Shenzhen (China) – O sonho do 19º título da Billie Jean King Cup ficou pelo caminho, mas a campanha até a decisão deixou sinais de que os Estados Unidos voltaram a figurar entre as potências do torneio. Derrotadas pela Itália neste domingo, após os triunfos de Elisabetta Cocciaretto sobre Emma Navarro e de Jasmine Paolini diante de Jessica Pegula, as norte-americanas ficaram com o vice-campeonato, resultado que não alcançavam desde 2018.
O revés ampliou o jejum da equipe mais vitoriosa da história da competição, que não ergue o troféu desde 2017. Apesar do peso da derrota, a sensação transmitida por jogadoras e comissão técnica foi de orgulho pela trajetória em Shenzhen. “Tivemos uma semana incrível aqui. Não foi o resultado que queríamos, mas aproveitamos muito competir juntas e superar tantos desafios até a final. Agora é olhar para frente”, resumiu Pegula, atual número 7 do mundo.
Navarro, que abriu a série contra Cocciaretto, reconheceu a frustração pelo desempenho abaixo do esperado, mas destacou o espírito coletivo como grande trunfo do time. “Hoje foi duro, não consegui jogar no meu melhor nível. Mas foi uma experiência maravilhosa estar aqui com um grupo tão especial. Esse tipo de oportunidade me deixa animada para voltar e tentar vencer a competição nos próximos anos”, afirmou a tenista de 24 anos.
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A capitã Lindsay Davenport também fez questão de valorizar a trajetória da equipe, lembrando que a campanha poderia ter terminado ainda nas quartas de final, contra o Cazaquistão, já que a própria Navarro salvou match-point contra Yulia Putintsev. “Chegar à final depois disso mostra a força do grupo. Claro que estamos desapontadas com o resultado de hoje, mas as italianas foram superiores. O importante é seguir construindo e acreditar que teremos novas chances”, comentou a ex-número 1 do mundo.
Na decisão, Pegula chegou a equilibrar as ações diante de Paolini, especialmente no primeiro set, quando teve break-point favor, mas a italiana aproveitou as chances nos momentos decisivos e sacramentou a conquista europeia. Para a norte-americana, esse detalhe acabou sendo determinante: “Senti que tinha a vantagem em boa parte do primeiro set, mas no 4/4 tudo mudou. Depois ela ganhou confiança e jogou muito bem”.
Mesmo com a frustração da derrota, o ambiente em Shenzhen foi visto como positivo para encarar a reta final do calendário. Pegula lembrou que a experiência coletiva traz um novo fôlego antes da sequência de torneios asiáticos. “É sempre especial representar os Estados Unidos. São raras as vezes em que podemos viver algo assim, de estarmos todas juntas, dividindo vitórias e derrotas. Isso torna a semana especial, independentemente do resultado.”