E desta vez faltou jogo para Fonseca

Foto: Fotojump

Se dois dias atrás sobrou sorte para João Fonseca, que se aproveitou da queda física vertiginosa do top 20 Alejandro Davidovich, na noite desta segunda-feira faltou mesmo jogo para o carioca, totalmente envolvido pelo estilo quase kamikaze do francês Terence Atmane, 136º do ranking.

Não é exatamente uma novidade vermos Fonseca tendo muita dificuldade contra jogadores que sacam bem, cortam o ritmo e jogam de forma agressiva. E para piorar, Atmane é canhoto, o que dificulta a leitura do saque – não foram poucas as vezes que vimos o brasileiro tentar adivinhar onde viria a bola e ser pego no contrapé – e o controle do efeito invertido.

Mas se o adversário fez tudo certinho, impondo desde o início um opção tática de pressão total, devolvendo muito atrás da linha com a meta de colocar a bola em jogo e com ótimos golpes de preparação e definição, Fonseca pareceu perdido na estratégia. A solução quase sempre foi bater muito forte e isso gerou 24 erros, sendo 14 deles de forehand. Ao mesmo tempo, cravou apenas 7 winners contra 29. Diferença muito grande.

Para piorar, trabalhou com apenas 57% de primeiro saque e nem mesmo seu bom ‘kick’ incomodou muito o francês. Vimos poucas vezes Fonseca obrigar o oponente a trabalhar a bola – e isso veio lá no 4/0 do segundo set – e foi fácil perceber que Atmane tem certo desconforto com o backhand quando bate em deslocamento.

Nem mesmo a nova ascensão do ranking – deverá sair de Cincinnati como 44º colocado – serve de consolo para as exibições muito irregulares de Fonseca nestes dois Masters 1000. Foram raros os momentos em que mostrou um tênis leve, plástico ou eficiente como no primeiro semestre, parecendo sempre estar muito pressionado por resultados.

Ninguém contesta a qualidade de seus golpes ou o potencial que tem pela frente, principalmente porque há muito tempo para correções adequadas. Não seria nada ruim pedir um convite para o ATP 250 de Winston-Salem para buscar melhor ritmo e chegar mais confiante ao US Open. Ele está precisando muito das duas coisas.

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Fernando Romero
Fernando Romero
5 horas atrás

Faltou jogo pro Fonseca e sobrou estratégia para o francês: porrada em todas as bolas e sempre, na medida do possível, buscar o backhand do brasileiro. Eu gostaria que alguém que entende do assunto me dissesse qual a estratégia do Fonseca. Ele sequer foi avisado que o outro é canhoto, pô!

Jonny
Jonny
5 horas atrás

Pô, Dalcim, tá faltando jogo pro garoto-promessa já faz tempo. Onde se escondeu todo o talento do Big J?

Reynaldo
Reynaldo
5 horas atrás

Dalcim, o Fonseca está pasteurizado, faz sempre a mesma coisa, não tem variação de jogo, falta paciência, regularidade. Não está sabendo jogar o jogo, e tênis é um jogo. Entendo que essa comissão técnica que o trouxe até aqui, com todo o respeito, não tem gabarito para levá-lo a subir os próximos degraus da difícil escalada do ranking do tênis profissional.

Doval
Doval
4 horas atrás

Comissão técnica do João deveria buscar torneios menores antes de entrar em Master 1000, pecaram em não jogar em Washington. Ele está sentindo a pressão em obter resultados, hoje o francês jogou igualzinho ao jogo anterior dele e o João não achou ele em nenhum momento.

Lucas
Lucas
4 horas atrás

Caro Dalcim,
Gostaria muito, por favor, de sua opinião em alguns pontos que eu acho que estão acontecendo com o jogo de Fonseca: (1) não é de hoje que foi constatado que ele precisa dosar a agressividade. Por que ainda não conseguiu incorporar ? Será que ele não confia no físico dele e por isso quer ficar marretando na bola sempre ? (2) Por que tão pouca variação com drop shots?! Hoje o francês ficou quase na placa de publicidade e ele deu uma só curtinha o jogo todo. (3) O hype e compromissos extra-quadra devem tirar o foco, seria interessante mudar a base de treino do RJ para outro local (EUA ou Europa). Wild evoluiu muito de 22′ pra 23′ quando mudou sua base de treinos para Buenos Aires. Fonseca ficaria distante das distrações que o RJ trazem pra ele, além de deixar de treinar apenas com juvenis ou jogadores sempre muito menos ranqueados do que ele (Sakamoto por exemplo).
Enfim, uma equipe tão bem estruturada, precisa fazer algo de novo com ele, a impressão é que estagnou tecnicamente.
Obrigado pela atenção, Dalcim.

Fernando
Fernando
4 horas atrás

Fonseca parece ter limitações físicas. Tomara que seja apenas impressão, mas, desde o Masters de Miami, começou a demonstrar que não resiste a grandes esforços. Algo precisa ser feito e, a meu ver, a solução está fora da quadra.

Ari
Ari
4 horas atrás

Na minha opinião, há uma gde pressão sobre ele e isso dificulta bastante nessa idade. Porém a parte tática deixa muito a desejar. Quando a confiança está em alta e as bolas entrando, a falta do plano tático não fica evidente. No entanto, com a confianca em baixa, fica claro que não há variação, estratégia de jogo e busca de soluções. Infelizmente notei, o time do Fonseca tão perdido quanto ele nesse jogo. Necessita jogar mais e imagino que a equipe técnica será mudada se cair precocemente no US open.

PRGF
PRGF
4 horas atrás

Os adversários já fizeram a leitura de jogo do João… Ele virou um alvo…

E não está encontrando caminho para mudar esse panorama… Parece que ele nunca tem um “Plano B”… Isso cabe a comissão técnica dele trabalhar…

Quanto ao pedido pro ATP 250… Faz tempo que falo que o João precisa jogar mais ATP250… O jogo dele é baseado muito na força e no limite.. E para isso requer confiança… E confiança não vem em treinos e sim com vitórias…

Mas acho pouco provável que o João jogue algum atp250… Nem os atp500 ele se sujeita… Sua equipe ja bradou diversas vezes que o João é apenas para os grandes palcos… Me parece que está faltando “calçarem as sandálias da humanidade”…

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
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