Krejcikova se emociona ao lembrar da mentora Novotna

Foto: Joel Marklund/AELTC

Londres (Inglaterra) – De volta a uma decisão de Grand Slam depois de três anos, Barbora Krejcikova se emocionou na entrevista em quadra após a vitória na semifinal de Wimbledon sobre a cazaque Elena Rybakina. A tcheca relembrou a conquista de sua mentora, Jana Novotna, campeã do torneio em 1998. A ex-jogadora profissional foi uma das primeiras treinadoras de Krejcikova e faleceu vítima de um câncer em 2017 aos 49 anos.

“Nunca sonhei que jogaria a final de simples aqui. Estou muito orgulhosa do meu espírito de luta hoje”, disse Krejcikova, que vai em busca seu segundo título de Slam aos 28 anos. “Trabalhei com Jana Novotna e ela me contava muitas histórias sobre sua jornada de quando venceu aqui. Ela é minha inspiração. Eu luto por todas as bolas, porque acho que é isso que ela gostaria que eu fizesse”. Então sua voz falhou e ela teve que se virar antes de se recompor para acrescentar: “Sinto muita falta dela”.

“Depois que eu saí do juvenil, Jana foi muito importante para mim, porque tive a oportunidade de conhecê-la e de passar um tempo com ela, ver como ela se comportava e como ela se tornou uma grande campeã”, acrescentou a tcheca, na coletiva de imprensa. “Nós conversávamos sobre as partidas dela aqui. Eu penso muito nela e tenho belas lembranças. Acredito que ela ficaria orgulhosa por mim”.

Campeã de Roland Garros em 2021 e ex-número 2 do mundo, a atual 32ª do ranking falou sobre o que precisou fazer para voltar a uma final de Slam depois de três temporadas. “Sinto que tenho de melhorar em tudo. Acho que melhorei em superfícies mais rápidas e tive que desenvolver meu jogo, porque todo mundo está evoluindo também”.

“Estou aproveitando este momento muito mais agora do que em Paris. Antes deste torneio tive um período difícil e disse a mim mesma que tentaria aproveitar mais”, afirmou a tcheca, que também já venceu todos os Grand Slam nas duplas, ao lado da compatriota Katerina Siniakova. “Já tive muitas conquistas e queria me divertir mais do que me estressar com o tênis. Até agora, acho que tive muito sucesso nisso”.

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A tcheca também falou sobre o momento de recuperação na temporada, já que ela teve uma lesão nas costas no início do ano e chegou a ficar quatro meses sem vencer. “Durante a temporada foi muito difícil. Passei por muitos períodos difíceis. Há um mês, eu não imaginava poderia chegar à final de Wimbledon e que poderia ser uma jogadora diferente. Mas estou super feliz por ter conseguido lutar contra tudo e por estar sentada aqui agora”.

Virada contra Rybakina, campeã em 2022

A classificação para a final veio com uma vitória de virada sobre Rybakina, número 4 do mundo e vencedora do torneio em 2022, com parciais de 3/6, 6/3 e 6/4. Foi a terceira vez que ela superou a cazaque no circuito, ampliando a vantagem no histórico de confrontos. A tcheca também marcou sua 12ª vitória contra top 10 na carreira.

Depois de ter sofrido três quebras nos primeiros games de serviço, a tcheca não perdeu mais o saque até o fim do jogo e sequer enfrentou break-points no último set. “É muito difícil explicar o que estou sentindo agora. Eu comecei perdendo por 4/0 e fiquei feliz por ter vencido o primeiro game. Depois tentei lutar por cada bola. E então, durante o segundo set, senti que eu estava ganhando confiança. E quando quebrei o saque dela, tentei agarrar a chance e não deixar escapar”.

Duelo com Paolini na final do próximo sábado

Krejcikova enfrenta no sábado às 10h (de Brasília) a italiana Jasmine Paolini, sétima do ranking, que disputa a segunda final seguida de Grand Slam e busca o maior título da carreira. A tcheca venceu o único duelo anterior contra Paolini, realizado no quali do Australian Open em 2018.

“Para ser sincera, não me lembro do jogo contra ela. Já faz muito tempo e foi uma grande jornada para nós duas chegar à final de Wimbledon”, disse a tcheca. “Ainda não assisti às partidas dela durante o torneio, exceto um pouco de hoje, quando estava acompanhando o placar. Eu estava me concentranda no meu próprio jogo. Espero que a final seja um jogo difícil e com muita luta de ambos os lados”.

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Adalberto
Adalberto
4 meses atrás

Espírito de luta não faltou nas 4as…
Bonito de ver…

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