Melbourne (Austrália) – Classificada para a sua terceira decisão nos últimos cinco Grand Slam, a bielorrussa Aryna Sabalenka também comemorou a revanche contra a norte-americana Coco Gauff, sua algoz na final do US Open do ano passado. Logo após o duelo desta quinta-feira, a número 2 do mundo reforçou que perder aquele jogo lhe deu combustível extra para vencer desta vez.
“Foi uma partida incrível. Ela é uma grande jogadora e você sempre tem que lutar contra ela. Acho que o segredo foi conseguir manter o foco, não importa o que acontecesse ou qual fosse o placar. Estou super feliz por estar em mais uma final de Grand Slam e espero poder fazer um pouco melhor do que da última vez. Não diria que tenho lembranças ruins daquilo, afinal foi uma final de Grand Slam, mas perder aquele jogo foi uma motivação para mim”, disse Sabalenka, após a vitória por 7/6 (7-2) e 6/4.
Ao ser questionada sobre as diferenças entre um confronto e outro diante de Gauff, Sabalenka destacou um ponto específico de seu jogo: a ofensividade junto à rede. “Acho que em Nova York joguei tênis um pouco passivo e não coloquei tanta pressão nela. Quer dizer, eu fiz isso no primeiro set, mas então diminuí a velocidade e comecei a tentar fazer ralis com ela, o que não funcionou bem. Durante toda a pré-temporada trabalhei nessas jogadas de aproximação, em chegar à rede e finalizar o ponto. Estou super feliz por ter conseguido fazer isso em quadra”, explicou.
Apesar de ter vencido a partida desta sexta-feira em sets, a bielorrussa passou por momentos de sufoco na primeira parcial. Depois de abrir 5/2, ela viu a jovem norte-americana virar o placar para 6/5 e sacar para o set. Sabalenka então retomou o melhor nível, empatou o jogo e levou a melhor no tiebreak. Segundo ela, foi preciso manter o foco para sair do buraco.
“Honestamente, passou pela minha cabeça a ideia de deixar aquele set passar e focar em lutar pelo outro. Mas aí veio à tona aquilo que eu disse sobre continuar lutando independentemente do placar, apenas tentando fazer o meu melhor. Mesmo quando o estava 6/5 e 30-0 no saque dela, continuei focada em permanecer no set e lutar por cada bola”, frisou.
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Na decisão, Sabalenka terá pela frente a jovem chinesa Qinwen Zheng, de 21 anos e inexperiente em finais de Grand Slam. As duas se enfrentaram apenas uma vez no circuito, justamente nas quartas de final do último US Open, com vitória da bielorrussa por 6/1 e 6/4.
“Jogamos uma vez, mas treinamos muito juntas, inclusive aqui antes do torneio. Ela está jogando um ótimo tênis mais uma vez e é uma garota muito legal. Vai ser uma grande batalha. Acho que o forehand dela é muito pesado e ela está se movendo bem também, lutando por cada ponto. Além disso, está sempre colocando as adversárias sob pressão, jogando um tênis muito agressivo, e acho que é por isso que ela está agora entre as 10 primeiras do ranking”, analisou a atual campeã em Melbourne.
Aos 25 anos, ela tentará usar a maior experiência em jogos deste gabarito para fazer valer a sua condição de favorita. “Eu diria que emocionalmente estarei pronta para lutar. Não estou pirando. Porque quando você joga a primeira final você fica emocionada e apressada às vezes. Quando você está lá pela terceira vez, é apenas mais uma partida e você é capaz de separar as coisas e se concentrar apenas no seu jogo.”
“Acho que estou bem calma. Como eu disse antes, sou a atual campeã, mas na pior das hipóteses vou perder este torneio e haverá menos pontos para defender no próximo ano. Isso me ajuda a manter o foco e dar o meu melhor em cada partida, sem pensar em defender alguma coisa”, acrescentou Sabalenka.