Orlandinho e Demoliner terminam ano em alta e sonham com saltos maiores

Foto: Igma Open/Divulgação

Felipe Priante
Especial para TenisBrasil

Os gaúchos Marcelo Demoliner e Orlando Luz resolveram jogar juntos na reta final da temporada, jogando challengers na Europa e na América do Sul pensando no futuro e em objetivos maiores. Os resultados têm ajudado, com três títulos em sete torneios disputados, o mais recente deles na semana passada em Lima. Depois de uma temporada na qual ambos não tiveram parceiro fixo, os dois se juntaram em um plano de longo prazo, que tem como objetivo chegar aos maiores torneios.

As conquistas ajudaram, principalmente Demoliner, que era o 88º do mundo quando disputaram o challenger de Bad Waltersdorf, o primeiro desta sequência, e agora está na 77ª colocação, enquanto Orlandinho saiu da 59ª para a atual 57ª posição. Em entrevista exclusiva para TenisBrasil, durante a disputa do challenger na Costa do Sauípe, os dois falaram sobre a parceria e os planos para o futuro.

Mais experiente da dupla, com seus 34 anos, Demoliner acredita ter um bom encaixe de estilos com Orlandinho, sete anos mais jovem, e aposta em um futuro promissor. “Eu tenho uma crença que dá para chegar e tenho certeza que o Orlando também tem essa crença”, afirma o experiente gaúcho, mostrando convicção de que a dupla tem capacidade de obter ótimos resultados no futuro.

Os resultados obtidos nestes últimos meses de 2025 realmente comprovam o potencial dos gaúchos, que no segundo torneio juntos (Lisboa) já foram semifinalistas, engatando dois títulos consecutivos na sequência, faturando Valência e Braga. Na volta para a América do Sul, derraparam na Costa do Suaípe, parando nas quartas, mas em Lima voltaram a triunfar e levantaram a taça.

Veja a entrevista completa abaixo:


Como surgiu e de quem partiu a iniciativa para se juntarem?

LUZ – Foi ideia do Demo, na real. Foi no US Open, a gente se trombou no vestiário um dia e eu já estava procurando alguém há um tempo pra acabar com essa história de ficar trocando de parceiro quase toda semana e a ideia chegou num momento muito certeiro ali. A gente conversou muito rápido, acho que eu ainda ia jogar. E logo em seguida que acabou o meu jogo, a gente bateu uma ideia. A gente já tinha jogado junto, foi bem bacana. A gente quis testar e acho que foi o caminho certo, né? Acabamos perdendo uma primeira rodada, fizemos depois uma semifinal com o match-point e encaixamos em dois títulos. Então, acho que foi bem positiva essa ideia que agora estamos botando em prática.

DEMOLINER – Como o Orlando falou, a gente buscava algo em comum. E esse ano, tanto ele como eu, a gente trocou muito de parcerias. E a gente sabe, principalmente eu que sou mais velho, que nas duplas tu precisa ter um entrosamento para que as coisas caminhem melhor, com a probabilidade maior de tu conquistar coisas grandes. Obviamente tu pode encaixar uma semana com alguém que tu nunca jogou e fazer um bom torneio, isso é possível. Mas a probabilidade, ela diminui. Então, a gente conversou depois do US Open, a gente encaixou os torneios para jogar, e foi isso que ele falou. A gente perdeu a primeira rodada e foi melhorando, foi ajustando, foi conversando internamente, foi se escutando. Uma das coisas que a gente amadureceu muito da última vez que a gente jogou foi a maneira de como a gente confia um no outro e se escutou pra melhorar a dupla. E começou a dar muito certo.

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LUZ – A gente pegou o nosso positivo e ao invés de estar preocupado com o que tá acontecendo vindo do outro lado, o nosso maior foco foi priorizar o que a gente faz bem e com essas armas tentar dificultar o jogo do adversário. E foi o que encaixou pra gente.

DEMOLINER – Nosso jogo encaixa bastante, o Orlando é muito sólido no fundo, eu ajudo bastante na rede, então a gente tem um combo legal. E foi por isso que a gente entendeu que pode jogar bem juntos, porque se encaixa como dupla. Então acho que por isso que tá dando certo, vamos jogar até o final do ano pelo menos e a gente espera fazer ainda grandes torneios.

Uma coisa importante, além do encaixe, são os resultados. Quanto vocês acreditam que esse entrosamento tem dado certo e conseguiu se transformar em conquistas, em bom desempenho?

DEMOLINER – O Orlando amadureceu muito nesses últimos anos em que ele realmente focou nas lutas, teve um 2025 incrível fazendo quartas em Grand Slam. Desde o primeiro momento, quando a gente falou que ia jogar, sabíamos que de repente podia não dar certo do começo, mas iríamos ficar martelando juntos porque com o tempo as coisas podem virar. Só que, por sorte, já encaixou desde o início. Há muitos exemplos de outros duplistas que estão agora se metendo ali nas duplas, ali 50, 40, 30, 60, que ficaram bastante tempo juntos até dar esse clique em algum torneio e aí foram embora juntos. E outra coisa: quem mais precisava melhorar o ranking era eu, porque tinha uma discrepância muito grande entre nós. A gente só conseguia jogar challenges, então eu precisava melhorar muito o ranking. Ajudou muito esses resultados para eu ficar menos distante dele e daqui a pouco encaixar em algum torneio grande juntos. E essa também é uma ideia, jogar torneios grandes juntos.

LUZ – Os títulos, além da grana, claro que é algo que a gente busca, para poder viajar tranquilo. Eles dão muita confiança. É diferente quando você faz uma final, faz duas finais, ganha o torneio. Isso traz uma confiança e uma tranquilidade para começar a próxima semana. E acho que em Braga foi importante (primeiro título juntos). Em Lisboa já bateu na trave, uma semi com dois match points. Em Braga, na primeira rodada a gente estava com um gostinho amargo (do vice), mas jogamos bem. Na segunda rodada a gente passou perto, na semi a gente já estava bem de novo e na final a gente dominou. E aí fomos para Valência com outra mentalidade, para jogar um torneio muito maior. Jogamos contra jogadores bons, a chave inteira estava dura. A gente conseguiu manter um nível muito grande durante a semana e aí já traz esses voos maiores. A gente jogou o ATP de Bruxelas, depois foi para outro 125. A ideia é jogar em torneios maiores e a melhora do ranking do Demo, agora é um pouco mais perto, faz com que um torneio que a gente encaixa já embala. Estamos com um soma bacana até para assinar um Grand Slam. Então a gente quer buscar os melhores resultados no fim do ano para ver como é que nossa soma começa pra janeiro.

E aí imagino que, olhando para janeiro, a ideia é tentar jogar juntos no Australian Open.

DEMOLINER – A Austrália é o objetivo maior. A gente sempre conversou sobre um possível início de novo ano. Então também vai depender dos próximos resultados, também vão ser importantes, mas como a gente está jogando bem e está acreditando muito na nossa luta e como a gente tem se encaixado, a gente espera que os resultados se mantenham.

LUZ – Os torneios da Austrália, no começo do ano, são sempre muito duros. Todos os simplistas assinam, todos os duplistas que fizeram uma boa pré-temporada já estão querendo ir pra Austrália pra ficar lá o mês, para se preparar para o Australian Open, todo mundo quer jogar. Então é um pouquinho mais complicada essa entrada, mas a gente vai fazer de tudo para o ranking baixar o máximo possível apra poder fazer o calendário junto. Porque senão a gente tem que dar um passo atraso, às vezes, para decidir o que fazer.

Essa faixa de ranking que você estão é complicada, até pode dar para entrar nos Grand Slam, mas para entrar nos 250 e principalmente nos 500 já é mais difícil. Como equilibrar isso? Além de tentar subir juntos, dá para pensar eventualmente e separar para subir?

DEMOLINER – Isso acontece até com parcerias fixas de médio e longo prazo. Isso pode acontecer de tu, às vezes, não combinar junto com o ranking, então se separa pra tentar jogar o torneio, e se for bem, ajuda a dupla a entrar nos torneios maiores. Isso aí é muito normal.

Qualquer um dos dois que for mais longe ali é um ganho pra dupla. E esse ano a gente projeta ficar por aqui, jogar mais challengers, buscar essa certeza de ranking para o começo de ano. Então aqui não tem nenhum perigo da gente não conseguir jogar junto. Então a ideia é realmente continuar esse trabalho que a gente já começou já faz dois meses quase. Essa é a ideia. Se acontecer no começo do ano, em fevereiro, tiver que separar por algum motivo e depois ter que voltar, a gente sabe que é o melhor para a dupla. Pode acontecer, esse ranking realmente é um pouquinho chato. Eu estive no top 60 o ano inteiro, e eu só joguei o Rio Open de 500, por conta de um convite com o Felipe (Meligeni).O resto do ano eu joguei acho que 10 ou 11 a ATP 250 e o resto tudo challengers. Então quando a gente desce pros challengers, realmente tem que ganhar, tem que fazer final ou campeão, senão a semana os pontos não compensam.

Hoje em dia a gente vê jogadores de simples eles falando que o circuito está muito parelho, que a diferença de um top 10 e um top 100 é muito pequena. Para a dupla é mais ou menos a mesma coisa? Como vocês enxergam isso no momento?

DEMOLINER – Eu concordo, acho que está muito nivelado o nível do topo até o top 70, 80 nas duplas. Principalmente que as duplas se jogam com no-add e super tiebreak, isso nivela muito. E em um bom dia tu consegue e pode ganhar de qualquer dupla. Então o entrosamento conta muito nesses momentos. O tênis está evoluindo muito fisicamente, todos os esportes estão evoluindo. Por causa da preparação física e mental, todo mundo é muito profissional e está com a informação muito fácil hoje em dia. O telefone celular te ajuda pra muitas coisas e essa é uma delas, tem informação muito rápida agora. Então por isso que eu acho que está se profissionalizando muito o esporte está evoluindo muito rápido. Isso é bom. Porque, por exemplo, a gente está 80, 60, mas tem nível pra estar 30, 20, 10, por que não? Eu, por exemplo, já ganhei da maioria dos top 10. Eu tenho uma crença que dá para chegar e tenho certeza que o Orlando também tem essa crença, ele já fez quartas de final do Roland Garros. É um baita feito. Ganhou ATPs, dois já?

LUZ – Ganhei um em duas finais.

DEMOLINER – Então ele sabe o nível que tem e onde pode chegar. Então eu vejo isso pelo lado positivo. Porque tu pode chegar no topo, principalmente se tu faz algum resultado bom em algum torneio grande.

LUZ – Eu acho que esse negócio de viver o circuito, estar entre os melhores faz muita diferença também. Então essas semanas que a gente joga ATP, às vezes tu pode até estar perdendo a primeira rodada, a segunda rodada, mas a experiência de estar lá a semana inteira, treinar com esses caras, ver o que eles fazem, tentar botar na tua rotina, tentar botar em prática dentro da quadra. Eu realmente só me senti dentro do circuito de duplas depois do Roland Garros esse ano. Eu vinha trabalhando, eu já tinha ganhado ATP ano passado, mas esse ano, depois de fazer quartas, ganhar do (Kevin) Krawietz e (Tim) Puetz na segunda rodada, que é uma dupla que ganha torneios, esse jogo, mais do que tudo, acho que foi o que me fez acreditar que eu estava pronto ali no circuito, E nas quartas de final, que perdi 7/6 6/4 para (Marcel) Granollers e (Horacio) Zeballos, o primeiro set a gente podia ter ganhado, a gente teve vários breakpoints, a gente teve chances no tiebreak, teve mini-break no tiebreak, e escapou. Os caras ganharam o Grand Slam e são muito bons. Então saber que posso competir com esses caras muito bons e que têm resultado o tempo inteiro, faz acreditar que eu consigo jogar nesse nível também.

Falando sobre Roland Garros, o fato de você jogar com o Ivan Dodig, um cara muito vencedor e que está no circuito há muitos anos, mostra que você já tem um reconhecimento? E quanto mudou essa relação com os outros duplistas depois de fazer quartas?

LUZ – Eu acho que tem dois momentos, que foi o antes, o Dodig acreditar que dava para fazer um resultado comigo, porque para um cara que já ganhou Grand Slam, já ganhou a Copa Davis, já fez tudo possível no tênis ali, e resolve se arriscar com esse menino de 27 anos, que pela dupla é muito novo, para jogar um Grand Sam. Eu só tinha jogado o torneio uma vez, no ano passado com o (Marcelo) Zormann, mas foi tudo de última hora, correria. A gente nunca tinha conversado, eu não conhecia ele, apesar do contato que tive quando ele jogava com o Marcelo (Melo), de treino. Ele nem lembrava disso, depois a gente conversou, eu falei que quando eles ganharam o Roland Garros, eu estava no box deles. Então eu falei: “agora eu já deixei de ser fã, preciso trabalhar”. Existe esse momento de reconhecimento, que dava para fazer um resultado comigo, obviamente os duplistas se conversam entre eles, acredito que ele tenha falado com outras pessoas que já jogaram comigo, para saber como funciona o dia a dia, como joga, nível, e o pós, o reconhecimento dos atletas, dos jogadores. Eu senti depois que, tanto o treino, de me chamarem mais para treinar, os top players, e até mesmo me chamarem para jogar como parceiro em algumas semanas de dupla fixa, que um estava machucado, um estava doente, tinha que fazer um ‘repair’ ou alguma coisa, me mandar mensagem, você está sozinho para jogar, quer fazer um ‘repair’? Então acho que existem esses dois momentos, o primeiro do Dodig e eu meio top 60, mas não conhecido e o pós Roland Garros. Dos top, os únicos caras que eu tinha conexão era o Vavassori, porque ele tem a mesma idade, começou comigo, a gente jogou juntos várias vezes, e também o Granollers, porque quando morei na Espanha foi um cara com quem eu treinei muito. De resto, não tinha tido contato ainda. Depois do jogo em Roland Garros, até conversei com o Krawietz, que até jogava o mesmo Interclubes, jogo pelo clube em que ele começou jogar tênis, então foi muito legal esse reconhecimento.

O calendário é uma coisa que os top de simples têm reclamado, mas o tênis vai muito além apenas deles. Para vocês, esse calendário é mesmo ruim ou só é ruim para quem pode jogar pouco?

DEMOLINER – Eu vou ter de repente uma opinião diferente da do Orlando, porque ano que vem eu completo 20 anos no circuito e obviamente o tanque da minha gasolina já está no final. O tênis é um esporte muito agressivo, porque ele te faz estar fora de casa praticamente o ano inteiro, são 11 meses de temporada, se tu for ver. Eu tiro férias uma semana, 10 dias, isso aí fazem anos e anos. O tênis, para o sul americano, ele é mais desgastante, porque a gente tem viagens mais longas, o torneio 70% acontece na Europa, o ano inteiro, e a gente está sempre fora dos entes queridos, dos amigos e tal, e para a gente é uma carga extra tudo isso. Os fuso-horários, isso aí também entra na mochila. Só que para os tops, ali até os 20, 30, que sabem que eles vão jogar todos os torneios, podem montar um calendário diferente de quem está de 40, 50 para cima, tanto nas simples, quanto nas duplas. E é que nem a gente falando isso, cara, um torneio grande bem jogado, se daqui a pouco tu está na tua 35ª semana do ano jogando e encaixa naquela semana, já muda teu ano para o ano seguinte. Então é difícil, se tu não está no top 30, de deixar de jogar semanas por conta de descansar. Não, tu tem que jogar o quanto mais tu conseguir para tentar encaixar alguma semana que de repente ela pode acontecer naquela semana. Então tu fica nessa, joga ou não joga, e eu sempre joguei mais do que, entre aspas, deveria. Porque eu nunca estive ali no top 30 com uma parceria fixa constante. Se a gente for perguntar para o Bruno (Soares), o Marcelo (Melo), para o André (Sá), eles faziam o calendário mais facilmente. E de repente a opinião do Orlando, como ele está com 27 anos fresquinho, cheio de cartilagem, ele vai viajar 60 semanas se pudesse.

LUZ – Na verdade não vou discordar de nada que o Demo falou. Eu posso ter 27, mas é difícil ficar longe de casa tanto tempo. Hoje eu tenho sorte que a Luiza, minha namorada, trabalha comigo também, com a minha agente, então está me acompanhando mais nos torneios. Esse ano, essa é semana 33, eu vi isso essa semana, 32 ou 33, que eu estou jogando. E é muito tempo para o corpo e a cabeça. Vi pouquíssimo meus pais durante o ano, voltei pouquíssimo para casa. Teve semanas que eu não joguei, mas não dava tempo de voltar para casa. Eu tive que ir para a Europa e ficar cinco dias treinando em algum lugar. Então, o que o Demo falou, para sul-americano é muito mais desgastante, a gente não tem onde parar. O jogador europeu às vezes toma uma primeira rodada numa segunda-feira no ATP e ele vai viajar na próxima segunda-feira para o challenger, ele volta para casa essa semana, a gente fica uma semana perdido no meio da Europa, sem ver tua família, gastando dinheiro, porque a gente tem que pagar hotel, comida e tal, às vezes está com o treinador. Além de que a gente não tem as mesmas condições. Ele volta para a academia dele, que está toda preparada para treinar, e a gente tem que se virar, às vezes tem que alugar uma quadra ou em uma semana que chove fica sem quadra. Então tu não se prepara bem, nem mentalmente, nem fisicamente nem tecnicamente para a próxima semana. Isso acontece muito. E o que eu ia falar, além de tudo que o Demo falou, que eu não discordo, é essa ideia do ATP desse ano, de diminuir o calendário, porque até a semana do Finals, que é a semana do challenger de Montevidéu, são os torneios que contam para o ano que vem, para os torneios australianos, mas depois disso acho que tem mais três semanas de challenger ainda. Quem está precisando de ponto, mesmo que esteja classificado para a Austrália, ele não consegue largar essas três semanas por inteiros, porque vai ter outros jogadores te passando, tanto o simplista quanto o duplista. Porque tu pega essa semana, vai ter Florianópolis, Temuco, Bogotá e tem mais uma semana que não tem aqui, que é Maia, que é na Europa. É 100 mil lá, é 100 mil Temuco. Eu vou ter que parar para fazer a minha pré-temporada, porque a gente vai pra Austrália, porém, jogadores que estão às vezes 80 e não tem algum parceiro, vão pegar um parceiro para jogar esses três que não estão mais fracos. E aí, esse cara acaba na tua frente no ranking. Porque tu escolheu parar, porque esses pontos não voltam pra Austrália.. É muito legal a iniciativa da ATP, mas eu acho que essas três semanas, talvez, não podem existir. Porque ainda vai ter um desbalance entre os jogadores. Tu para para treinar e vai ficar checando o aplicativo da ATP pra ver se tem alguém que vai te passar

DEMOLINER – E eu, como estou mais velho também, entendo a parte jogador e eu entendo a parte diretor de torneio e dono de torneio. Porque os caras têm a semana e para eles já têm essa semana já há algum tempo, compromisso com patrocinadores. Eu entendo também a outra parte da moeda, né. Vai ter jogadores, como o Orlando disse, que vão jogar. Só que tirar essas semanas, vai ter diretores de torneios que vão perder dinheiro.

LUZ – A ideia seria reencaixar durante o ano e não jogar fora. A gente tem um challenger no Brasil que não conta para o Australian Swing, mas é do lado da minha casa. É tentar realocar durante o ano em algum momento que seja bom. Porque teve muitos torneios durante o ano na América do Sul. Se a gente puder realocar mais uma semana pro meio, Temuco ali, pra algum lugar, a gente pode ter mais semanas durante o ano e não na pós-temporada, que é quando já não tá valendo ponto pro Austrália. Aí a gente fica nesse de para ou não para, faz uma pré-temporada de menos semanas, não tira férias. Ano passado eu não tirei férias, fiz semi e final no sábado, porque choveu em Temuco, com o Zormann, a gente voltou para o Brasil no domingo e na terça-feira eu comecei a pré-temporada. E eu tinha feito uma gira de nove semanas porque não tinha o que fazer. Eu precisava de pontos para a Austrália e estava defendendo pontos. Realmente não tem o que fazer. Então, eu acho que realmente a ideia da ATP é legal, mas se eles querem realmente diminuir as semanas dos jogadores, eles vão ter que ter uma data pra fechar o calendário.

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