Bergamo (Itália) – Grande nome da arbitragem mundial, o brasileiro Carlos Bernardes se aposentou em 2024 e desde então vive tranquilo na província de Bergamo, na Itália, com sua esposa. Em entrevista ao Ubitennis, ele revisou sua carreira e contou o que tem feito desde que se afastou do tênis.
“O tempo passou tão rápido, é incrível . Ficar em casa durante esse período tem sido bom para mim. Fui a quatro ou cinco torneios porque minha esposa trabalha como árbitra: ela ficou na Grécia por quatro semanas e eu fui com ela por duas delas. O lugar era lindo. Também fui a Roma, ao ATP Finals em Turim e a Bergamo, aqui em casa”, disse Bernardes.
“Além disso, fui à academia, apareci na televisão duas ou três vezes e alguém me contatou para ser diretor de alguns torneios challenger”, acrescentou o brasileiro que arbitrou mais de 8.000 partidas na sua carreira, que relembrou com carinho de um dos primeiros grandes torneios que comandou, o ATP de San José em 1995.
Ele também falou de sua última partida, a final do ATP Finals de 2024 vencida por Jannik Sinner, que o parabenizou logo após conquistar o título. “Carlos, você teve uma carreira brilhante. Foi uma honra fazer parte da sua trajetória no circuito ATP: obrigado por tudo”, disse o italiano na cerimônia de premiação.
“Terminar com aquela partida e com aquelas palavras do Sinner, com o carinho dos outros jogadores, dos treinadores e das pessoas que trabalharam comigo durante todos esses anos, foi realmente muito bom. O comentário do Sinner foi muito bonito porque, no momento em que tinha acabado de vencer o ATP Finals, ele se lembrou de mim”, comentou.
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Anos antes, em 2021, Bernardes enfrentou um problema cardíaco que lhe deu um enorme susto. “Lembro-me de estar no quarto do apartamento durante os 14 dias de quarentena na Austrália. Eu tinha comprado um ergômetro para treinar durante esses dias . Quando senti aquelas dores no peito e percebi que estava suando muito, achei que não era normal, porque eu não estava fazendo muito esforço físico”, contou o brasileiro.
“Liguei para a recepção do hotel, também porque não podíamos sair do quarto, sob pena de multa de 20 mil dólares e prisão: era proibido. Felizmente, liguei rapidamente para o hospital, que ficava do outro lado da rua do hotel, e lá o médico me disse: ‘Olha, você teve um ataque cardíaco. Ainda bem que ligou, porque muita gente não liga e morre.’ No hospital, limparam minha veia e artéria e me disseram que eu teria que passar a noite lá”, acrescentou.
Bernardes lembrou que, enquanto estava sendo atendido no hospital, conversando com um dos enfermeiros, perdeu a visão. “Quando abri os olhos novamente, os médicos que estavam lá fora entraram, com aparência cansada por terem feito algo difícil. O chefe do departamento de cardiologia me disse que meu coração havia parado , mas eu não tinha percebido, não senti nada, nem mesmo dor”, lembrou.
“Isso nos faz pensar em como a vida passa rápido. De um momento para o outro, você pode partir sem nem perceber, o que nos faz refletir bastante. Tantas coisas que você acha que são um problema, na realidade não são nada”, complementou Bernardes.












Esse aí morria de medo do Nadal
Essa é uma das grandes atitudes vergonhosas do espanhol. Foi capaz de usar seu nome e status para prejudicar o juiz apenas pq ele estava cumprindo com uma regra que o Nadal sempre descumpria.
Belas lembranças, belas palavras!
Dalcim, bom dia, tudo bem? Não sei se já fez, mas seria interessante uma matéria contando toda a trajetória do Carlos, o seu legado, e de outros árbitros brasileiros; afinal, não temos muitas notícias a respeito dessa grande profissão; o que acha?
Olá, Adriano. Fizemos algumas boas reportagens sobre o Bernardes, tanto ao longo de todo o ano de sua aposentadoria como em recente podcast que fiz com ele diretamente da Itália, onde aliás ele aborda sua preocupação com o futuro dessa carreira: https://tenisbrasil.uol.com.br/carreira-dos-arbitros-de-tenis-preocupa-carlos-bernardes.html
Top, não tinha visto, vou ver; obrigado, Dalcim.
Nao sabia que é casado com outra árbitra: é brasileira também?