e com o recente resultado deve ficar próximo a 120, mas a lista só será atualizada depois do Master 1000 de Xangai.

Terminar o ano com um ranking por volta dos cem é importante, pois garante o jogador na chave principal do Australian Open. Afinal, viajar tão longe para jogar o qualifying, talvez não seja algo muito animador. Mas, Monteiro já mostrou seu valor. É um guerreiro em quadra e determinado. Com um jogo previsível, sempre investiu no aperfeiçoamento de seu estilo, também buscou novas alternativas técnicas e estratégias. Ganhou sim um repertório maior de golpes, além de buscar bons treinadores.

Outro detalhe importante para Monteiro é que ele não tem medo de avião, ou seja, não hesita em passar semanas e semanas viajando em busca de seus objetivos. Mas tenho uma certeza: jogar em casa, ao lado da torcida, como aconteceu em Campinas é bem interessante. Lembro que o Brasil, há uns bons anos, era um dos líderes na organização de torneios. Se não me falha a memória a gente tinha vários ATPs, como o Guarujá, Búzios, Rio de Janeiro, São Paulo, entre diversas outras competições que pontuavam para o ranking. Isso ajudou muito o tênis brasileiro e, na época, sempre tínhamos cerca de 7 ou 8 jogadores nas chaves de simples dos Grand Slams, inclusive Wimbledon, mesmo sem quadras de grama disponíveis para treinos e jogos.

O Challenger de Campinas e o Rio Open são certamente os dois principais eventos de tênis do País. Os organizadores do torneio na Hípica, Neco e Danilo, viveram o tempo que me referi acima, com muitos tenistas classificados na chave de Slams, e não medem esforços para incentivar o tênis nacional. Vejo também que a CBT tem se empenhado em dar apoio aos atletas e, por isso, a gente nunca perde a esperança de ver novamente um número significativo de tenistas nos principais torneios masculinos e femininos do tour.

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Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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