Miami (EUA) – Semifinalista do WTA 1000 de Miami, Danielle Collins anunciou ainda em janeiro que esta será sua última temporada no circuito. E por estar jogando bem, a norte-americana de 30 anos e ex-número 7 do mundo, convive com muitos questionamentos sobre uma possível mudança de planos, especialmente depois dos últimos resultados. No entanto, Collins reitera a decisão, embasada em dois pontos, seu histórico de problemas de saúde e o desejo de se tornar mãe.
Há dois anos, Collins precisou de tratar da endometriose, uma reação inflamatória que acontece quando algumas células do endométrio, camada interna do útero, se alojam fora da cavidade uterina. Entre os sintomas estão cólicas agudas, que chegavam a impedi-la de ter uma rotina de ter uma rotina normal de treinamento, além de também dificultar a possibilidade de engravidar. O diagnóstico foi anunciado meses depois de a norte-americana ter sido finalista do Australian Open de 2022.
A jogadora também convive desde 2019 com a artrite reumatoide, doença crônica que causa dores e inchaço nas articulações do corpo. O problema é chamado de autoimune, porque ataca os anticorpos e prejudica o sistema imunológico, fazendo com que a atleta profissional tenha uma perda de rendimento físico.
“Quando eu estava anunciando minha aposentadoria, todo mundo estava me parabenizando e pareciam tão animados por mim, mas por outro lado, eu sinto que tive que justificar muito minha decisão. Eu sinto que se eu fosse homem, provavelmente não teria que me justificar tanto”, disse Collins na coletiva de imprensa desta quarta-feira, após a vitória sobre a francesa Caroline Garcia nas quartas por 6/3 e 6/2.
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“É interessante como em muitas situações diferentes eu tive que justificar as razões por trás da aposentadoria. Estou vivendo com uma doença inflamatória crônica que afeta minha capacidade de engravidar, e essa é uma situação profundamente pessoal. Eu já que expliquei isso de vez em quando”, comenta a norte-americana, que enfrenta a russa Ekaterina Alexandrova, 16ª do ranking, na semifinal desta quinta-feira às 21h30 (de Brasília).
“Sim, acho que é uma boa pergunta, mas no final das contas é uma escolha pessoal. Há muito mais coisas a fazer do que apenas tênis e pensar na minha carreira. Estou aproveitando a minha carreira e me divertindo muito. Adoro vir aqui e competir. Mas essa é uma decisão muito grande, de vida. Acho que isso deveria ser bem compreensível”, complementou a atual 53ª do ranking, que tem dois títulos no circuito e busca sua primeira final de WTA 1000.
Danielle Collins on people questioning her retirement decision. 🫶#MiamiOpen pic.twitter.com/PKfrEhp8GD
— TENNIS (@Tennis) March 28, 2024
Perguntada sobre essa volta ao alto nível de tênis, apresentada neste início de temporada, a ex-top 10 falou sobre pequenas mudanças que fez em seu estilo de jogo e também sobre a importância de ter mais confiança em quadra. “Acho que muitos livros de psicologia do esporte falam sobre estar ‘in the zone’, acho que pode ser assim em vezes. Isso é uma coisa boa. Em outros momentos em que joguei bem e tive bons resultados em torneios, foi assim. Em outros momentos, é como ir para o campo de golfe e ter um dia ruim”.
“Mas agora estou com um tempo de bola muito bom. Acho que também fiz alguns ajustes físicos que me ajudaram a controlar mais meus golpes e acertá-los com mais exatidão e precisão. Estou trabalhando nisso há algum tempo. Às vezes é difícil fazer esse tipo de mudança. São pequenas adaptações. Mas isso que me ajudou a ficar um pouco mais consistente nesses pontos e trazer isso para a quadra um pouco mais”.
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julgá-la por essa atitude não passa de machismo estrutural e falta de empatia
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
É bem legal ver este grande desejo de ser mãe da Collins. E como ela quer ser mãe, está perfeita a sua decisão de dar um tempo na carreira.
Muitas mulheres não-tenistas que querem ser mãe também poderiam se dar a liberdade de avaliar e escolher o melhor momento de darem um tempo na sua carreira profissional: se mais cedo, inclusive com 20 e poucos anos, ou mais tarde, próximas dos 40. Acho que estas opções são importantes e deveriam ser bem avaliadas, em vez de apenas seguir o roteiro da prática mais comum no momento.
Não vejo machismo no fato da pessoas quererem saber o motivo da aposentadoria.
Exatamente.
As pessoas perguntam pq não é comum se aposentar aos 30 tanto tanto para homens quanto para mulheres.
Ela se esquece que é uma pessoa pública e os fans querem saber, ora bolas
Concordo. Quando um(a) tenista se aposenta, todo mundo quer saber o motivo. Quantas vezes Federer, Guga e outras lendas, torneio após torneio, responderam estas perguntas? E o pior: quantas perguntas eles responderam falando quando que eles iam parar. Isto é o pior.
Eu acredito que ela está querendo colocar a culpa no “machismo estrutural” em algo que realmente não existe.
Ainda pode voltar a jogar .aconteceu com a wozniack
… e com a Azarenka, a Osaka, a Kerber, a Svitolina, …, entre outras.
E quanto mais cedo a tenista dá um tempo na carreira para ser mãe, maior a chance dela voltar a jogar depois da maternidade e normalmente poderá retornar ao tênis em melhor forma.
Marcos, você tem opiniões bem sensatas, com as quais concordo plenamente. E corajosas diante do politicamente correto. O tênis é maravilhoso, ainda mais quando há talento e condições de vencer em alto nível. Mas não é tudo na vida. O desejo de constituir uma família e ter filhos supera muitas glórias fugazes. Parabéns para a Collins e que seja muito feliz!
Gosto muito dela e torço para que consiga ganhar Miami ou outro título importante antes de aposentar
Vai fazer falta no circuito. Dos melhores backhands e uma baita guerreira em quadra.
Lembra uma outra guerreira tão batalhadora como há Danielle Collins, Beatriz Haddad Maia. Na minha opinião com todos esses problemas de saúde acumulados e crônicos não se brinca, ela está certíssima em se tratar e realizar seu desejo nobre de ser mãe, idade 30 anos perfeita para os prosseguimentos que terá que enfrentar. Tenho certeza que ainda voltará às quadas. E jogando bem como as outras mamães.
Eu falei da Bia no assunto porque ela também manifestou vontade de ser mãe. Quanto ao jogo de ontem, Ekaterina Alexandrova nitidamente estava bem cansada, devida sua belíssima campanha, pegou só adversárias duríssimas. Faltou um pouco mais de energia, infelizmente não é tão simples assim, é bem desgastante, por isso a irritabilidade e frustração na partida. Alcaraz, Medvedev e Zverev na mesma situação. Dimitrov o búlgaro quando resolve joga demais.