WADA aceita defesa de Iga e encerra caso de doping

Foto: Corinne Dubreuil/FFT

Melbourne (Austrália) – A semana começou com duas boas notícias para Iga Swiatek. Além de vencer com tranquilidade sua partida das oitavas de final do Australian Open, garantindo seu retorno às quartas de final depois de três anos, a número 2 do mundo recebeu a confirmação de que seu caso de doping está oficialmente encerrado. A Agência Mundial Antidoping (WADA) comunicou que não irá apelar da decisão que suspendeu a polonesa por um mês na última temporada e aceitou os argumentos apresentados pela defesa.

Em 28 de novembro do ano passado, a International Tennis Integrity Agency (ITIA) anunciou que Swiatek havia aceitado um período de inelegibilidade de um mês após um teste positivo para a substância proibida trimetazidina (TMZ). A investigação determinou que a origem da substância era um medicamento contaminado. A polonesa relata que tomou melatonina, vendida livremente em farmácias e fabricada por laboratórios confiáveis, para controlar o sono e apresentou provas, com lotes e embalagens. Foi constatada ausência de culpa significativa ou negligência por parte da tenista, que foi afastada provisoriamente a partir de 12 de setembro de 2024 e perdeu apenas três torneios da temporada asiática do circuito.

A WADA conduziu uma revisão completa do arquivo do caso. E os especialistas científicos da confirmaram que o cenário de melatonina contaminada, conforme apresentado pela atleta é plausível e que não haveria fundamento científico para contestá-lo na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Além disso, a Agência buscou aconselhamento de um consultor jurídico externo, que considerou que a explicação de contaminação da atleta era bem fundamentada e que a decisão da ITIA estava em conformidade com o Código Mundial Antidoping e que não havia base razoável para apelação.

“Feliz por encerrar esse capítulo e seguir em frente”, diz a polonesa

“Fico satisfeita por poder encerrar esse processo e seguir em frente. Quero apenas jogar tênis e focar no torneio”, comentou Swiatek na coletiva de imprensa desta segunda-feira. “Acho que todo mundo que leu os documentos e os detalhes do caso entendeu o que aconteceu. E no vestiário, as jogadoras foram muito legais comigo. Já voltei ao circuito há algumas semanas e está tudo bem, nada mudou”.

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No início do torneio, a polonesa chegou a afirmar que a notícia do exame positivo havia sido “o pior momento de sua vida” e que redobrou os cuidados para não ter novos problemas com isso: “A melatonina que eu tomei era um medicamento. Desde o começo, ela deveria ser testada. Não era tão óbvio que eu teria esse remédio para testar. Se eu ficasse sem no US Open, por exemplo, eu simplesmente jogaria a caixa fora e eu não saberia o que aconteceu. Agora eu estou guardando tudo”.

Vitória tranquila sobre Lys e primeiro jogo noturno

Swiatek se classificou para as quartas com uma vitória por 6/0 e 6/1 sobre a alemã Eva Lys, apenas 128ª do ranking e que entrou na chave como lucky-loser. A polonesa cedeu apenas 11 games no torneio, sendo sete na estreia contra a Katerina Siniakova e mais quatro somando as partidas contra Lys, Rebecca Sramkova e Emma Raducanu. “Fico feliz por ter jogado de forma eficiente. Eu me senti muito confiante em quadra. Então, desde o começo, eu simplesmente coloqui muita pressão, porque sabia que poderia causar um impacto com isso”.

Este também foi seu primeiro jogo noturno na edição deste ano do torneio, o que sempre demanda um período de adaptação, por conta da velocidade do piso e da bola, que costumam ser mais lentas nessas condições. “O ritmo do jogo é um pouco diferente, mas sinto que isso também depende do estilo de jogo da adversária. E além disso, hoje estava muito quente, então eu senti a quadra parecida com os outros jogos. Então, eu consegui me ajustar bem”.

A próxima rival de Swiatek será a norte-americana Emma Navarro, número 8 do mundo. A polonesa venceu o único duelo anterior entre elas, mas quando ambas tinham 17 anos, em 2018. “Eu nem conto esse jogo de 2018, porque mudamos muito desde aquela época. Tenho que pensar na Emma como se fosse uma jogadora que nunca enfrentei. A evolução dela tem sido incrível. Eu assisti aos jogos do US Open, que ela chegou à semi, lutando por todos os pontos. A preparação é um pouco diferente quando você não jogou muitas vezes com essa adversária, mas estarei pronta”.

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JClaudio
JClaudio
4 horas atrás

A ITIA fez um trabalho melhor no caso da Iga, comparando com o do Sinner.
Precedente perigoso, já que a Wada não é um órgão “caseiro” como a ITIA (órgão ligado ao tênis).
Outros casos parecidos, que hoje a Wada condena abertamente, terá que aceitar a equidade (desde o atletismo até o lançamento de bolinha de gude) com o caso da tenista.
Antes que alguém pense que não teve punição…
Sim, teve punição, Iga foi afastada durante um mês (perdeu três torneios, com isso a primeira colocação no ranking), perdeu o prêmio (dinheiro) e os pontos do torneio de Cincinnati.
Ilesa, Iga não passou.

William
William
3 minutos atrás
Responder para  JClaudio

Sabalenka só é a número hoje por isso, diga-se a verdade.

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