Zverev admite ano abaixo das expectativas e já pensa na Davis

Turim (Itália) – Eliminado ainda na fase de grupos do ATP Finals, Alexander Zverev admite que fez uma temporada abaixo das expectativas. Embora seja o número 3 do mundo, o alemão conquistou apenas um título, no saibro de Munique, e disputou as finais de Viena, Stuttgart e do Australian Open.

Ao avaliar o ano, Zverev foi direto ao ponto e não escondeu a frustração. “Para mim, foi uma temporada incrivelmente insatisfatória. A temporada de tênis é longa e tem muitos altos e baixos, mas no meu caso não houve muitos altos”, afirmou o bicampeão do Finals.

“Tirando a final do Australian Open e o título em Munique, estou muito insatisfeito com todo o resto. Agora é uma decepção não só pela derrota, mas pela forma como joguei em relação às minhas capacidades. Nos últimos dias, com certeza joguei melhor. É isso que mais me decepciona”, acrescentou o jogador de 28 anos.

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O alemão também explicou que pretende revisar sua preparação para 2026, especialmente no aspecto físico. “Manter-me saudável é minha prioridade, porque só assim consigo melhorar meu nível de jogo. Senti que nas últimas semanas estava evoluindo bem, mas hoje estive longe do meu nível. Vou jogar a Copa Davis, depois vou descansar um pouco e então terei tempo para pensar sobre isso”.

Derrota para Aliassime no Finals

A despedida de Zverev do Finals veio com a derrota para Félix Auger-Aliassime por 6/4 e 7/6 (7-4), repetindo o revés que já havia sofrido para o canadense na terceira rodada do US Open. Ele reconheceu que o rival evoluiu desde o último confronto.

“Acho que o Félix evoluiu como jogador nos últimos meses. Ele jogou melhor aqui do que em Nova York”, avaliou. “Mas eu também preciso ser honesto comigo mesmo: este foi o pior jogo que fiz no último mês. Tirando a partida contra o Sinner em Paris, porque lá eu não estava fisicamente bem. Hoje, da minha parte, não foi uma boa partida de tênis”.

Zverev também mencionou dificuldades técnicas durante o duelo, especialmente nas subidas à rede. “Foi muito difícil sacar e ir à rede porque as luzes vinham de cima. Cada vez que a bola subia, eu tinha problemas para enxergar. Por isso alguns voleios pareceram incomuns”.

Críticas ao formato da Davis

Na próxima semana, o alemão disputa a Copa Davis em Bolonha, torneio que tradicionalmente critica, mas no qual aceitará competir a pedido dos companheiros. A Alemanha enfrenta a Argentina na quinta-feira pelas quartas de final e, em caso de vitória, encara Espanha ou República Tcheca na semifinal de sábado.

“O Sinner tem razão quando diz que nunca venceu a verdadeira Copa Davis. Para mim, a verdadeira Davis é o sistema de confrontos em casa e fora”, disse. “Se você está numa final, estou mais do que feliz em jogar mais uma semana depois do Finals. Mas disputar quartas, semifinais e final nesse formato… Se você perde nas quartas ou na semi, parece perda de tempo”.

Ele lembrou partidas históricas para ilustrar o que considera o espírito original do torneio. “O ambiente é o que faz a verdadeira Copa Davis. Jogar contra a Itália na Itália seria totalmente diferente de enfrentar a Itália na Espanha. Já joguei contra o Nadal em uma arena de touradas lotada. Isso é a verdadeira Copa Davis.”

Zverev reconheceu que aceitou jogar este ano principalmente por solidariedade ao time. “Estou jogando agora porque meus companheiros realmente pediram. Muitos estão ficando mais velhos: o Struff não terá muitas oportunidades, os duplistas também. Estou jogando por eles. Para mim, isso aqui não tem nada a ver com a verdadeira Copa Davis. É um torneio de exibição que chamam de Copa Davis”.