Murray recebe emocionante homenagem na despedida de Wimbledon

Foto: Thomas Lovelock/AELTC

Londres (Inglaterra) – O encerramento da rodada desta quinta-feira em Wimbledon foi marcado pela emoção. Todo o ambiente da Quadra Central foi preparado para a despedida de Andy Murray do torneio que já conquistou duas vezes. Impossibilitado de jogar em simples, por conta da recente cirurgia nas costas, o ex-número 1 do mundo se juntou ao irmão Jamie, e contou com muito apoio da torcida. Ainda assim, os australianos Rinky Hijikata e John Peers levaram a melhor com parciais de 7/6 (8-6) e 6/4.

A partida foi acompanhada de perto por dois dos maiores rivais da carreira de Murray, Roger Federer e Novak Djokovic. Lendas do esporte como John McEnroe, Lleyton Hewitt, Martina Navratilova e Conchita Martinez e também a atual número 1 do mundo e vencedora de cinco Grand Slam, Iga Swiatek, também presenciaram a disputa e as homenagens após a partida. O jogo também teve a audiência de outros tenistas britânicos da atualidade como Jack Draper, Cameron Norrie e Daniel Evans.

Logo após a partida, a organização do torneio exibiu um vídeo com grandes momentos da carreira de Murray dentro e fora de quadra. A narração ficou a cargo de Federer, Djokovic, além de Rafael Nadal e Venus Williams. Eles se lembraram, por exemplo, da frustração do britânico em perder a final de 2012, a redenção nos Jogos Olímpicos no mesmo ano, a conquista de Wimbledon no ano seguinte, encerrando um jejum de 77 anos para os tenistas da casa, e o segundo título, em 2016. Sua atuação fora das quadras, apoiando a igualdade de premiação entre homens e mulheres e também melhores condições para os tenistas de ranking mais baixo também foram valorizadas. “As derrotas doeram muito e a alegria foi ainda maior quando ele conseguiu vencer. Temos orgulho por ter de jogado com você”.

Os adversários em quadra também falaram: “Obviamente, jogar na Quadra Central é muito especial para nós. Sei que todo mundo veio aqui para torcer para o Andy. Hoje era o dia dele, que é um grande campeão. Foi uma honra dividir a quadra que ele”, falou Hijikata após a partida. E o parceiro, Peers, acrescentou: “Para mim, também foi especial voltar à essa quadra. Foi apenas o meu terceiro jogo aqui e os outros dois foram com o Jamie Murray. Fomos parceiros de duplas”. Os australianos agora enfrentam o britânico Neal Skupski e o neozelandês Michael Venus.

Queria continuar jogando, mas não consigo

Murray deu uma entrevista para a apresentadora Sue Baker, de longa trajetória em Wimbledon, e reconheceu que seria difícil continuar competindo aos 37 anos. “É difícil. Porque quero continuar jogando, mas não consigo. Fisicamente está muito difícil agora. Eu queria jogar para sempre. Amo esse esporte, que me ensinou muitas lições ao longo dos anos e que posso usar no resto da minha vida. Eu não queria parar”.

O britânico também comemorou a oportunidade de jogar ao lado do irmão, numa parceria inédita em Wimbledon. “É muito especial viver esse momento com ele. Não pudemos jogar juntos antes e estávamos correndo contra o tempo para isso. Fisicamente não foi fácil, mas fico feliz por jogarmos juntos uma vez. Eu amo o tênis, quero assistir o tempo todo. Só é difícil para mim assistir ao meu irmão, mas já falei isso para ele”.

Além dos dois títulos em Wimbledon, o ex-número 1 do mundo tem outra ótima lembrança da Quadra Central com a conquista do ouro nos Jogos de Londres em 2012. “Até aquele momento era a melhor semana da minha vida. Foi difícil perder uma final de Wimbledon e retornar para jogar aqui logo depois. Foi um dos meus dias favoritos na minha vida, disputar os Jogos Olímpicos aqui em Wimbledon e vencer Roger uma vez”.

E com o seu humor habitual, também se lembrou da conquista mais recente em Grand Slam. “Em 2016 foi muito diferente, não tinha tanta pressão e passei uma noite incrível com minha família e amigos. Dos meus títulos de Grand Slam é o meu favorito. Eu só não me lembro muito da comemoração, porque tomei alguns drinks e passei mal e vomitei no táxi logo depois”.

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Pai de quatro crianças, Murray foi visto de perto pela mãe, Judy, a esposa, Kim, e pelas duas filhas maiores, Sophia e Edie. “Estou devendo algumas brincadeiras para elas. E agora vou poder passar mais tempo em casa”. Aplaudido de pé na saída de quadra, Murray refez o tradicional percurso dos campeões, passando pelos corredores da Quadra Central até chegar à varanda, onde os vencedores do torneio costumam saudar fãs com os troféu nas mãos, repetindo o gesto que havia feito por duas vezes na carreira.

Bicampeão olímpico e vencedor de três títulos de Grand Slam, dois em Wimbledon e um no US Open, Murray foi número 1 do mundo por 41 semanas e terminou a temporada de 2016 na liderança do ranking. Naquele ano, o melhor de sua carreira, carregou a equipe britânica para a conquista da Copa Davis. Ele acumulou 46 títulos de ATP, incluindo 14 Masters 1000, e recentemente disputou seu milésimo jogo na elite do circuito, quando derrotou Alexei Popyrin na grama de Queen’s. O britânico ainda está inscrito nas duplas mistas, ao lado de Emma Raducanu e também está na lista de inscritos para os Jogos Olímpicos de Paris.

8 Comentários
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José Afonso
José Afonso
3 meses atrás

Grande jogador… uma pena não ter alcançado o nível do big 3 e ter sofrido a lesão de quadril.

Único defeito é que amarelava para o Cueca.

Marcio
Marcio
3 meses atrás

Mais um grande que se vai. Quem sabe dá trabalho dos jogos olímpicos!??

Wagner Jobson
Wagner Jobson
3 meses atrás

Merece todo esses aplausos, grande Andy Murray! Está marcado no seleto grupo dos melhores tenistas da história.

Federer eterno GOAT
Federer eterno GOAT
3 meses atrás

um mero empurrador de bolas, no mesmo estilo do iugoslavo… não vai deixar saudade

Weverton
Weverton
3 meses atrás

Gostava muito de assistir seus jogos, sempre foi um jogador intenso, explosivo, pena que não era muito de definição… batia pouco e apanhava muito, corria duas vezes mais que os adversários na partida.
.. vencia a maioria pelo cansaço
… hoje vai descansar da longa luta… parabéns pela carreira Sir Andy Murray.

Silvino Junior
Silvino Junior
3 meses atrás

Sinceramente emocionante, pra mim chegar ser até triste, grande era está acabando.
Foi um prazer enorme tê-lo visto jogar, guerrear, superou incontáveis vezes tempos difíceis.

Luiz Fabriciano
Luiz Fabriciano
3 meses atrás

Incrível como o pai de Andy Murray, diferente dos outros Bigs, sempre esteve no anonimato.
Essa foi a primeira vez que o vi nas arquibancadas.
Nem foi citado no texto dessa matéria, como um dos presentes ao evento.

persivaldo
persivaldo
3 meses atrás

coloco tranquilamente murray só um pouquinho abaixo da mesma categoria dos 3 maiores tenistas de todos os tempos: Djokovik, Sampras e Agassy.
ganhar 46 títulos de Atp em um circuito tão competitivo não é pra qualquer um não, pra se ter uma visão da grandiosidade disso, Guga ganhou um pouco mais da metade disso somente.
A única coisa que faltou ao Andy a meu ver é não ter ganhado Roland Garros ao menos 1x.

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