São Paulo (SP) – Campeão da Procopio Cup no último domingo em São Paulo e classificado para a disputa do quali do Rio Open de 2025, João Lucas Reis conviveu na última semana também com a repercussão da notícia de ser o primeiro tenista abertamente gay em atividade no circuito profissional da ATP.
O pernambucano de 24 anos aproveitou a ocasião do aniversário do namorado, o ator Guilherme Sampaio, para divulgar fotos juntos nas redes sociais e celebrar seu relacionamento. A notícia chamou atenção no mundo do tênis, atraindo até mesmo a imprensa internacional. Reis destacou o apoio e respeito que recebeu dos colegas no circuito no Brasil e na América do Sul desde então.
“Quando eu tinha 15 ou 16 anos, tive dificuldade em me aceitar. Talvez se houvesse alguém no tênis que dissesse: ‘Sou gay, estou aqui, competindo nos melhores torneios’, teria sido mais fácil para mim. As pessoas me disseram isso, me disseram que me admiram, que eu inspiro as pessoas, então isso é muito importante. Se as pessoas virem alguém no topo que é gay, as coisas podem mudar. Se apenas um jogador entre os 100 primeiros fosse aberto sobre esta questão, seria mais fácil para outros se abrirem”, disse Reis, ao portal The Athletic, página esportiva do New York Times.
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Falando também a veículos brasileiros, o tenista deu entrevista ao blog Saque e Voleio, do UOL, sobre a repercussão da notícia e sobre como o mundo do tênis lida com seu relacionamento. “Faz cinco anos desde que eu comecei a contar para os meus pais, a minha família, meus treinadores e para o pessoal do tênis também. Depois disso, sempre foi uma coisa natural. Eu namoro o Guilherme há dois anos e sempre o levei para os torneios. Todo mundo já sabia nos torneios aqui na América do Sul. O pessoal sempre me tratou bem. Para eles, também é uma coisa normal. Todos os jogadores conhecem meu namorado e são amigos dele”.
“Nem pensei que ia tomar uma proporção tão grande, mas a repercussão foi boa”, relatou o atual 401º do ranking. “Não tenho problema nenhum em falar sobre isso e espero que não atrapalhe a minha carreira. Uma das coisas que eu tinha medo antes era de perder patrocínios ou isso me impedir de desempenhar nos jogos, mas por enquanto não estou recebendo nada de ruim. Só muitas mensagens de carinho. Essa é a parte mais importante”.
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Na minha opinião ele tem que se destacar jogando tênis e ganhando torneios como acabou de fazer. Agora o que ele faz fora das quadras pouca importa. Ser gay não vai melhorar e nem prejudicar o tênis dele.
Lógico que importa. Esquisito é ter um circuito com milhares de jogadores nos últimos 50 anos sem ter um mísero jogador que tenha se sentido à vontade de se assumir homossexual.
Não acha que tem alguma coisa de muito errado no circuito?
Na verdade, o crescimento de gays é bem mais recente que esse período de 50 anos. Nessa época havia, mas eram bem menos. No fim, não importa se seja gay ou hetero. Estamos aqui pelo esporte e não pela sexualidade de tenistas.
Anos 70 era a época do amor livre, amigo. Relações homossexuais existem desde a Grécia antiga e além.
O número de pessoas gays não aumentou. O que aumentou foi o número de pessoas que assumiram para a sociedade a sua orientação sexual.
A proporção de gays provavelmente sempre foi igual em nossa história.
Mas como nossa sociedade está evoluindo, eles se sentem um pouco mais seguros para assumir a sua condição.
E isso deve dar essa sensação de que aumentou o número de gays .
Não
Indiretamente pode ajudá-lo um pouco, pois ele fica um pouco mais na mídia e atrair alguns patrocinadores. Mas, concordo contigo, tem que ganhar jogos e torneios pra se destacar.
Além de jogador de tênis ele é uma pessoa e como uma pessoa pública o que ele faz importa sim. Se uma pessoa publica chama a atenção para coisas positivas, isso de alguma forma ajuda a dar publicidade para estas coisas positivas. Se uma pessoa publica, por outro lado, se coloca contra a vacinação, então isso traz algum tipo de prejuízo para a sociedade. O que eu ou você fazemos, realmente pouco importa, agora o que ele fez, de ter a coragem de ser o primeiro a assumir sua sexualidade ainda como jogador em atividade, pode contribuir para a redução do preconceito no esporte e na sociedade.
Concordo demais! Além de gay, ele é negro e nordestino, terá de ter muita força mental para superar a discriminação que, certamente, virá.
Excelente comentário. Perfeita e muito lucida a sua análise.
Seres humanos são egoistas e egocentricos, todo esse discurso seu é só a sua forma infantilizada de ver o mundo. cada um faz o que quiser da sua vida, eu sei que essa citação sobre vacinação foi contra o Djokovic. Ele nunca fez discurso nenhum contra ou a favor de vacinação, é a imprensa que deu destaque ao fato de ele, pessoalmente, não querer tomar uma vacina feita em tempo recorde, ele não se sentiu confiante, ele tem todo o direito de não comprometer o seu psicologico. Por mais que tenhamos opinião divergente, ele não pode ser obrigado a fazer algo que ele não está confortavel para fazer.
Vou relevar a agressividade do seu comentário. Gostaria, apenas, de lembrar que vivemos em sociedade. Em sociedade somos, o tempo todo, obrigados a fazer coisas que não faríamos se não tivéssemos que ter responsabilidade com algo mais do que o nosso próprio desejo. Se uma pessoa não se sente confiante para respeitar as regras de trânsito, ela não deve andar nas ruas; assim como se uma pessoa não se sente confortável para tomar as vacinas prescritas pela ciência, então ela deve ficar confortavelmente em casa, sem colocar as demais pessoas em risco.
Então se a ciência disser que temos de decepar uma mão para não correr o risco de espalharmos um virus, vamos ter de decepar uma mão para que salvemos o coletivo? Meu amigo, nesse mundo eu não quero viver, os direitos objetivos do individuo se sobressaem sobre o direito subjetivo do coletivo, a liberdade de evitar o autoflagelo é um direito humano universal, assim como ninguem deve ser torturado para supostamente salvar uma cidade com 200 mil habitantes. Você aceitaria ser torturado ou que torturassem a sua filha, mãe, para supostamente salvar uma cidade de 1 milhao de habitantes, pois eu não aceitaria nem se fosse uma cidade de 10 milhoes de habitantes. E sabe por que escolhemos assim? Porque todo ser vivo é egoista, é quase uma condição sine qua non.
Às vezes é difícil dialogar com pessoas com determinado nível de “entendimento” das questões. Mas, vamos tentar ser mais didáticos, até porque é mais difícil desenhar aqui. Se alguém disser que tem que “decepar uma mão” ou “torturar” alguém, pode ter certeza de que não é a partir da ciência. Pode ser um fanático religioso, pode até ser um “cientista maluco”, mas não vai ser a posição amplamente majoritária da ciência. Seus “argumentos” podem até ter alguma validade em Ratanabá, onde a turma “anti-ciência” se encontra, mas são completamente fora de qualquer razoabilidade para manter um diálogo consistente.
Concordo com você. Ele tem que escalar esse ranking e chegar ao top 100. Pois atualmente está pagando para jogar o circuito.
Exato. Queremos que jogue, tenha apoio e, consequentemente, sucesso na vida por méritos próprios!
Está bem claro na matéria que ele é uma voz importante para aos gays, a nao ser que você um não estão falando com vc. Então, vc nao tem que dar opinião sobre o que ele pode ou não falar
Penso assim também, a vida particular de cada um não interessa aos outros.
Mas ao se assumir e ser respeitado a cabeça melhora. Ser negro, nordestino, gay e tenista que luta para subir é sempre mais complicado. Muitos que ainda estão no armário e sofrem com sua orientação se sentem representados, se espelham para que sejam quem quiser e amem quem desejar.
É sempre mais complicado por quê? Os outros tenistas jogam melhor contra quem é “negro, nordestino, gay”?
As pessoas achavam que seria uma notícia bomba, mas todos receberam dessa forma: “ok, ele é gay. Mas quando o circuito volta? Djokovic com Murray será interessante, espero ansioso como vai ser. Sinner será suspenso? A Bia mantem o bom momento?”
Será que foi isso mesmo? Aqui neste espaço, enquanto a média de comentários é de menos de 10 por postagem, a matéria sobre o relacionamento dele tem, até o momento, 149 postagens. Ou seja, parece que por mais que você queira diminuir a importância do assunto, as pessoas se mobilizaram bastante para comentá-lo.
Acho que vc não acompanha muito esse site. Quando a Bia perde ou ganha um torneio, há tantos comentários quantos o do Reis. E obviamente, agora no fim do ano não há muitas notícias para o povo se expressar…
Podia ter feito uma rápida pesquisa antes de escrever isso. A matéria sobre o título da Bia Haddad em Seul teve 117 comentários, um número já bem expressivo. A matéria sobre o Reis chegou a 149 comentários. Então acho que não sou eu que não acompanho o site.
Isso é ótimo, é um excelente sinal. É assim mesmo que uma notícia dessa deve ser recebida, com normalidade e naturalidade.
Recebi com muita surpresa o fato de ele ter sido apenas o primeiro atleta do circuito profissional a se assumir homossexual. Só mostra como o circuito é problemático. Em mais de 50 anos de circuito profissional ninguém se sentiu confortável para assumir ser homossexual? Perderiam contratos? Seriam mal vistos pelo público? Sofreriam preconceito dos colegas de profissão? Seriam punidos de alguma forma pela ATP e pelos organizadores de grandes torneios?
Tem algo de muito errado no circuito masculino de tênis.
Você comete um grande equívoco em seu pensamento. Não são apenas homossexuais, mas heteros também não ficam falando de suas vidas pessoais. Ou você vê um tenista hetero comentando quantas mulheres saiu nas férias, ou o que fez no natal com sua família… Ninguém em evidência, seja homem ou mulher, gay ou hetéro, quer ficar expondo sua vida pessoal. Quando alguém está no esporte, quer ser reconhecido pelos seus feitos no esporte e não como leva sua vida.
Disse tudo
Héteros não são assassinados nas ruas por serem héteros. O que o João está fazendo é histórico. Isso é muito mais importante que ranking.
Achei interessante ele se expressar nas redes. Como o Oscar Riote comentou, não tem nada demais.
Dito isso, só para evitar que a patrulha do “amor” pense que sou um preconceituoso ignorante, eu não acho que a mensagem de um tenista vá alcançar um público que que seja violento com alguém pela sua opção sexual. Para alguém chegar a esse ponto, precisa ser extremamente ignorante, e o meio do tênis é formado, em boa parte, por pessoas educadas.
O Brasil está claramente passando por uma evolução em relação a alguns preconceitos. Eu até sinto falta de ser zoado por ser gaúcho. :)
Caramba, minha irmã tem quase 60 tem uma companheira a mais de 30 ,pensem em duas pessoas maravilhosas,graças a Deus ela não foi assassinada por isso,nem tem qualquer sentimento de inferioridade ou superioridade, e principalmente, odeia se vitimizar e quem o faz, seu comentário só fomenta o ódio
Seria bom se fosse assim. Mas não é. Absolutamente todos comentam sobre namorado de Sharapova , o marido da Ana Ivanovic, o relacionamento do Tsitsidosa, os noivados do Aliassime, do Ruud… sempre foi notícia. Sempre há curiosidade a esse respeito, isso movimenta uma indústria de fofoca. Aliás, as redes sociais vivem disso, não?
Realmente seria salutar se cada um tocasse sua vidaol, mas a sociedade não se libertou disso ainda. É lamentável.
Como canta Caetano Veloso: “Todo mundo quer saber com quem você se deitar. Nada pode prosperar”…
Deveria deixar de ser pauta, mas ainda será enquanto jogadoras como Kasatkina, por exemplo, não puderem voltar para seus paises de origem por medo da violência e do preconceito.
Todo respeito ao João!
Excelente a sua análise Ana.
Se todos viram holofotes da mídia (sejam heterossexuais ou não), então porque o João não pode ser também receber esses mesmos holofotes?
Só porque ele é homossexual?
Absurdo. Preconceito de alguns que ainda acham que ele não tem esse “direito “.
Perfeito
Lógico que sim. Sabemos e conhecemos os parceiros e parceiras de boa parte do circuito, ao ponto de virarem personagens no mundo do tenis. Contudo, aparentemente o mesmo não ocorria quando o parceiro ou parceira era do mesmo sexo. Por qual motivo? O que impedia que as pessoas expusessem livremente suas relações? Você quer negar o óbvio.
Concordo com você. Cada um faz o que quer sem precisar se justificar.
Já ouviu falar de instagram? E X? E Facebook? Reddit?? E de grupos de whatsapp? Qualquer passada de olhos nessas redes sociais desmente tua opinião.
Aguardando, avidamente, o seu comentário falando que ninguém quer saber se o filho da Azarenka tem qualidades no futebol ou se o outro tenista dança bem….
Esse Gilvan só quer lacrar
Não vejo nada de errado no circuito masculino de tênis
Só me explica, por favor, porque não entendi o raciocínio. Se uma pessoa não se manifesta como homossexual, o problema é do circuito? Eu tenho uma atuação pública na minha empresa e nas empresas que atuo. Não declarei minha opção sexual para ninguém. Será que a empresa é problemática? Será que as empresas com quem me relaciono também são? Isso tem algo a ver com o tênis que eu jogo? Obrigado.
Lógico que o problema está no circuito. Se em todos os outros esportes essa questão já está sendo normalizada há anos, pq no tênis profissional demorou 50 anos para um tenista se assumir homossexual? Certamente outros tenistas não se sentiam confortáveis para se assumirem no passado, diferentemente dos tenistas heterossexuais, cujos relacionamentos são de pleno conhecimento da mídia e dos fãs de tênis. Afinal, são figuras públicas, diferentemente de você. Havia risco de perda de patrocínios? Seria mal visto pelos colegas de profissão? Receberia preconceito do público? Teria mais dificuldades para arrumar um treinador? São questões que devemos levantar. Esquisito é somente em 2024 um tenista se sentir à vontade para postar uma foto no seu perfil pessoal junto com seu parceiro. Reflete muito do atraso que ronda a cabeça de quem acompanha a modalidade, infelizmente.
O problema está na sua cabecinha
Você realmente se abalou com esse tema, hein, Jorge? Muito sensível.
Parabéns Gilvan. Pelo que li abaixo, você é uma pessoa normal que, como todo mundo, tem problemas. Triste é quem chegou a um tal ponto em que a “cabecinha” é tão oca que nem problema tem lá dentro.
Posso tentar explicar. Se 1 (uma) pessoa não se manifesta, o problema não é do circuito, assim como se uma única pessoa na sua empresa não se manifesta, o problema não é da sua empresa. Agora, se sua empresa tiver pessoas homossexuais e ninguém se sentir seguro para se manifestar, então o problema é da sua empresa.
Deveria se preocupar com a carreira mais do que estagnada
Ela não ficou estagnada em 2024. Ele terminou 2023 em 213º no ranking: https://www.atptour.com/en/players/joao-lucas-reis-da-silva/r0a7/rankings-history?year=all
Estagnado/estabilizado ficaram os rankings do Meligeni (148º/149º), do Wild (79º/74º) e do Monteiro (122º/109º). Heide e Alves subiram, e o João e o Karue tiveram um grande salto. Esses são os nossos Top 300 atualmente.
Seria melhor que ele tivesse mesmo estagnado, pois o ranking dele piorou. Hoje é o número 401 contra 213 no ano passado.
Logo, não está estagnada. Não sugeri que houve um crescimento.
Tem razão, a carreira dele não ficou estagnada, ela piorou, já que em 2023 chegou a 213 e agora é o 367. Talvez seja a maior queda entre os brasileiros.
Estagnada sim
Quem é você para dizer que a carreira dele ficou estagnada?
Tem razão,a carreira dele piorou
Tem toda razão…não entende nada de tenis…esse ano ele perdeu quase 200 posições…tomou mais primeiras rodadas do que ganhou jogos…foi pífia a temporada! Mas pelo menos ele postou algo “positivo” segundo o Luiz no comentário acima…eu esperava uma mudança na equipe, mudança pra Argentina ou Espanha pra treinar…mas foi apenas um parabéns ao seu namorado…
Cara, você está confundindo as partidas, o ranking, etc do João com o fato de ele ter o direito de se expressar e ou expor o relacionamento dele para o público em geral. Ele, por acaso, em algum momento disse algo sobre o atual momento dele no tênis?
Não.
O que ele fez é o que tantos outros fazem: divulgar nas redes sociais o seu relacionamento afetivo. O mesmo que o Tsisipas, a Badosa, entre outros estão fazendo. Pergunto: o momento do Tsisipas é bom no tênis atualmente? Não. Nem por isso ele perde o direito de divulgar a vida pessoal dele (não estou entrando no mérito da questão da exposição na mídia, em geral). Mas, se qualquer jogador (a) , estando num bom momento ou não no tênis tem o direito de mostrar sua vida pessoal, por quê o João não tem? Percebe? A questão aqui merece uma reflexão melhor. Quando um tenista ou atleta qualquer resolve colocar isso na mídia, ninguém questiona se ele ou ela está num momento bom ou ruim da sua carreira profissional. Agora, se o/a atleta é homossexual, aí vem a patrulha dizer que ele ou ela deveriam se preocupar mais com a sua carreira do que expor a sua vida pessoal.
Tremenda incoerência.
Pelo menos com o Tsitsipas, eu vi muita gente zoando que a Badosa estava atrapalhando a carreira dele e que ele devia focar mais no tênis…
Antes de mais nada, obrigado por ler meus comentários. Pelas aspas no “positivo”, entendo que você pensa diferentemente em relação a isso. Com relação ao tênis, nesta mesma semana ele venceu o torneio que dá um convite para o quali do Rio Open, ganhando do Daniel, que está quase 100 posições à frente no ranking e ficando à frente do Sakamoto, que também tem um ranking bem melhor. O que chama a atenção, no entanto, é que nenhuma postagem deste site sobre a vida pessoal de jogadores ou jogadoras heterossexuais cria tanta polêmica e atrai tanta gente que afirma que “só quer saber de tênis” como forma de tentar disfarçar seu preconceito.
Luiz, bom dia! Sempre tento ler os comentários de todas as matérias dos brasileiros. Eu citei seu comentário, pq realmente não entendi o que o post teve de positivo, tampouco de negativo! Foi um post sobre a vida pessoal do atleta, que tem todo o direito de ser o que bem entender. Entendo a repercussão por ser um caso raro entre tenistas, principalmente no masculino. No futebol feminino ou vôlei feminino por exemplo, temos uma % bem grande de atletas homossexuais (até transsexuais), e ta tudo bem também…não ouço ng falando que é muito estranho termos tantos homossexuais em um esporte e que tem algo errado (como li em algum comentário acima falando sobre o tênis). Por fim, como amante do tênis, principalmente nacional, continuarei torcendo e analisando todos os tenistas sejam eles brancos, negros (pretos), amarelos, homo ou hetero.O Reis ganhou esse torneio de exibição e fico feliz por ele. Mas que o ano dele foi péssimo, isso foi… Abs.
Ele é alguém que tem o mesmo direito seu de opinar
Cada um faz o que quer com sua vida. Todos os seres humanos merecem respeito por qualquer escolha que façam em qualquer aspecto de sua vida. Cada um tem sua opinião, então se cada um é livre para fazer suas escolhas. Aquele que acha que casal é homem e mulher por exemplo tem o direito de pensar assim, certo ou errado é como essa pessoa vê a vida.
Outros que acham quer a pessoa deve assumir diante dos demais que é gay, ok é a escolha da pessoa.
Isso não tem nada a ver com seu desempenho como tenista.
Importa sim se joga bem, se é educado, se é
respeitosos com os adversários, se tem caráter, o resto não interessa para os demais.
Acreditamos que nenhum torcedor ou amante deste esporte abre o site do tênis Brasil, interessado em buscar notícias sobre avó, primo, marido, namorada ou sei lá o que referente a vida pessoal de um tenista. Se esta havendo tais publicações, e por falta de títulos ou falta de ascenção no ranking dos nossos representantes.
Pois é o que não falta. A notícia de topo do site no momento é que o Fognini está arrebentando na Dança dos Famosos da Itália, ao lado de sua parceira.
O que parece incomodar alguns é o simples fato de ele ser gay.
Uma das coisas boas da democracia é que você pode acreditar em Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa ou que as pessoas só se interessem pelo que você se interessa. Tem gente que acredita e até reza para pneu, né? Já teve até comentário aqui que acredita que 117 é maior do que 149, ou seja, nem mesmo os fatos matemáticos conseguem abalar a crença de certas pessoas. Eu, por exemplo, acredito que se está havendo tais publicações é porque a pessoa que administra o site entende que elas sejam relevantes e, pela quantidade enorme de postagens, além da importância social do tema, eu tenho pleno acordo com este entedimento.
Convenhamos, muito mais pela polêmica e o gosto de discutir na internet do que pelo interesse no fato em si, né.
Você tem razão em parte. Exatamente porque um fato como este ainda gera polêmica é que ele precisa ser exposto. Quando a sexualidade de uma pessoa chamar tanta atenção quanto se algum tenista participa ou não de um programa de dança, aí já teremos avançado um tanto a mais. Por outro lado, enquanto estas matérias ainda atraírem o preconceito, explícito ou velado, de tanta gente, elas continuarão a gerar polêmica e ainda será preciso, por mais estranho que possa parecer, defender o direito de cada pessoa a decidir se quer ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente.
Não há nenhuma pesquisa que sirva como contrafactual, amigo. Mas acredito que aqui na TB tópicos no estilo Caras tenham menos audiência.
O tema do JL ganhou mais força porque alguns incentivam as discussões de maneira ideológica. Se não tivesse alguém tentando rotular os outros de preconceituosos, o tópico provavelmente não teria ido tão longe.
Testa chamar os outros de sem caráter em outros tópicos para ver o que acontece. Tópicos sobre o Djokovic são bons para isso. Ou diz que estão sendo preconceituosos com a Bia ou o Monteiro pelo seu gênero e origem. Tenho certeza de que o engajamento será bem maior. Até do Luz se escreveres que é capacitismo por causa da ceracotone irá dar audiência.
Em relação ao que falei, há pesquisa sim e é simples de fazer. Quando uma pessoa (não foi você) diz que 117 é maior do que 149, só há duas explicações possíveis. Ou nunca estudou a Matemática básica do fundamental ou o fanatismo já corroeu tanto o cérebro que a pessoa passa a dar mais valor às suas crenças do que aos fatos. Com relação ao que você falou, já entramos no terreno das interpretações e concordo contigo que abrem-se diversas possibilidades. Por exemplo, para mim a discussão cresceu por conta do preconceito de muitas pessoas e não por que algumas tentaram por rótulos.
Se pra alguns a notícia não interessa, tá tudo bem, apenas leiam o que lhes interessa, mas pra muitos fãs de tênis, essa representativa vale muito.
Parabéns João e Tenisbrasil por não deixar esse marco passar desapercebido.
Engraçado é q eu nunca li nada tipo “ninguém está interessado na vida particular dos tenistas” quando a reportagem é sobre o noivado do Aliassime, o namoro do De Minaur, do Tsitsipas, Badosa, e por aí vai. Esse povo q não está interessado na vida particular dos tenistas leem a matéria toda, e comentam. Esse povo é cômico. Vcs vão perder tempo explicando pra eles sobre a importancia do ato do João Lucas? Boa sorte, vão precisar de paciência, e não vai adiantar nada.
Exato! Isso só mostra a hipocrisia e “conservadorismo” (pra não usarmos outras denominações).
Querer minimizar o efeito e impacto da atitude corajosa de João Reis para o circuito colabora com as tentativas de varrer para debaixo do tapete a homofobia e toda a rede estrutural de preconceito, discriminação e intolerância existente nas sociedades do mundo inteiro em relação às pessoas diferentes, ainda vistas e tratadas como anormais, doentes e contagiosas.
Se até a o portal esportivo do New York Times, um dos mais conceituados jornais do planeta, deu destaque para o assunto é porque se trata de algo de extrema relevância diante do crescimento de grupos truculentos e disseminadores de ódio e intolerância com origens xenofóbicas, racistas, homofóbicas e misóginas.
Vc acabou de despertar a fúria do homofóbicos no armário com um argumento irrefutável.
… DOS* homofóbicos….
Nas duas matérias aqui publicadas, os textos deixam claro que a iniciativa de João Lucas Reis teve repercussão internacional, inclusive por parte da ATP. Kario, alguma dúvida de que isso só ocorreu pelo fato de que o assunto vai muito além de um aspecto da vida privada de qualquer pessoa que não deve interessar às demais como alguns querem fazer pensar?
Se o atleta resolveu postar as fotos e parabenizar seu namorado é porque há muito tempo sente na pele os efeitos nocivos da perseguição que LGBTQIAPN+ ainda hoje sofrem em diferentes partes do mundo. As reações contrárias evidenciam o quanto eles e todas as pessoas transgressoras, diferentes e subversivas incomodam.